Flores
O episódio de S. Valentim da Meg fez-me lembrar uma história passada há cinco anos. Eu tinha acabado de mudar de casa e ainda andava a aprender a largar o carro (é a expressão) no bairro com a pior oferta de estacionamento de Lisboa.
Habituei-me a estacionar sempre na mesma rua onde, apesar de ser longe da minha casa, havia quase sempre lugar. Ao fim de uns quinze dias, comecei a ser presenteada com flores no pára-brisas. Quase todos os dias úteis, uma flor do campo. Eu guardava-as.
Chegava ao trabalho quase todos os dias com uma flor diferente. Contei a minha história e desenvolveram-se várias teorias. Que era alguém que me conhecia ou que se ira apresentar mais cedo ou mais tarde, que iria deixar um bilhetinho, que... qualquer coisa.
Passados uns três meses, a Câmara Municipal instalou pilares metálicos no passeio daquela rua e deixou de ser possível estacionar ali.
Fim.
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