Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quinta-feira, 11 de novembro de 2004

Mais comics

Gosto muito de histórias de fadas, de príncipes e princesas. As edições mais recentes que tenho dos contos de Andersen comprei-as há menos de dois anos e pouco antes tinha comprado mais um livro dos irmãos Grimm. Mas gosto muito menos de fábulas. Príncipes, fadas, varinhas de condão ainda vá; agora animais a falar é pouco credível. Tirando uma história, que era a melhor de todas, em que os animais com “problemas laborais” nas respectivas quintas fogem, pregam um susto enorme nuns bandidos e formam uma banda musical (parece que lhe chamam «Os Músicos de Bremen»).

[Na infantil e na pré-primária, ao final do dia, havia um momento de leitura de uma história. Éramos nós que escolhíamos a história que queríamos ouvir; havia uma votação. Eu queria ouvir sempre a mesma, sempre aquela dos animais que fugiam de casa. Devia ser mesmo muito importante porque eu fazia campanha para que aquela história ganhasse. A história foi lida quase dia sim dia não, até a professora dizer que não podia ser sempre a mesma. Mas foi só ao fim de umas três semanas.]

Tem-me acontecido gostar imenso das novas séries de comics com animais. Depois do Mooch & pals (a melhor de todas as séries activas), gostei do «Pérolas a Porcos» (Pearls Before Swine) e estou a gostar do «Aqui há Gato» (Get Fuzzy). Ambas têm aquele problema da tradução, em especial pelo facto de jogarem com imensos trocadilhos que não resultam em português. O primeiro livro do «Aqui há Gato» está cheio de notas de tradução mas, às tantas, deve ter rebentado um fusível ao tradutor e resolveu não traduzir, limitando-se a pôr a expressão original entre aspas.

Embora não pareça, eu vinha falar de cães e gatos. Tanto no «Mutts» como no «Get Fuzzy», o gato faz o papel de sabichão independente e o cão faz de pouco esperto mas afectuoso. No «Get Fuzzy» a caricatura extrema-se: o gato é uma personagem muito mais malvada (feio que se farta) e o cão é burro que nem uma porta mas, de vez em quando, cozinha o jantar. Já no «Pérolas a Porcos» o rato faz de gato e o porco faz de cão.

Era só isto. Porque é que eu não consigo ser simples?