Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quarta-feira, 16 de março de 2011

Post mortem 2

À conta da morte prematura do porquinho da Índia, fui quase obrigada a adoptar um gato. A verdade é que não estou arrependida. É menos exótico mas faz muita companhia. É laranja, grande e lindo. Muito melga, a raiar o chato. O miúdo adora-o. Eu também.

Post mortem 1

Não escrevo há tanto tempo que já tive e deixei de ter um animal de estimação genial: um porquinho da Índia chamado Darwin (em homenagem ao cientista). Fez-nos companhia durante cerca de um ano. Era um bichinho muito simpático, tricolor, que fazia uns barulhos estranhos, gostava de ser pegado ao colo e era absolutamente louco por salsa. De um dia para o outro, ficou doente e nem a máscara de oxigénio de uma veterinária experiente e zelosa o salvou. O meu filho ficou um pouco abalado, eu fiquei tristíssima (já sei, é ridículo).

Crítica visionária à blogosfera

"(...) é outra coisa que está em jogo, a possibilidade e o desejo de expressão, seja qual for natureza da "mensagem", o direito e o prazer narcísico do indivíduo que se exprime para nada, para si apenas, mas veiculado e amplificado por um medium. Comunicar por comunicar, exprimir-se sem outro objectivo além do de se exprimir e ser registado por um micropúblico [adoro a expressão], o narcisismo revela aqui como noutros lugares a sua conivência com a dessubstancialização pós-moderna, com a lógica do vazio."

Excerto de A Era do Vazio de Gilles Lipovetsky (1983 !)

terça-feira, 15 de março de 2011

Baby steps

Para certas pessoas, o acto de se chatearem de vez com outra(s) constitui um verdadeiro desafio existencial.

Tudo pode dar certo

Acabei de ver mais este Woody Allen porque sou fã e porque sigo (quase) sempre as sugestões da minha mãe. Adorei. O título, a história e o final feliz.
Nota: Este filme também teve o mérito de me fazer esquecer o fraquinho "Vais conhecer o homem dos teus sonhos".

Será que posso?

Estive tão longe, durante tanto tempo...

domingo, 6 de março de 2011

Indispensáveis #26

muuto Stacked Shelf System, uma estante à maneira.

terça-feira, 1 de março de 2011

O Jornal de Letras

A história já é do Verão do ano passado. Estávamos de férias, na hora do jornal na esplanada mas ao nosso lado estava um quarteto imperdível, sobretudo porque abusava dos decibéis o que dificultava muito a leitura. Assim, recostei-me na cadeira e resolvi apreciar o espectáculo da vida.

Tínhamos a mãe com quarenta e tal anos, a filha com perto de vinte, a amiga da filha com a mesma idade e um senhor de bigode que não disse uma palavra que se ouvisse, embora tenha falado uma vez por outra. A filha queria ser actriz e até já teria participado em alguns espectáculos, a mãe tinha um rol interminável de conselhos a dar sobre a vida artística e a amiga queria ser amiga de uma actriz.

O primeiro tema referia-se a um desaire que levou a que aquela viagem a Tavira tivesse sido em vão. Mãe e filha lamentavam-se de ter tomado a decisão errada naquele fim-de-semana de calor pois, caso contrário, em vez de sentadas no café em frente ao Gilão, estariam naquele momento no Fórum Montijo. O segundo tema, comentado com um misto de escândalo e gozo, tinha a ver com um mini-festival que teria lugar no Norte do país não fosse ter sido cancelado porque a organização fugiu com o dinheiro dos bilhetes.

Entretanto, a filha atende o telefone e ficamos todos calados a tentar descortinar o que estava a ser dito do lado de lá. Não perdemos por esperar, depois de desligar foi-nos tudo relatado detalhadamente: fulano estava eufórico porque tinha recebido uma boa crítica na peça de teatro em que se estreava.

“Onde é que saiu a crítica?” Pergunta a mãe, provavelmente a pensar que ainda ia ao quiosque, tendo em conta que se tratava de um amigo da filha. “No JL”, foi a resposta. No jota éle. Ah, isto nem na melhor ficção. Que grande reviravolta. Quem diria que o JL ainda viria a ser mencionado nesta conversa? Ninguém. Até que,

“O que é isso do JL?” pergunta a mãe. “Não sei”, responde a filha, “deve ser um desses gratuitos que há em Lisboa”.