What though the radiance which was once so bright
Be now for ever taken from my sight,
Though nothing can bring back the hour
Of splendour in the grass, of glory in the flower,
We will grieve not, rather find
Strength in what remains behind
[Antes de sair a correr da sala de aula, diz a Deanie sobre este excerto: Well, I think it has some...Well, when we're young, we look at things very idealistically, I guess, and I think Wordsworth means that when we grow up, that we have to forget the ideals of youth and find strength...]
A ideia será aproveitar a memória das coisas muito boas (que não voltarão mais) como combustível a usar no presente. Não creio que resulte. Primeiro, parece-me que as alegrias produzem energia de combustão rápida e efémera, não reutilizável, enquanto que as dores vão-nos marinando lentamente. Depois, não é possível ir buscar memórias excepcionais e extrair-lhes cirurgicamente aquele pequeno senão de nada, nunca mais, voltar a ser tão bom como já foi. Uma coisa vem agarrada à outra, e quanto mais nos lembrarmos de como fomos felizes mais nos enterramos. Por fim, não vejo o interesse em sequer procurar forças para o presente se, à partida, estamos convencidos que nada nos trará a felicidade que antes vivemos.
Apesar destas considerações, sei que a minha força decorre e assenta no que está para trás, apenas ressalvando que o que está para trás não foi nenhum “esplendor na relva”. Mas não me parece um bom sistema, quer a força que se vai buscar ao passado resulte de ter sido bom de mais ou, pelo contrário, mau de mais.
Aquilo que, de forma mais segura e inesgotável, nos poderá mover, será encontrarmos forças em tudo o que ainda não vivemos.