Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

sexta-feira, 29 de abril de 2005

Não farás coisíssima nenhuma

Jay Leno partiu do pressuposto que a Bíblia, por ser o livro mais vendido nos Estados Unidos, seria do perfeito conhecimento dos americanos. Assim, decidiu organizar umas entrevistas de rua para fazer diversas perguntas relacionadas com a Bíblia e temas conexos. O resultado foi um dos melhores momentos de televisão a que já assisti.

Recordo-me apenas de algumas das respostas, todas hilariantes até para quem saiba pouco destas matérias. Questionados sobre os nomes dos três reis magos, houve quem nomeasse dois dos estarolas (Moe, Larry and that other...) e até Paul, John and Ringo. Perante a solicitação para que elencassem os dez mandamentos, a maioria dos entrevistados embatucava e não dizia nada. A pergunta passou a ser formulada de modo a que fosse indicado pelo menos um dos dez mandamentos, ao que uma rapariga tentou a sua sorte dizendo “Freedom of Speech?”.

Mas houve um entrevistado que deu a melhor resposta a esta pergunta dos dez mandamentos. Sintética e, ao mesmo tempo, o mais abrangente possível. “Thou shall not... (pausa para meditação), thou shall not… (fixa pensativamente o horizonte), thou shall not do anything!”

Vocabulário

Everybody’s talking about Bagism, Shagism, Dragism, Madism, Ragism, Tagism, [anti-nobreguedism,] this-ism, that-ism, is-m, is-m, is-m…
[de «Give Peace a Chance», John Lennon]

Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-fascistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, [anti-nobreguedismo,] ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole...

[de «FMI», José Mário Branco]

Isn’t it ironic?

Quando se chega ao divórcio, faz-se a partilha.

quinta-feira, 28 de abril de 2005

Cute

Mas não abuses; nada de reivindicações. [Darn]

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quarta-feira, 27 de abril de 2005

Mamma mia !

Este espectáculo valeu mesmo a pena. O repertório mais conhecido dos ABBA encontra-se bem encaixado numa história divertida e ternurenta.

O cenário era muito simples mas não foi preciso mais sofisticação já que o ritmo das coreografias e a boa disposição de todos os artistas preencheu sempre eficazmente o palco.

Gostei especialmente da voz das duas actrizes principais e da interpretação do famoso "The winner takes it all". E por mais incrível que possa parecer, ontem à noite o som do Pavilhão Atlântico conseguiu surpreender pela positiva.

O fim foi espectacular, o público aplaudiu de pé e até deu para dançar um bocadinho.

Saímos do recinto muito bem dispostas, a cantarolar e com pena de não ter o CD para continuar a ouvir aquelas músicas no carro. Chegámos facilmente à conclusão que pagaríamos o dobro para ver este musical.

terça-feira, 26 de abril de 2005

Já perdeste amigos por causa do blog?*

Não. Mas - #%@&!!£#, raios - já perdi a hora de almoço.
[*a case of PM]

Jamie Cullum em concerto

[Faz lembrar o início da semana passada com José Alberto Carvalho encarregue da locução de todos os telejornais. Seja. Faço eu a reportagem do concerto de Sábado.]

Ele já tem 25 anos mas a sua idade continua a ser assunto. Porquê? Diria que se deve a uma aparência e atitude de 16 anos, mas também à voz e entoações a condizer. Não sou entusiasta deste género musical próximo da Diana Krall e, por isso, não ia com grandes expectativas. Fosse como fosse, os bilhetes tinham sido ganhos.

O recinto do Freeport é ridiculamente pequeno e, no entanto, custou a encher. Havia cartazes informando que o espectáculo estava esgotado o que me levou a pensar que, provavelmente, a maioria dos bilhetes foi distribuída no sorteio e os vencedores também não eram grandes entusiastas. Mas o espaço lá acabou por ficar bastante composto.

O que é certo é que o rapaz sabe, e bem, dar espectáculo. A sua interacção com o público fazia-nos acreditar que estávamos numa festa privada na, apesar de tudo, avantajada sala de estar de um amigo. Depois de ouvirmos a introdução feita a «All at Sea» passámos a ter uma explicação para esta evidente proximidade com o público: deduzimos que Cullum teria sido entertainer em cruzeiros turísticos e acertámos [Cfr.Jamie studied music and began to build a musical career by juggling gigs at weddings and on cruise ships while refining his skills and discovering his voice as a singer.”].

Outra característica de Jamie Cullum é dedicar-se a fazer covers e, sobretudo, de crooners. Cantou e tocou: «I get a Kick Out Of You», «Old Devil Moon», «Everlasting Love», «I Could Have Danced All Night» (yes!), «Rocket Man», entre outras. Para mim, o momento alto foi a interpretação, em conjunto com o baterista, de «Light My Fire». O resultado final foi muito positivo. Valeu bem a pena.

PS - Também cantou «Frontin'» que é a minha preferida e está agora a passar no canal Sam.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

Liberdade (avenida)

domingo, 24 de abril de 2005

(clock chiming)

Mother,
you had me
but I never had you,
I wanted you
but you didn't want me,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Father,
you left me
but I never left you,
I needed you
but you didn't need me,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Children,
don't do what I have done,
I couldn't walk and I tried to run,
So I got to tell you,
Goodbye, goodbye.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
Mama don't go,
Daddy come home.
[«Mother», John Lennon]

Lá em casa

Na quinta-feira desfrutámos do mais opíparo jantar dos últimos tempos. Lasanha de tofu com espinafres [deliciosa, feita pela Huma, não sobrou], tarte de maçã [da meg, e eu que não gosto – não gostava – de tarte de maçã. Também não sobrou e era tamanho familiar.] e mousse de limão [da dupla imbatível Huma-Bimby, a fazer lembrar aquela música dos Crash Test Dummies: Mmm Mmm Mmm Mmm, Mmm Mmm Mmm Mmm. Como devem imaginar, não sobrou, e nem me atrevo a abordar aquela questão da taça limpa a dedo.].

Aparentemente serviram-se duas sobremesas, mas às vezes é preciso ver para lá das aparências. Nada justifica que as sobremesas não tenham acompanhamentos, como o bife tem a batata frita. Já é uma coisa que se começa a ver hoje em dia, embora caindo muito naquela banalidade de o acompanhamento ser uma bola de gelado. Fixem esta combinação: tarte de maçã contornada por mousse de limão. Piramidal.

O estabelecimento é bastante simpático, embora de momento não disponha de confecção própria, e tem a enorme vantagem de permitir que as conversas se arrastem madruga adentro. Ademais, é bastante económico.

sexta-feira, 22 de abril de 2005

Hoje fazemos o quê?

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quinta-feira, 21 de abril de 2005

Internal affairs (2)

A verdadeira história do post com letras enormes e às cores. Tudo começou quando publiquei um textozito com um tamanho de letra pouco superior ao normal - o chamado “large”. A inovação não foi bem aceite e o radicalizar de posições foi inevitável. Eis o teor integral dos emails trocados.
Karma - Que letra é aquela? está tudo desalinhado!
Eu - [ora esta, não querem lá ver a miúda?!] É mesmo assim!
Karma - nã, nã, a letra não pode ser aquela (o pior é que eu não sei alterar o teu texto).
Eu - A letra é a mesma só que foi aumentada um bocadinho, sua tirana.
Karma - nã, nã, não pode haver excepções, vais ter de alterar o teu texto.
Eu - Vê lá agora...MUITA LOUCO.
Karma - NÃO PODE SER. OS ESTATUTOS NÃO PERMITEM, VAIS TER DE ALTERAR O TEU POST.
Eu - NHA-NHA-NHA-NHA-NHA
Karma - Não fica assim. A última palavra é do conselho de estado. Amanhã vais ver.
Eu - Podes crer que não fica. Agora está ainda mais giro!
Karma - Já me está a sair fumo branco da cabeça!

Corrente literária ou lá o que é

Não podendo sair do Fahrenheit 451, que livro quererias ser? Há um pequeno pormenor, insignificante mesmo, que é o facto de eu não se perceber a pergunta. Ser um livro é coisa que não me agradaria particularmente. Viver num livro já é outra história. Não me importava de ser um estrumpfe ou uma das personagens do Petzi.

Já alguma vez ficaste apanhadinha(o) por um(a) personagem de ficção? Pode ser por esquecimento ou por presumirem que se entende, mas a verdade é que esta pergunta não faz qualquer referência a livros. Sendo assim, aproveito para dizer que sempre quis ser o Indiana Jones ou o Luke Skywalker.

Qual foi o último livro que compraste? «A Descoberta do Mundo» de Clarice Lispector e «Amar Não Acaba» de Frederico Lourenço. Foi por mero acaso, e a meg é testemunha disso, que comprei, ao mesmo tempo, um livro cujo título é inspirado no outro. Frederico Lourenço cita Clarice Lispector, especificamente o livro das suas crónicas «A Descoberta do Mundo», logo na primeira página do «Amar Não Acaba».

Qual o último livro que leste? Não foram os últimos mas estão entre os últimos de que mais gostei: Graham Greene, «The End of The Affair»; e Michal Snunit, «O Pássaro da Alma».

Que livros estás a ler? Paul Gilligan, «Os Cães Quando Nascem Já Sabem Nadar, Iô»; Frederico Lourenço, «Amar Não Acaba»; Jim Davis, «Garfield Classics», vol. 12.

Que livros (5) levarias para uma ilha deserta? Os dez volumes da colecção Mutts, da qual só tenho quatro livros, naquilo que é, de resto, o mais extraordinário exercício de disciplina do fanático: não comprar tudo de uma vez e ler várias vezes cada um antes de comprar o seguinte.

A quem vais passar este testemunho (3 pessoas) e porquê? Não vou passar a ninguém porque isto é um bocado chato. Mas estás perdoada.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

A mesma categoria

continuação:
You think misery will make you stand apart from the crowd
Well if you had walked past me today I wouldn't have picked you out
I wouldn't have picked you out
[de «See You When You're 40», Dido]

Internal affairs

Investigarmo-nos é uma actividade extenuante. O processo passa por uma desconstrução lenta, muitas vezes dolorosa e até perigosa do nosso eu.

Somos obrigados a pensar mas sobretudo a sentir.

Torna-se necessário ressuscitar o nosso arquivo morto e reviver episódios negros e confidenciais das nossas vidas.

Temos de bater no pai e na mãe (às vezes até na avó) e pôr em causa todos os nossos dogmas pessoais.

E depois ficamos perturbados com as contradições, desejamos regressar ao conforto das antigas certezas. Chegamos a um ponto em que nos cansamos de nós.

Mas só até ao momento em que pomos o eu investigado à prova e ele vence um desafio, ultrapassa uma dor ou ama com mais competência.

terça-feira, 19 de abril de 2005

Angola - Memórias Fotográficas 5

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Desmancha-prazeres

Tendo lido na «Pública» que, segundo um estudo publicado em Inglaterra, observar durante dez minutos todos os dias seios femininos equivale para os homens à frequência de meia hora de ginásio (também referido aqui sob o premonitório título de «Imposturas Intelectuais»), decidi ir à procura dessa investigação.

A intenção era a melhor. Tinha esperança que o estudo esclarecesse, pelo menos, que a observação só produziria os efeitos desejados se conduzida ao vivo. Idealmente com a colaboração não remunerada da observada, mas isso já seria pedir demais. Enfim, qualquer coisa que não reduzisse o tal estudo à promoção e incentivo do consumo de pornografia, permitindo o seu aproveitamento para outros fins.

Afinal, parece que tudo não passa de mais um mito urbano que circula por email desde Março de 2000. Agora gostava de saber o que é que os editores da «Pública» têm a dizer sobre isto. Estou sempre a cair no erro de acreditar no que leio nos jornais.

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segunda-feira, 18 de abril de 2005

Essa é que é essa

A verdade vem sempre ao de cima.
Por sugestão da Papoila.

domingo, 17 de abril de 2005

Rock the microphone

À experiência

Freestyler

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70% do meu corpo é música.

[salvo ligações à net fora de série, será necessário esperar para conseguir ouvi-los do princípio ao fim]

sexta-feira, 15 de abril de 2005

Escolha múltipla

«se o consultasse um por cento que fosse das vezes que dele realmente necessito»
a) O dicionário;
b) O saldo bancário;
c) O Juliano;
d) O endocrinologista.

Saber ouvir

Quando alguém nos chama,
O pássaro da alma põe-se logo à escuta da voz,
A fim de reconhecer que tipo de apelo é.
[de «O Pássaro da Alma», Michal Snunit]

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Colheradas

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Some of it has to do with comfort, since most of us sleep better when not face-to-face, breathing on each other. But this classic pose satisfies more than just a need for a good rest. With its hand-in-glove fit, spooning rates high on the intimacy scale. When you nestle in matching fetal positions, it shows you're being vulnerable with each other and in sync. [daqui]

Infidelidade - Escolha o seu timing

Hipótese A: Já está a trair quando pensa noutra pessoa que não naquela com quem vive.

Hipótese B: Pratica o crime quando transforma o pensamento numa palavra.

Hipótese C: Sente-se um pecador se der a mão ou abraçar.

Hipótese D: Só engana se trocar um beijo.

Hipótese E: O delito apenas acontece com a ida para a cama.

quarta-feira, 13 de abril de 2005

Angola - Memórias Fotográficas 4

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Angola - Memórias Fotográficas 3

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É preciso carregar no play

Há quase mês e meio que venho pondo música no blog e nem uma vez me lembrei de fazer este aviso. Indesculpável. Absurdo. Como é que nunca me ocorreu dizê-lo? Uma avertência básica, uma instrução indispensável. É, de facto, preciso carregar no play.

Atenção: não pôr o dedo no ecrã; usar o cursor.

terça-feira, 12 de abril de 2005

Futebol e automóveis

Qualquer homem tem que ser grande grande entusiasta de um de dois assuntos: futebol ou automóveis, e preferencialmente dos dois. Faz parte do conceito. Gajas não chega; é básico, é essencial, mas não chega. Ténis, hóquei, rugby ou qualquer outro desporto é bom, mas não qualifica.

Os meus modelos para a formação deste arquétipo masculino foram - também o meu pai, sim - mas principalmente os meus três primos: João, Luís e Filipe, irmãos entre si. Os meus primos eram dos Diabos Vermelhos e ao fim-de-semana a minha tia costurava bandeiras de 50 metros de comprimento. Cada vez que nos ganhavam ao keips* (raro, muito raro) corriam à volta da mesa de jantar a gritar diabos vermelhos oh-oh oh-oh.

Por outro lado, as discussões mais fracturantes que alguma vez tiveram com os meus namorados e com os da minha irmã versaram sobre a dicotomia Europa-Japão no campo da construção automóvel. Ainda hoje estou convencida que aquele promissor estudante de medicina de olho azul, Escort descapotável e namorado da minha irmã, viu as suas chances de integrar a família muito diminuídas quando entendeu defender as marcas japonesas.

[*sempre lhe chamei keims - queime-se - mas segundo a pesquisa na net...]

Angola - Memórias Fotográficas 2

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Angola - Memórias Fotográficas 1

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segunda-feira, 11 de abril de 2005

Crónica de uma morte anunciada

Os estragos maiores são quase sempre feitos por aqueles que deixamos entrar em nossa casa e não por aqueles que arrombam a porta.

[Já guardei a página correspondente ao arquivo de Setembro, de onde consta a tradução do conto de Emmanuel Carrère, L´Usage du Monde, ao ritmo de um capítulo por post e sob o título de “Vamos jogar a uma coisa”. Depois não digam...]

Spanglish

É uma comédia nada light com uma série de momentos intensos e dramáticos.

Os diversos personagens têm conteúdo, os actores foram todos muito bem escolhidos e a história aborda vários temas interessantes e bem contados.

Ri muito e chorei bastante.

Obrigada pela sugestão e pela companhia Sam.

Vida de mãe - episódio 15

Este sábado levei o meu filho ao Monte Selvagem. Fica a cerca de uma hora de carro de Lisboa e situa-se entre Vendas Novas e Montemor.

O espaço é engraçado e as pessoas acolhedoras. Passámos umas três horas divertidas em contacto com a natureza alentejana e a bicharada do mundo inteiro.

[Outra opção do mesmo género é o Badoka Parque mas tem a desvantagem de ser um bocado mais longe.]

sábado, 9 de abril de 2005

Evento comemorativo (encerramento)

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Note-se a côr, o tamanho e a forma; aquele parece um maradona (com minúscula).

Evento comemorativo (3)

[postado no dia 06 de Novembro de 2004 no A Causa Foi Modificada]
Que fique claro o seguinte:
(...)

Ponto dois: não é que me irrite que as pessoas me ultrapassem enquanto correm. Quando andava na natação fiquei vacinado contra a vergonha de ser fisicamente esmigalhado: miúdas de sete anos passavam por mim e eu, espantado, tentava perceber onde é que elas tinham o motor. Mas hoje de manhã, foda-se, um pai e respectiva filha não só passavam por mim repetidas vezes ao longo do circuito, como o faziam a conversar sobre os problemas da vida... estavam felizes, e discutiam o assunto em voz alta, expondo a sua falta de gordura e forma física com um despudor que faria corar a snobeira do José Castelo branco.

A felicidade dos outros só me chateia quando se mantém durante o esforço físico. Talvez esteja é na altura de arrumar as botas.

maradona (com minúscula)

Evento comemorativo (2)

[postado a 02 de Junho de 2004 no A Causa Foi Modificada]

Relembro que este blogue não vai acabar.
(depois não digam que eu não avisei)

maradona (com minúscula)

Evento comemorativo (1)

[postado a 27 de Novembro de 2003 no A Causa Foi Modificada]

Fui, mais uma vez, ao É a Cultura Estupido!

Estava caseirinho, o lugar. O Nuno Miguel Guedes sentou-se ao meu lado e nem me reconheceu (falei com ele, uma vez, há dois meses ou três, durante 3 minutos, num sitio às escuras, e ele não me reconheceu... que escândalo!!), e não quis incomodá-lo com as minhas preocupações do momento: em 1811, um bando de ingleses, dinamarqueses e alemães avassalou-se ao Templo de Bassae, situado não longe de Atenas e, segundo Pausânias, erigido sob a batuta do mesmo arquitecto do Partenon. À chegada ao Pireu cruzaram-se com o último dos carregamentos do Lord Elgin (bem dito seja!) direito a uma ilha que agora não lembro o nome, em cujo cargueiro fazia a viagem de volta um tal de Byron, o gajo que falou mal dos portugueses, e de quem Sintra tem a mania de se orgulhar, vá lá saber-se por quê.

(...)

As comemorações prosseguiram com o embate decidido à partida entre o Daniel Oliveira e o Pedro Lomba: tudo aquilo em que o primeiro é bom o segundo é mau. E tudo em que o segundo é bom, não interessa para nada quando se fala de debates perante uma audiência. O primeiro sabe falar, argumenta e desargumenta numa velocidade alucinante, projecta maravilhosamente a voz, tem uma dicção maria-callense, posiciona-se perante a plateia de maneira absolutamente irrepreensível e está constantemente a cortar os argumentos que lhe podem ser prejudiciais com piadas dirigidas à plateia, plateia essa, já de si, previamente favorável a ele.

Tudo isto é muito bonito e está muito bem, mas não lhe dá razão, apesar de ter feito o Pedro Lomba em carne picada. O Daniel insistia num tipo de discurso que é lamentável e que ninguém se preocupou em tentar rebater: dizia ele, ao nomear uma série de escândalos evidentes nas relações entre o poder económico e o poder político, que "os portugueses" tinham que ser protegidos contra isto, que "os portugueses" assim perdiam confiança na classe política, etc, "os portugueses", etc, etc. Ora, será que os senhores que fazem estas falcatruas de que ele se queixa são marroquinos? Desconfio que não. O senhor que passou directamente da assinatura do contracto entre o Amadora-Sintra para a admnistração do Grupo Mello era lituano? Não creio.

(...)

No café do senhor João, onde bebo a bica todos os dias, a máquina registadora marca 45 cêntimos quer eu beba uma bica que custa os tais 45 cêntimos, quer eu compre dez quilos de broas de milho, que me custam 55 euros. Este problema, que só a miopia impedirá ver como absolutamente generalizado por Portugal inteiro, não é qualitativamente diferente dos problemas que tanto preocupam o Daniel Oliveira e os seus amigos.

Só que são mais desagradáveis de nomear, principalmente quando se tem uma plateia a conquistar!

maradona (com minúscula);13:57

Olhó passarinho

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Após extensas investigações, por aqui e por ali, conseguimos apurar que este rapaz faz hoje dois anos de blogosfera. Impõe-se comemorar.

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Eclipse híbrido do Sol

É amanhã.

An unusual hybrid eclipse of the Sun occurs on April 8, 2005. The central path of the eclipse runs across the South Pacific where it changes from an annular eclipse to a total eclipse and then back to an annular eclipse again before reaching Central America.

[ler aqui]

In Your Eyes

[Ou, mantendo a inspiração em Peter Gabriel, If looks could kill]

Detentora de uma personalidade vincada, quando contrariada, olha-nos com um olhar "fulminante" e por vezes responde mesmo não, mas acaba por acatar o que lhe é dito, não escondendo no entanto o seu desagrado. Com os colegas consegue brincar de forma cooperativa, mas quando quer algo ou quando as opiniões divergem facilmente recorre ao contacto físico.

[excerto do mais recente "Boletim relativo a atitudes e desenvolvimento do aluno" da minha irmã mais nova]

Ler Chico

Adorei o seu último livro "Budapeste". A história é engraçada mas o que gostei mesmo foi ler aquela língua doida que é o brasileiro escrita com tanta mestria.

Segue aqui um pequeno excerto para aguçar o apetite.

"Depois de casado, eu chegava em casa alterado tarde da noite e a Vanda não se conformava, esquentava minha sopa amaldiçoando o Álvaro. Eu deixava por isso mesmo, não tinha como lhe explicar que, encerrado o expediente, me demorava sozinho na agência por conta própria, em leitura obsessiva. Naquelas horas, ver minhas obras assinadas por estranhos me dava um prazer nervoso, um tipo de ciúme ao contrário. Porque para mim, não era o sujeito quem se apossava da minha escrita, era como se eu escrevesse no caderno dele. Anoiteca, e eu tornava a ler os fraseados que sabia de cor, depois repetia em voz alta o nome do tal sujeito, e balançava as pernas e ria à beça no sofá, eu me sentia tendo um caso com mulher alheia."

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Stuck in the middle

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Por uma boa causa

Leiam este post e, se puderem, dêem qualquer coisinha. Trata-se dum antónio que anda às moedinhas de atenção e, para esse efeito, até já entrou em greve à medicação. Vale mesmo a pena.

terça-feira, 5 de abril de 2005

Metáfora

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A fatia do bolo.

Dar um tempo

Resulta sempre.
I need a little time
To think it over
I need a little space
Just on my own
I need a little time
To find my freedom
I need a little
Funny how quick the milk turns sour
Isn't it, isn't it
Your face has been looking like that for hours
Hasn't it, hasn't it
Promises, promises turn to dust
Wedding bells just turn to rust
Trust into mistrust
I need a little room
To find myself
I need a little space
To work it out
I need a little room
All alone
I need a little
You need a little room for your big head
Don't you, don't you
You need a little space for a thousand beds
Won't you, won't you
Lips that promise - fear the worst
Tongue so sharp - the bubble bursts
Just into unjust
I've had a little time
To find the truth
Now I've had a little room
To check what's wrong
I've had a little time
And I still love you
I've had a little
You had a little time
And you had a little fun
Didn't you, didn't you
While you had yours
Do you think I had none
Do you, do you
The freedom that you wanted bad
Is yours for good
I hope you're glad
Sad into unsad
I had a little time
To think it over
Had a little room
To work it out
I found a little courage
To call it off
I've had a little time
I've had a little time
I've had a little time
I've had a little time

[«A Little Time», Beautiful South. Dedicado à minha irmã, a única fã conhecida dos Beautiful South. Mas eu também gosto.]

O piropo da depiladora

"Oxalá me engane mas você com esse feitio não me parece que vá conseguir arranjar alguém".

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Game Over (insert coin)

Sair ao Domingo à noite é como ganhar uma vida extra mesmo no fim do jogo. Depois morre-se sem sequer ter tempo para pensar nisso.

Outra diva

O blog-diva bomba inteligente fez dois anos no Sábado. À Charlotte, parabéns e obrigados por partilhar os seus caprichos.

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Diva

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1981, Jean-Jacques Beineix; mais aqui.

Vi este filme umas dez vezes, mais coisa menos coisa, mas a última vez que o vi já foi há mais de doze anos. Não me lembro da história e nunca lhe dei muita importância. A estética e a música é que ficam na memória. A banheira, o loft, os puzzles gigantescos (de variações em azul), o «Ebben? Ne Andrò Lontana».

Ebben? Ne andrò lontana,
Come va l'echo della pia campana,
là, fra la neve bianca, là, fra le nubi d'ôr,
laddóve la speranza,
la speranza
è rimpianto,
è rimpianto,
è dolor!
O della madre mia casa gioconda
la Wally ne andrà da te,
da te,
lontana assai,
e forse a te,
e forse a te,
non farà mai più ritorno, ne più la rivedrai.
Mai più,
mai più.
Ne andrò sola e lontana,
come l'eco è della pia campana...
là, fra la neve bianca.
Ne andrò,
ne andrò,
sola e lontana...
E fra le nubi d'ôr!

[«Ebben? Ne Andro Lontana», da ópera "La Wally" de Alfredo Catalani]

sexta-feira, 1 de abril de 2005

O dia das mentiras

Este dia não rende nada.

Hoje, os Pais não recebem peúgas, as Mães não são mimadas com águas de colónia e os namorados não rejubilam com as mais variadas pirosices.

As mentiras não dão lugar a um peditório ou, melhor ainda, a um feriado.

Já nem falo no Natal ou nos ovos da Páscoa. Mas afinal, que raio de dia é este?

Os meus contos infantis favoritos 2

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"Le gentil petit diable" é outra história fantástica do Pierre Gripari e relata a vida de um diabinho bonzinho que é criticado por toda a sua família porque não consegue ser mau.

[Não, a nacionalidade francesa dos contos não é para fazer género. A razão destas minhas escolhas resulta do simples facto de ter vivido uns anos na terra das baguettes.]