Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quinta-feira, 30 de junho de 2005

Breves memórias

De onze em onze

Aos 11, morava na estação dos CTT, andava no colégio, não ia para a praia nas férias por causa da poupança para construir a casa (naquele tempo os empréstimos obtinham-se na família porque uma hipoteca da casa era a vergonha social).

Aos 22, já estava casado, uma filha pequena (outra viria encantar-me um ano depois), vivia em Campolide, quase a acabar o curso, part-time nos CTT (não era a colar selos).

Aos 33, outra vez casado, T1 na Graça, mais um bebé, um rapaz, a ver os eléctricos a passar, trabalhava na ferrugem (também faziam comboios em inox).

Aos 44, definitivamente ajuntado, outro menino, bem comportado, apartamento desafogado no Infantado, andava pelas feiras (nada que se compare com ciganos).

Aos 55, ajuntamento continuado, prometendo eternizar-se, “chalet” na Ponte, mais uma menina rabina, metido em engenharias (aspirando a empresário).

[copiado de um blog aqui ao lado]

It was 55 years ago today

Parabéns, Kim!

[No verso:] Quand j’étais très petit. Kim.

quarta-feira, 29 de junho de 2005

Já não posso com um lagarto pelo rabo

Não queria acabar este meu longo dia de trabalho sem parar um bocadinho para vos agradecer. Vocês as três são demais.

terça-feira, 28 de junho de 2005

Beggar AND chooser

Já sabes pedir. Tens de aprender a escolher.

Give credit where it's due...

A propósito deste post.

aqui disse alguma coisa sobre o meu fascínio pelos musicais, mas a verdade é que a situação sempre foi muito mais grave do que então dei a entender.

Desde que nasci nunca fui filha única e deve ter sido isso mesmo que pretendi compensar com as entusiasmadas representações teatrais, cantadas e dançadas, tipo criancinha Von Trapp (so long farewell, auf weidersehen good-bye), às quais a minha irmã tentava não assistir.

Vi o «My Fair Lady» pela primeira vez, na televisão, quando tinha 13 anos e por recomendação da professora de Inglês, recomendação essa que, contra todas as expectativas, decidi aceitar. Gravei em vídeo e passei tardes inteiras a rever o filme, durante semanas a fio, até ficar a saber de cor todos os diálogos e todas a músicas com todas as específicas entoações.

Claro que a Audrey Hepburn era de uma perfeição inigualável, elegante e lindíssima, mas a minha mãe deu-me um desgosto enorme quando me disse que a voz que cantava pela Eliza não era a da Audrey Hepburn, que tinha sido dobrada pela Julie Andrews. Comecei por pensar que era só para me aborrecer porque já ninguém lá em casa podia ouvir falar do filme. Depois acabei por acreditar. Aliás, até há meia hora atrás continuava convencida disso.

Mas não, também não é a voz da Julie Andrews, apesar de esta ter sido considerada para representar o papel de Eliza. Venho a descobrir aqui que a cantora que interpreta as músicas no filme, e também as músicas cantadas por Maria no «West Side Story» (aah - I feel pretty, Oh, so pretty, I feel pretty and witty and bright! And I pity any girl who isn't me tonight, ai ai) nunca foi reconhecida enquanto tal. O seu nome é Marni Nixon e é ela a única responsável pelas habilidades vocais de Eliza (e de Maria). ...A lot of the glory goes to you.

[título e última frase de «You Did It», My Fair Lady]

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Total eclipse of the heart

"Once upon a time I was falling in love but now I’m only falling apart".

O caso do chá branco: tens alguma razão

Mas eu também.

O chá branco é feito a partir das folhas da mesma planta - camellia sinensis - da qual são feitos os outros três tipos de chá: o preto, o verde e o oolong. As folhas destinadas ao chá branco são colhidas antes de abrirem e representam a menor forma de processamento da planta em causa. O chá branco tem a mais baixa taxa de cafeína (5 a 15 miligramas por chávena) e o mais elevado nível de propriedades anti-oxidantes.

[informação obtida através do estudo demorado de sites chatos como estes, durante a hora de almoço - que nervos]

sexta-feira, 24 de junho de 2005

Não perca

Por este andar, lá para Fevereiro ou Março de 2017 poderá contar com os meus pertinentes comentários às séries «Desperate Housewives» e «Six Feet Under».

Joe le taxi

Carrie - I'd like to think that people have more than one soulmate.
Samantha - I agree! I've had hundreds.
Carrie - Yeah! And you know what? If you miss one, along comes another one. Like cabs.
[«Sex and the City», episódio 49, 4ª época]

Anunciado na TV (2)

Na telenovela «Tieta», Cássio Gabus Mendes é o filho de Perpétua, um seminarista que acaba por ser o príncipe encantado de Maria Imaculada. Imaculada é uma das meninas que o Coronel da Tapitanga comprou aos pais para o “entreterem” e a única que se recusa a “entretê-lo”. A Íris, secundária desengraçada do «Vale Tudo» é outra destas meninas do Coronel; é precisamente aquela que vai tentando convencer Imaculada a ceder às investidas do Coronel.

Imaculada não cede - está à espera do seu príncipe - e Elba Ramalho canta: "Meu castelo é a casa da fazenda onde teço minha lenda / Sei, meu príncipe virá / Esse sonho bom que me alimenta, a espera é menos lenta / Se o desejo delirar // Eu prefiro assim, pois com essa espera / Domo a fera que há em mim / É Imaculada, a semente do prazer, rosa ardente, cor florescer [...]". Parece que a letra não é exactamente assim (por isso os itálicos), mas era assim que eu ouvia.

Há coisa de um ano e tal houve quem achasse que me devia alertar: Tu sabes que não existem príncipes encantados, ou não sabes?. Qual quê, mentira.

O teu dragão

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"Lá bem no fundo, tu SABES que é um dragão e continuas assustado".

quinta-feira, 23 de junho de 2005

Retrospectiva

De repente, alguém responde a sério

Será que convém avisar primeiro?
- So how's your life?
- Oh, great. How's yours?
- Not so great.
- Oooh, we're telling the truth.

[Sam e Karen, «The Big Chill»]

Esperta mas no troppo

Já tivemos um diálogo, e por escrito, praticamente igual a este. Lembras-te, Meg? Andei tanto tempo às voltas com aquilo que comecei a tentar explicar-me os conceitos através de bonecos. Ah, os tropos!

quarta-feira, 22 de junho de 2005

Vida de mãe - episódio 18

Eu julgava ingenuamente que a inscrição de um filho numa boa escola era um dado adquirido. Bastava proceder à escolha do estabelecimento de ensino, preencher uma papelada e pagar qualquer coisa.

Estava completamente enganada. Afinal, é necessário:

a) Ostentar o valioso estatuto de antigo aluno.

b) Ter um filho que já ande na escola da nossa preferência.

c) Dormir as duas noites antes da abertura do período de inscrições à porta da escola.

d) Ter uma cunha mais eficaz que as que todos os outros pais também têm.

e) Fazer boa figura na entrevista com o responsável do colégio.

Para garantir o sucesso desta complexa operação, recomendo vivamente a verificação cumulativa dos requisitos acima mencionados.

É que a alternativa poderá consistir numa espera interminável causadora de um profundo sentimento de angústia que se transforma em desespero quando se chega a Junho sem saber onde é que o miúdo vai andar no próximo ano lectivo.

[Acreditem que só consegui escrever este post depois do problema ter sido finalmente resolvido a semana passada mediante o recurso às alíneas d) e e)]

Anunciado na TV

Na telenovela «Vale Tudo» entravam António Fagundes e Regina Duarte; esta fazia de mãe de uma megera (Gloria Pires) e passava de vendedora de sandes na praia a empresária de sucesso no ramo alimentar.

Num plano secundário, Cássio Gabus Mendes (Afonso) tinha como mulher da sua vida Lídia Brondi (Solange – eu achava-a muito gira), mas só depois de passarem pelos vários desencontros da praxe. Nisto entra uma tal de Íris, personagem ainda mais secundária que os outros dois, cujo propósito é entreter o Afonso até serem horas de ele ir ter com a Solange para sempre. É assim que, a dada altura, temos o galã envolvido com uma desengraçada qualquer, que fazia sobretudo de boazinha.

Quando chega o dia de o Afonso e a Solange se entenderem, a produção lá manda que a Íris fique arrumada com um bom rapaz que, não sendo o galã, parece que era um bom rapaz. Íris hesita; até gosta do moço mas tem a sensação de estar a conformar-se por achar que não conseguiria arranjar melhor. Consulta uma amiga perguntando-lhe como irá conseguir viver sem paixão. A amiga responde-lhe dizendo “Você faz como todo o mundo: acompanha na novela”.

De preferência, em ecrã plasma.

terça-feira, 21 de junho de 2005

Falar

Dizer o que nos vai na alma assusta-nos. Claro, porque falar é também ouvirmo-nos. É dar voz ao bocado mais escondido do nosso eu.

A ideia de exteriorizar o que sentimos incomoda-nos. Vivemos muitos anos habituados ao nosso silêncio, adaptados às nossas meias verdades, a transformar instantaneamente em arquivo morto o que nos põe em causa.

O processo até parece eficaz mas tem uma limitação inultrapassável: não apaga a informação, só a esconde. E o que é vivo sempre aparece, às vezes tarde de mais.

segunda-feira, 20 de junho de 2005

O peso dos símbolos

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Porque é que custa tanto tirar o anel?

Vida de mãe - episódio 17

O meu filho já não precisa de dormir com fralda. É um crescido. Agora, já só falta a chucha que ele diz que deita fora quando fizer três anos, ou seja, daqui a menos de um mês. Vamos ver.

Fifty-seven channels and nothing on

ou Ter mais olhos que barriga

Men definitely hit the remote button more than women. Yeah... see, men don't care what's on TV, men only care what else is on TV. Women really want to see what the show is before they change the channel. That's why men hunt and women nest.

[Seinfeld, «The Fire»]

The truth about cats & dogs

O Casamento do "Pequeno" Burguês

ou A culpa é do ecrã plasma

I bought a bourgeois house in the Hollywood hills
With a truckload of hundred thousand dollar bills
Man came by to hook up my cable TV
We settled in for the night my baby and me
We switched 'round and 'round 'til half-past dawn
There was fifty-seven channels and nothin' on
Well now home entertainment was my baby's wish
So I hopped into town for a satellite dish
I tied it to the top of my Japanese car
I came home and I pointed it out into the stars
A message came back from the great beyond
There's fifty-seven channels and nothin' on
Well we might'a made some friends with some billionaires
We might'a got all nice and friendly
If we'd made it upstairs
All I got was a note that said "Bye-bye John
Our love is fifty-seven channels and nothin' on"
So I bought a .44 magnum it was solid steel cast
And in the blessed name of Elvis well I just let it blast
'Til my TV lay in pieces there at my feet
And they busted me for disturbin' the almighty peace
Judge said "What you got in your defense son?"
"Fifty-seven channels and nothin' on"
I can see by your eyes friend you're just about gone
Fifty-seven channels and nothin' on...
Fifty-seven channels and nothin'
[Bruce Springsteen, «57 Channels (And Nothin' On)»]

sexta-feira, 17 de junho de 2005

Online, standby e reserva©

©mãe. Conceito: categorização e repartição essenciais a uma boa gestão dos recursos disponíveis.

It's not that chocolates are a substitute for love. Love is a substitute for chocolate. Chocolate is, let's face it, far more reliable than a man.

[Miranda Ingram]

Falta de marketing

O amor não está a ter muita saída. A generalidade das pessoas continua a preferir o ecrã plasma.

quinta-feira, 16 de junho de 2005

Pâtisserie Parisienne

Arrependinite-pós-coito ou sofrimento-pré-afrontamento

Estes palavrões todos são geniais. Amiga, a tua descrição é quase perfeita.

Tiveram a sua razão de ser mas acredito já estar em condições de garantir a ausência deste tipo de sintomas no nosso próximo encontro.

Esta declaração serve?

quarta-feira, 15 de junho de 2005

You’ve Got Dragons*

Um dia, no primeiro ano do liceu, a minha caneta deixou de escrever e a professora de Ciências da Natureza emprestou-me a dela, uma caneta Parker, para eu fazer o teste. Saí da aula sem me lembrar de devolver a caneta e perdi-a. A professora lembrou-me da caneta na semana seguinte e eu menti, dizendo que a tinha deixado em casa do meu pai e que só voltaria lá daí a quinze dias.

- Costumava manter conversas imaginárias com o “ente” que governava a minha vida. Vamos tratá-lo por “ele”. "Ele" sabia tudo o que eu fazia, por mais escondido que fosse e castigava-me quando eu me portava mal. O castigo fazia-se sentir em qualquer coisa má que me acontecia pouco tempo depois da minha maldade. Também negociava com ele: “eu não faço esta maldade que estava prestes a fazer, mas tens de me garantir que aquela coisa boa vai mesmo acontecer”. Se me apercebia de uma crise à beira de me atingir “lembrava-o” que não me tinha portado mal e, por isso, não se justificava ser castigada. -

Quando perdi a caneta, fartei-me de falar com “ele”. Que não era justo, eu não me tinha portado mal. Passei quinze dias desesperada à espera de um milagre, falando com “ele”, expondo o meu caso que merecia absolvição. Então, no tal fim-de-semana em que era suposto eu trazer a caneta de volta, encontrei uma caneta igualzinha no chão da garagem do meu pai. Quase chorei. Lembro-me de a certa altura me ter questionado se aquela não seria, de facto, a mesma caneta; pus a hipótese de a ter realmente perdido na garagem do meu pai e ela ter ficado ali quinze dias à espera que eu a encontrasse. Mas “ele” entendeu por bem que eu não questionasse a sua existência e o seu poder sobre a minha vida. Quando finalmente entreguei a caneta à professora, ela começou a escrever e disse: “ah, mas esta caneta tinha tinta azul e agora escreve a preto...?”; eu encolhi os ombros e respondi: “se calhar o meu pai mudou a carga...”. [de um email]

*«Vamos Falar de Dragões?» é um livro da autoria de Kathryn Cave e Nick Maland sobre como tratar dos medos. Tal como «O Pássaro da Alma», vem disfarçado de livro infantil. Recomenda-se a sua leitura a todos os adultos.

terça-feira, 14 de junho de 2005

Descoberta

Este fim-de-semana descobri mais três amigos. Já não são apenas filhos de alguém que eu adoro. São pessoas de quem gosto.

Até quando?

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A porta fechou-se com um estrondo. Preferia que não tivesse batido, que tivesse sido encostada com cuidado para não fazer barulho. Não foi possível. Paciência. Eu sei que não é para sempre.

segunda-feira, 13 de junho de 2005

O lado bom da tristeza (3)

Edward Hopper, a propósito de um presente.

Automat (1927), Tate Modern, Londres.

The woman at the table looks as if she’s been there forever - she has become her surroundings. Her hat, and the clothes she wears, blend to the colours of the place. She looks disappointed, but the complete alone-ness of her figure is wonderfully calming. The contrast of her pale legs against the soft black of the table and chair gives a feeling of self-containment.

Hopper expresses mood through his particular colours and method of composition. He seems to see the world in the same way as a film-maker or photographer. His scope is the whole scene rather than miniscule detail. Buildings take on the same emotional quality as people - possibly more so. [daqui]

O lado bom da tristeza (2)

Antony And The Johnsons

A primeira vez que ouvi «Hope There’s Someone» foi aqui, há umas três semanas atrás. Ouvi-a várias vezes de seguida pela estranheza que me causou. Depois, ouvi o álbum todo na Les Mots à la Bouche e outra vez a música de abertura do cd, na megastore da Virgin, também em Paris. Lá tive de comprar o disco, e gosto muito. É comovente duma maneira diferente (e a eloquência emocional não é o meu forte).

domingo, 12 de junho de 2005

Pub

Juntos e ao vivo na exposição «Le Monde de Franquin».

sábado, 11 de junho de 2005

Para mais tarde recordar (2)

Conhecia uma pessoa que implicava com a quantidade de fotografias que eu tirava e, mais tarde, com o facto de andar também de máquina de filmar para trás e para diante. Dizia que mais valia olhar com tempo e dedicar à observação toda a atenção que dava ao registo fotográfico e fílmico. Ele tinha alguma razão e eu tenho algumas explicações.

Por exemplo, preciso de provas que demonstrem que estive ali e vi aquilo e que já fui mais magra (e mais gorda, é verdade). Por outro lado, há momentos em que o entusiasmo se transforma em ansiedade e fico convencida que ilha de Capri vai desaparecer inteirinha dali por meia hora, ou pelo menos aquela luminosidade específica, o que é igual. E, é claro, o grande argumento de que as palavras não chegam para descrever aquilo que vemos (de regresso, descubro que as fotografias e o filme também não fazem plena justiça, servem como sucedâneo ou como forma de reavivar o que só foi registado pelos olhos). Por fim, há que dar a devida relevância ao factor do costume. A minha mãe sempre distribuiu entre nós o fardo de acartar com o equipamento: tu levas a grande angular, a tua irmã tem a teleobjectiva, eu fico com a de filmar; tenho de comprar uma máquina mais leve. Lembro-me de reclamar bastante contra esta tirania das fotos e dos filmes, em especial quando era incumbida de filmar e ficava a ver as vistas por um canudo.

Ora, isto não veio a propósito das recordações fotográficas da Huma. Acontece que fui passar uns diazitos a Paris e esqueci-me do carregador da máquina fotográfica em casa. A depressão profunda durou dez minutos, um período de tempo cuja duração não poderá ser devidamente apreciada sem levar em conta que me encontrava à beira Sena, a caminhar na direcção da ponte que liga o Trocadero à Torre Eiffel, quando me apercebi da catástrofe. Depois, conformei-me a ter experimentar como seria isto de viajar e passear e ver, sem fotografar.

[tirei 9 fotos com a máquina digital e 37 com uma descartável, o que, como é óbvio, é o mesmo que nada]

segunda-feira, 6 de junho de 2005

Para mais tarde recordar

O meu pai convidou-me em cima da hora para um jantar em casa dele porque - a bem dizer - faltava uma pessoa para completar a mesa de oito lugares. Eu aceitei preencher a vaga apesar de achar que uma reunião de primos afastados cuja média de idades rondava os sessenta anos poderia não constituir o melhor programa para uma sexta-feira à noite. Enganei-me.

As banalidades ditas no início do jantar foram rapidamente substituídas por uma conversa séria, intensa e profunda sobre relações familiares, onde todos partilharam as suas histórias, algumas delas incómodas e outras até dolorosas.

Muitos de nós se emocionaram com os relatos e alguns até choraram ao ouvir ou ao contar os pormenores mais comoventes. Foram feitos, perante uma plateia, desabafos que normalmente apenas se sussurram ao ouvido do nosso melhor amigo.

No final da noite, despedimo-nos calorosamente sem vergonhas nem remorsos.

E eu fui para casa a meditar na surpreendente abertura que pessoas bastantes mais velhas e aparentemente muito tradicionais souberam demonstrar, ainda por cima na presença de um elemento absolutamente estranho que era eu, uma miúda de trinta e dois anos caída de pára-quedas naquela catarse familiar.

sexta-feira, 3 de junho de 2005

Bon voyage

Quero ver no teu regresso um sorriso na cara, um brilho nos olhos e um calor no coração.

Isto é mesmo assim

Dormir dá um cansaço.

quinta-feira, 2 de junho de 2005

Eu gosto é do verão

Fez uma directa a trabalhar mas ainda não sabe a que horas é que vai poder ir para casa pôr o sono em dia, se bem que, antes disso, vai almoçar, e finalmente percebeu que o que está a dar é escrever posts na terceira pessoa do singular.

quarta-feira, 1 de junho de 2005

Acorrentada

Pela suspeita do costume. Dá-me jeito porque estou sem nada para dizer.

1. Qual o último filme que viste no cinema? «O Lado Bom da Fúria».

2. Qual a tua sessão preferida? Tanto faz. Durante anos a fio só ia à sessão da meia-noite. Depois comecei a adormecer no cinema e passei a frequentar a sessão das nove. Fui ver o segundo episódio do «Senhor dos Anéis» às seis da tarde e ferrei no sono ao fim de 20 minutos. Gosto é de variar. Vi «O Lado Bom da Fúria» numa sessão do princípio da tarde e gostei de sair do cinema ainda de dia.

3. Qual o primeiro filme que te fascinou? «My Fair Lady»

4. Para que filme gostarias de ser transportado? "In a musical, nothing dreadful ever happens", só que na história da Selma não foi bem assim.

Sempre que revejo «Os Amigos de Alex» sinto-me em casa. Há muito tempo, na única vez que vi «Juncos Silvestres» do Téchiné, lembro-me de ter tido essa específica vontade de entrar para dentro do filme (do qual, de resto, já não me lembro). Estes filmes falaram-me de uma forma de ligação e de intimidade na amizade que eu estava convencida que, ou não existia, ou eu nunca iria conhecer. Só mesmo assistindo no cinema. Mas afinal tive sorte - muita sorte - e portanto já não vale a pena ser transportada para nenhum destes dois.

Assim, posso gastar este bilhete para ir viver uma aventura com o Indiana Jones sem um niquito de romance que seja.

5. E, já agora, qual a personagem de filme terias gostado de conhecer um dia? Já agora, podia ser a Scarlett O’Hara, se faz favor.

6. Que actor(actriz)/produtor(a)/realizador(a)/argumentista gostarias de convidar para jantar? [Se posso mandar vir o que quiser porque não formular esta pergunta como deve ser, ou seja: Que actor(actriz)/produtor(a)/realizador(a)/argumentista gostarias que te convidasse para jantar?] Pierce Brosnan, Pierce Brosnan, Pierce Brosnan, Pierce Brosnan, Pierce Brosnan, Pierce Brosnan e também aquele rapaz, o Pierce Brosnan. Se ainda me restasse alguma disponibilidade de agenda, aceitaria convites de Jim Carrey, Kevin Spacey, um ou dois Kaufmans, Drew Barrymore, este e aquele Coen, Kevin Kline, Thomas Vinterberg, William Hurt, Uma Thurman, ...

7. A quem vais passar o testemunho? À Sara, que não se conforma; ao dan, para tentar uma reaproximação pós-campeonato; e às duas preguiçosas que, em Janeiro, nos enviaram o questionário mais interessante de todos.