Para melhor explicar o uso que faço do blog, sai-me sempre esta expressão: é o recreio.
Sinto tanta obrigação de escrever aqui como sinto obrigação de falar num jantar de amigos, ou seja, alguma, mas nada que se consiga sobrepor ao estado de espírito. A própria natureza desta “obrigação” não é totalmente compatível com o conceito comum, é mais uma espécie de poder-dever.
Não há nenhuma regra que impeça o trabalho de entrar no blog só que, ao fim deste ano e meio, deu para ver que não considero a minha profissão como elemento de grande diversão (favor desconsiderar o recurso ao termo “poder-dever” acima). Além disso, o trabalho toma-me demasiado tempo para eu o deixar entrar também aqui. Não é com assuntos profissionais que vou espairecer.
Depois há outros recreios, onde cabem melhor outros temas, como a actualidade política, económica, internacional, social. Nestas matérias faz-me falta o diálogo. O que significa que o blog é, para mim, um recreio especial, mais introspectivo.
Usando as palavras do Miguelito, o blog é o meu relvadozito interior.
[Para a Inês que suscitou a mais recente conversa sobre este assunto e que anda dividida entre o blog-trabalho e o blog-recreio.]