Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

terça-feira, 28 de junho de 2005

Give credit where it's due...

A propósito deste post.

aqui disse alguma coisa sobre o meu fascínio pelos musicais, mas a verdade é que a situação sempre foi muito mais grave do que então dei a entender.

Desde que nasci nunca fui filha única e deve ter sido isso mesmo que pretendi compensar com as entusiasmadas representações teatrais, cantadas e dançadas, tipo criancinha Von Trapp (so long farewell, auf weidersehen good-bye), às quais a minha irmã tentava não assistir.

Vi o «My Fair Lady» pela primeira vez, na televisão, quando tinha 13 anos e por recomendação da professora de Inglês, recomendação essa que, contra todas as expectativas, decidi aceitar. Gravei em vídeo e passei tardes inteiras a rever o filme, durante semanas a fio, até ficar a saber de cor todos os diálogos e todas a músicas com todas as específicas entoações.

Claro que a Audrey Hepburn era de uma perfeição inigualável, elegante e lindíssima, mas a minha mãe deu-me um desgosto enorme quando me disse que a voz que cantava pela Eliza não era a da Audrey Hepburn, que tinha sido dobrada pela Julie Andrews. Comecei por pensar que era só para me aborrecer porque já ninguém lá em casa podia ouvir falar do filme. Depois acabei por acreditar. Aliás, até há meia hora atrás continuava convencida disso.

Mas não, também não é a voz da Julie Andrews, apesar de esta ter sido considerada para representar o papel de Eliza. Venho a descobrir aqui que a cantora que interpreta as músicas no filme, e também as músicas cantadas por Maria no «West Side Story» (aah - I feel pretty, Oh, so pretty, I feel pretty and witty and bright! And I pity any girl who isn't me tonight, ai ai) nunca foi reconhecida enquanto tal. O seu nome é Marni Nixon e é ela a única responsável pelas habilidades vocais de Eliza (e de Maria). ...A lot of the glory goes to you.

[título e última frase de «You Did It», My Fair Lady]