Desportos radicais
Há poucos meses atrás, mantive uma conversa telefónica durante três horas e tal.
The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]
Há muitos anos, o meu tio queixava-se à minha mãe por eu conseguir ser mais monossilábica e lacónica do que ele ao telefone. Ao longo do tempo fui-me aperfeiçoando na arte de começar a concluir um telefonema a partir do momento em que ele se inicia.
Hoje, o meu irmão concedeu-me a exacta soma de quarenta e quatro segundos de conversação telefónica, estabelecida com o propósito de lhe dar os parabéns pelo seu vigésimo terceiro aniversário, o que pude confirmar por ter ficado a olhar, atónita, para o visor do aparelho depois de terminada a ligação (super)sónica. Já me ultrapassou.
Nestes Sábados, ao sair de casa envolta em laços, folhos, cetins e sedas, com o cabelo de cabeleireiro, a malinha, a écharpe, os sapatos próprios (impróprios para andar), só desejo chegar rapidamente ao meu destino, onde está tudo mascarado como eu (ou pior). O pesadelo seria, por exemplo, ter de parar para pôr gasolina.
A recentíssima actividade profissional que desenvolvo pressupôs um regresso às origens. Dez anos após uma grande desilusão e a respectiva manobra de inversão de marcha, voltei aos livros técnicos e ao trabalho puramente intelectual.
A conclusão a que rapidamente cheguei foi que muito do conhecimento adquirido ainda se encontrava algures arquivado no meu cérebro e que a tarefa principal consistiria em voltar a juntar pacientemente as respectivas peças.
Pelo caminho, também percebi que não estive enganada este tempo todo: de facto, o direito nunca foi, nem é a minha vocação. Não faz mal. Vou usar este capítulo do meu currículo para exercer uma profissão e aceitar ao mesmo tempo que a concretização do meu life purpose (seja ele qual for) fique para depois.
Uma música que eu ouvia muito há vinte anos atrás, num ficheiro digital em que, no início, se distingue o barulho da agulha a tocar no vinil. Para mim é sobre o casamento.
Pó Xico muito € e muito sucesso!
Nome do Artista: João Figueiredo.
Artista Plástico, nasceu em 1970.
Descrição da vaca: A grande mensagem é desejarmos mais e irmos mais longe, quer pessoal quer profissionalmente. Dar a conhecer os nossos desejos e inspirar os outros. Se tivermos todas as ferramentas ao nosso dispor, conseguiremos concretizar tudo aquilo que queremos, basta fazermos as nossas escolhas.
Localização: Marquês de Pombal.
Nome do Patrocinador: Wall Street Institute.
Quando alguém por quem não tenho muita consideração se diz grande apreciador de qualquer coisa que eu goste imenso (excluindo, talvez, especialidades gastronómicas), sobrevêm-me dois efeitos sucessivos no tempo: primeiro, uma dolorosa desvalorização da "coisa"; segundo e para salvar a "coisa", uma impensável valorização de "alguém".
O príncipe Carlos tem aquele arzinho e afinal até deve ser uma pessoa interessante.
No Domingo passado, as minhas irmãs resolveram fazer uma espécie de rally-paper com o meu filho. Pegaram no carro e foram à procura das 101 vacas espalhadas por Lisboa. O miúdo e as tias não só se divertiram imenso como ainda fizeram uma foto-reportagem do programa para a família.
Para quem quiser saber mais acerca desta iniciativa, clique aqui.
He's remarkable. The orchestration is fantastic and the words, the lyrics and everything. He is a remarkable man and he has this incredibly laid-back, gravely voice.
[Príncipe Carlos dixit]
Venho aqui denunciar que os jornalistas do Grupo Renascença estão sempre a dar mais notícias do que outros sobre as andanças do Papa, o que me leva a suspeitar que estarão a ser pagos pela Igreja Católica.
This year's love had better last
Heaven knows it's high time
I've been waiting on my own too long
But when you hold me like you do
It feels so right
I start to forget
How my heart gets torn
When that hurt gets thrown
Feeling like you can't go on
Turning circles when time again
It cuts like a knife
If you love me got to know for sure
'Cause it takes something more this time
Than sweet sweet lies
Before I open up my arms and fall
Losing all control
Every dream inside my soul
And when you kiss me
On that midnight street
Sweep me off my feet
Singing ain't this life so sweet
This year's love had better last
This year's love had better last
So who's to worry
If our hearts get torn
When that hurt gets thrown
Don't you know this life goes on
And won't you kiss me
On that midnight street
Sweep me off my feet
Singing ain't this life so sweet
This year's love had better last...
Sozinha em casa e sem nada de concreto para fazer, pus um CD emprestado a tocar. Em vez de música, ouvi uma voz que me convidava a entrar num estado de meditação que me permitiria visualizar a minha vida daqui a um ano.
Apesar do meu cepticismo, segui atentamente as instruções. Fechei os olhos e concentrei-me o mais que pude. Durante os primeiros minutos, não vi nem senti nada.
Contudo, a certa altura, comecei involuntariamente a sorrir e a vislumbrar um efeito ondulante colorido, confundível com o das ondas. Depois, avistei nitidamente um pássaro branco com umas asas enormes a voar em direcção ao céu e, sem perceber porquê, desatei a chorar de alegria.
Eu sei que este relato é muito estranho mas juro que a experiência é verídica e que não foi acompanhada da ingestão de nenhuma bebida alcoólica ou substância psicotrópica.
“Se se quer fazer montanhismo, tem que se ter um bom acampamento de apoio, um lugar onde haja abrigo e provisões, onde se recebem cuidados e se descansa antes de se aventurar a subir a outro pico. Os montanhistas de sucesso sabem que têm que passar tanto tempo, ou mais, a tratar do acampamento como a subir às montanhas, porque a sua sobrevivência depende do cuidado que têm em assegurar que o acampamento é bem montado e aprovisionado.
Um problema comum e tradicionalmente masculino é o criado pelo marido que, depois de estar casado, dedica todo o tempo a subir às montanhas e nenhum a tratar do casamento, ou acampamento de apoio, esperando que ele esteja em perfeita ordem sempre que decidir voltar para ele, para o seu descanso e lazer, sem assumir nenhuma responsabilidade pela sua conservação. Mais cedo ou mais tarde, esta abordagem “capitalista” falha e ele regressa ao acampamento para o encontrar num caos, tendo a sua mulher, a quem deu tão pouca atenção, sido hospitalizada com um esgotamento nervoso, ou fugido com outro homem, ou renunciado de qualquer outra forma ao lugar de supervisora do acampamento.
Outro problema igualmente vulgar e tradicionalmente feminino é criado pela mulher que, assim que se casa, acha que atingiu o seu objectivo de vida. Para ela, o acampamento de apoio é o pico. Não entende e não aceita a necessidade de o marido se realizar e ter outras experiências para além do casamento e reage com ciúme e exigências infindas para que ele dedique cada vez mais energia à casa. Como outras soluções “comunistas” do problema, esta cria uma relação sufocante e estagnadora em que o marido, sentindo-se preso e limitado, pode bem fugir numa altura de “crise de meia idade”.
O movimento de libertação da mulher tem sido útil em mostrar o caminho que é obviamente a solução ideal: o casamento como uma instituição realmente cooperante, que exige grandes contribuições e cuidados mútuos, tempo e energia, mas que existe principalmente com o objectivo de apoiar cada um dos participantes na sua jornada individual em direcção ao seu pico individual de desenvolvimento espiritual. Tanto o homem como a mulher têm que cuidar do lar e ambos têm que se aventurar".
Excerto do livro O caminho menos percorrido de M. Scott Peck.
How can a woman be expected to be happy with a man who insists on treating her as if she were a perfectly normal human being?
[Oscar Wilde]
La cosa che mi piace più di tutte è vedere le case, vedere i quartieri, e il quartiere che mi piace più di tutti è la Garbatella. E me ne vado in giro per i lotti popolari. Però non mi piace vedere solo le case dall'esterno, ogni tanto mi piace vedere anche come sono fatte dentro. E allora suono un citofono, e faccio finta di fare un sopralluogo, e dico che sto preparando un film. Il padrone di casa mi chiede: "Di che parla questo film?". E io non so che dire. "Cos'è questo film…? È la storia di un pasticcere, trotzkista... Un pasticcere trotzkista nell'ltalia degli anni '50, è un film musicale. Un musical.".
[Nanni Moretti em «Caro Diario»]
“Eu defino o amor assim: a vontade de expandir o Eu com o objectivo de alimentar o seu próprio desenvolvimento espiritual ou o de outrem".
Excerto do livro O caminho menos percorrido de M. Scott Peck.
"O acto de amar é um acto de auto-evolução mesmo quando o objectivo do acto é o desenvolvimento de outra pessoa".
Excerto do livro O caminho menos percorrido de M. Scott Peck.
"Só se alargam os limites excedendo-os, e exceder os limites exige esforço. Quando amamos alguém, o nosso amor só se torna demonstrável ou real através do nosso empenho – pelo facto de que por alguém (ou por nós próprios) damos um passo a mais ou caminhamos mais uma milha. O amor não acontece sem esforço. Pelo contrário, o amor é trabalhoso”.
Excerto do livro O caminho menos percorrido de M. Scott Peck.
O que eu queria era ser mais parecida com ele. O que eu não quero é que ele fique parecido comigo.
Quando caminho pela rua lado a lado com você
Me deixas louca
E quando escuto o som alegre do teu riso
Que me dá tanta alegria,
Me deixas louca
Me deixas louca quando vejo mais um dia
Pouco a pouco entardecer
E chega a hora de ir pro quarto escutar
As coisas lindas que começas a dizer
Me deixas louca
Quando me pedes por favor que nossa lâmpada se apague
Me deixas louca
Quando transmites o calor de tuas mãos
Pro meu corpo que te espera
Me deixas louca
E quando sinto que teus braços se cruzaram em minhas costas
Desaparecem as palavras, outros sons enchem o espaço
Você me abraça, a noite passa
E me deixas louca
”Todos os pais desiludem os filhos e todos os filhos desiludem os pais”. Quando há dias, ouvi esta frase, fiquei muito surpreendida, ou melhor, incomodada com o seu conteúdo e depois de me obrigar a pensar, percebi porquê.
É que eu passei a vida a personificar todas as virtudes na minha mãe e sempre achei que a fórmula dela era a única para sermos verdadeiramente alguém. Não lhe conseguia ver defeitos, fraquezas, ou apenas aspectos com os quais eu não me identificasse. Ela era basicamente o meu herói e eu sonhava um dia conseguir ser igual àquela super mulher, duvidando ao mesmo tempo ser alguma vez capaz de alcançar aquele estatuto divino.
Pelo meio do caminho, e por razões óbvias, não me permiti humanizá-la. Tinha estruturado a minha maneira de ser com base naquela visão endeusada e, por isso, não lhe podia retirar o pedestal sob pena de cair também. Achava eu.
Só há bem pouco tempo, é que comecei a perceber e a aceitar que existem diversas soluções para gerirmos as nossas vidas. As dos nossos pais, as nossas e as das outras pessoas.
Após este primeiro passo, dei rapidamente outro, muito mais agressivo e radical e que consistiu em olhar para a minha mãe com outros olhos, mais independentes e objectivos e, depois, lidar com as diferenças de perspectiva.
Este processo foi (e ainda é) doloroso não só para quem olha mas também para quem é visto. As duas partes pressentem o perigo, ficam assustadas com o eventual desfecho fracturante daquele percurso.
Tenho de reconhecer que ao explorar este novo caminho, não só me desiludi com alguns aspectos desta nova imagem mais real da minha mãe, como ainda tive de aceitar o facto de também a ter de a desapontar para assumir quem sou. Mas, ao mesmo tempo, cheguei a uma conclusão que me causou um enorme alívio: eu não deixei de gostar menos dela por causa disso.
Apercebi-me que o que nos une não é tanto a identidade de feitios mas os laços de profundo afecto que construímos, desenvolvemos e solidificámos ao longo destes fabulosos trinta e três anos de convívio.
Combinámos mais um jantar em minha casa. Sem tempo para cozinhar uma receita nova, contentei-me em repetir o gratinado de legumes com arroz basmati e, contrariamente ao que faço sempre, arranjei uns morangos para a sobremesa em vez de fazer ou comprar um doce.
Quando a Sam e a Karma bateram à porta, ainda andava eu de volta dos tachos. Ao entrarem, surpreenderam-me com um embrulho muito suspeito, da Hussel.
Não queria acreditar: no dia em que eu tinha resolvido retirar o açúcar da ementa, elas tinham decidido comprar os utensílios e ingredientes necessários para fazer uma fondue de chocolate! Claro que nem sequer me dei ao trabalho de pensar em resistir à tentação e aderi imediatamente àquela fantástica iniciativa.
Entretanto, a Huma apareceu, rejubilou com a notícia e lembrou-se de acrescentar rodelas de banana ao sortido de morangos, biscoitos de limão e Rollitos da Cuétara, destinado a ser mergulhado na marmita de chocolate quente.
Escusado será dizer que a experiência gastronómica foi aclamada de pé e repetida até não mais poder e que depois de termos comido tudo a que tínhamos direito, acabámos a noite como sempre, a conversar animadamente e a beber chá.
Turquesa - Criatividade
A turquesa facilita a comunicação e aumenta a capacidade criativa do pensamento. Actua no quinto chacra, melhorando a comunicação de ideias e de emoções. Reconhecido talismã para viajantes, absorve a energia negativa e purifica o sangue, por isso está indicada para o tratamento de problemas de circulação. Inspira criatividade, paz, equilíbrio emocional, comunicação, lealdade e sabedoria.
...
cambia il vento ma noi no
e se ci trasformiamo un po'
e' per la voglia di piacere
a chi c'e' gia' o potra' arrivare
a stare con noi
...
Fiorella Mannoia
Ter um filho sairá, sem dúvida nenhuma, muito mais caro do que o temido aumento das contribuições para a Segurança Social. Afinal onde é que está o incentivo? Eu preciso de um incentivo. Show me the money!
Para apreciação:
Três horas antes de o Diabo espirrar, eu estaria em casa a preparar-me para sair e a debater-me com a velha questão de levar ou não os lenços. Podem fazer falta mas tiram muito espaço na carteira. Além disso, acabo sempre por gastá-los com este e com aquele, todos Diabos, que insistem em espirrar ou entornar cafés ou pingar gelados e outras porcarias. Enquanto que comigo nunca acontece nada que requeira a utilização de um lenço. Não levo.
Chega, então, o momento em que o Diabo, que reconheço como tal, espirra. Eu fico aflitíssima porque sei que só não tenho lenços por avareza premeditada. Consumida pela culpa, corro à tabacaria para comprar um pacote de lenços de papel. Regresso num instante e, sem mais delongas, agarro o Diabo pela nuca e assoo-lhe o narizinho.
Os pacientes de Freud deitavam-se neste sofá durante as sessões de psicanálise, há coisa de cem anos. (Daqui - reparem na estatuária lá atrás)
I was in a strict Freudian analysis for a long time. My analyst died two years ago, and I never realized it, (...).
[Woody Allen, Standup Comic]
I was depressed at that time. I was in analysis. I was suicidal as a matter of fact and would have killed myself, but I was in analysis with a strict Freudian, and, if you kill yourself, they make you pay for the sessions you miss.
[do filme «Annie Hall», ouvir]
Gostei de ler o artigo da «Pública» a propósito dos 150 anos do nascimento de Freud. Escreveram sobre a psicanálise na óptica do utilizador: “O compositor António Pinho Vargas, referência da música contemporânea portuguesa, deitou-se no divã 45 minutos de cada vez, várias vezes por semana, durante seis anos.” e deu o seu depoimento à revista. E também na óptica do programador, com entrevistas a dois ou três psicanalistas.
Agradaram-me os comentários de António Pinho Vargas sobre o assunto. Transmitiu a imagem de alguém que assimilou os prós e os contras, como quem diz que a psicanálise foi uma boa terapia à falta de melhor. Gostei da sua alusão à “fase em que se tornou "psicanalista" dos amigos ("há sempre essa fase, deve ser uma chatice para eles")” e da relevância que deu ao facto de lhe caber a ele “pôr fim à coisa, ou seja, encerrar a análise”, reconhecendo que “demorou muito a compreender” que assim era.
Aquilo que me passou a desagradar na psicanálise, e que desconhecia por completo até ver este artigo, foi o ambiente dos espaços onde decorrem as sessões, exibido nas fotografias que acompanhavam o texto. Salas na penumbra com nuvens de fumo, uma decoração pesada e muito escura, divãs e cadeirões em couro, paredes forradas a cortiça. Um pavor digno de proporcionar muitos pesadelos. Segundo a descrição de uma destas salas: “Cá dentro é um espaço sem dia nem noite, sempre de estores corridos, com tapetes persas, versos sufis, pintura moçambicana, máscaras e vidros venezianos, um guarda-fogo chinês, estatuária africana, sul-americana, eslava, egípcia, greco-romana.”.
Analisam-se, neste artigo, as diferentes posições quanto à questão de o modelo clássico de psicanálise estar morto ou não e uma coisa é certa: os consultórios parecem jazigos.
A Biocoop comercializa produtos provenientes de agricultura biológica. A Huma (ela é que domina estes temas) levou-me lá há cerca de uma semana e eu fiquei fã.
As instalações são rudimentares mas a variedade da oferta é grande. Vendem legumes e fruta, carne fresca, lacticínios, todo o tipo de cereais, condimentos, chás, etc. Também dispõem de uma secção de detergentes, cremes, shampôs e afins. Os preços são em geral um pouco mais caros mas a diferença justifica-se e compensa.
Já agora, podem encontrar aqui uma série de argumentos a favor do consumo deste tipo de produtos.
I love you coffee;
you make me glow.
You make me smile.
I love you so.
My nerves don’t like you,
but what do they know?
Um poema, em estrangeiro, de Garfield (o gato). Não arrisco tradução da minha autoria em textos desta complexidade. It's poetry, if you can handle it.
We won't make the promises that every lover makes
Only to find that all we've made are similar mistakes
Oh you and I won't wish for things
Like other lovers do
But let's cross our hearts and hope to die
If none of them come true
[de «All The World Loves Lovers», Prefab Sprout]
Faz mais de quatro meses que o miúdo, o pai dele, o cão e eu nos separámos. A ruptura não envolveu grandes dramatismos porque não só foi planeada, como amortecida pelos laços de respeito e amizade que sobreviveram à relação conjugal.
Em todo o caso, o mundo do meu filho deixou de ser o mesmo: passou a viver só com a mãe e a ter de andar com uma mochila às costas para ir ver o pai.
Ao princípio, ele pareceu reagir muito bem à mudança, não tendo havido durante os primeiros tempos particulares manifestações de tristeza, fúria ou angústia. Estranhei mas habituei-me rapidamente à ideia confortável do miúdo estar a ultrapassar a questão com uma perna às costas. Fui deliberadamente ingénua.
Na realidade, só agora é que ele está a reagir à situação, fazendo perguntas, chorando e zangando-se comigo; e só agora é que eu estou a encarar o desgosto dele e a aceitar partilhá-lo.
«Ella», Bebe. Ouvir aqui. Não percebo nadinha desta coisa nova chamada Macromedia Flash Player. Que nervos.
Ella se ha cansao de tirar la toalla,
se va quitando poco a poco telarañas.
No ha dormido esta noche
pero no está cansada,
no mirao ningún espejo
pero se siente tó guapa.
Hoy ella se ha puesto color en las pestañas,
hoy le gusta su sonrisa, no se siente una extraña,
hoy sueña lo que quiere, sin preocuparse por nada,
hoy es una mujer que se da cuenta de su alma.
Hoy vas a descubrir que el mundo es sólo para ti,
que nadie puede hacerte daño, nadie puede hacerte daño.
Hoy vas a comprender que el miedo
se puede romper con un sólo portazo.
Hoy vas hacer reír porque tus ojos
se han cansado de ser llanto, de ser llanto,
hoy vas a conseguir reírte hasta de ti
y ver que lo has logrado.
Hoy vas a ser la mujer que te dé la gana de ser,
hoy te vas a querer como nadie te ha sabido querer.
Hoy vas a mirar pá 'lante que pá tras ya te dolió bastante,
una mujer valiente, una mujer sonriente,
mira como pasa, ja!
Hoy no has sido la mujer perfecta que esperaban,
ha roto sin pudores las reglas marcadas.
Hoy ha calzado tacones para hacer sonar sus pasos,
hoy sabe que su vida nunca más será un fracaso.
Hoy vas a descubrir que el mundo es sólo para ti,
que nadie puede hacerte daño, nadie puede hacerte daño.
Hoy vas a conquistar el cielo sin mirar lo alto que queda del suelo.
Hoy vas a ser feliz aunque el invierno sea frío y sea largo, y sea largo,
hoy vas a conseguir reírte hasta de ti
y ver que lo has logrado.
Hoy vas a descubrir que el mundo es sólo para ti,
que nadie puede hacerte daño, nadie puede hacerte daño.
Hoy vas a comprender que el miedo
se puede romper con un sólo portazo.
Hoy vas hacer reír porque tus ojos
se han cansado de ser llanto, de ser llanto,
hoy vas a conseguir reírte hasta de ti
y ver que lo has logrado.
Tenho descoberto, nos blogues, várias músicas que não conhecia e das quais venho a gostar bastante. Desde que tenho o iTunes, comecei a copiá-las para o computador sem sequer as ouvir. Depois passo-as para o iPod até que, um belo dia, o shuffle trata de as pôr a tocar. Então fico muito intrigada: “Isto é giro. O que será?”, e o ecrã diz-me o nome da música e do(s) interprete(s).
O que o ecrã não me diz é quem mos apresentou. É um registo que gosto de manter, saber quem me indicou uma música/banda de que passei a gostar ou onde é que ouvi falar e até em que circunstâncias a ouvi pela primeira vez.
Ora, quando finalmente me interesso por aquela música, que nunca tinha ouvido até o shuffle a seleccionar, às vezes já não me consigo lembrar de onde a fui buscar. Não é muito frequente - por regra não me esqueço de nada – mas há casos. Entre as minhas preferidas, destas músicas órfãs, estão neste momento: «Laid» dos James, «A Higher Power» de Jens Lekman e, em especial, «Just a Faint Line», de/dos (?) Azure Ray. Caíram-me do céu.
Calvin: Today at school, I tried to decide whether to cheat on my test or not. I wondered, is it better to do the right thing and fail ... or is it better to do the wrong thing and succeed? On the one hand, undeserved success gives no satisfaction ... but on the other hand, well-deserved failure gives no satisfaction either. Of course, most everybody cheats some time or other. People always bend the rules if they think they can get away with it ... then again, that doesn't justify my cheating. Then I thought, look, cheating on one little test isn't such a big deal. It doesn't hurt anyone ... but then I wondered if I was just rationalizing my unwillingness to accept the consequence of not studying. Still, in the real world, people care about success, not principles ... then again, maybe that's why the world is in such a mess. What a dilemma!
Hobbes: So what did you decide?
Calvin: Nothing. I ran out of time and I had to turn in a blank paper.
Hobbes: Anymore, simply acknowledging the issue is a moral victory.
Calvin: Well, it just seemed wrong to cheat on an ethics test.
You Were a Parrot |
Via Bomba
“Mãe, quero entrar dentro da televisão. Vou partir o vidro para ir ter com o Woody”.
Obviamente que logo a seguir a esta afirmação, dei uma série de explicações racionais e objectivas ao meu filho sobre o aparelho e os modos possíveis de aparecer do lado de lá do ecrã. Pelo sim, pelo não.
Gostava imenso de testes-diagnóstico ou surpresa. Testes em que não era suposto enchermos páginas com matéria desarticulada lida de véspera. Não existiam expectativas, era quase como ir fazer análises clínicas. Queriam saber quão pouco eu sabia e eu dizia-lhes. Sabia-me lindamente. E eram, sem dúvida, os testes em que me saía melhor. Quanto mais ignorante me encontrava, mais fluente ficava.
Personality Disorder Test Results
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A estreia já aconteceu há dias e eu continuo a aguardar pela opinião do crítico. Sei que o profissional em causa é de boa índole, por isso calculo que o atraso se deva ao facto de ele ainda andar à procura das palavras certas.
Ontem, ao entrar no ginásio com a minha mana mais nova, encontrei uma rapariga conhecida de um amigo meu. Cumprimentei-a e apresentei-lhe a minha irmã.
A sujeita olhou para nós as duas, fez um ar surpreendido e proferiu o seguinte comentário: “ela parece ser tua filha!”
Senti-me tão enxovalhada com a observação que nem sequer consegui brincar com o assunto. Mais tarde, ao chegar a casa, fui olhar para mim. Mirei-me calmamente ao espelho e acabei por chegar à conclusão que tinha de facto envelhecido.
É claro que não julgo aparentar os quarenta anos que aquela frase assassina sugeria (a minha irmã tem vinte e cinco) mas é verdade que estou com um ar cansado e com as rugas indubitavelmente mais vincadas que há um ano atrás.
É o que acontece a quem virou a vida do avesso e percebeu que para evoluir, teria de arrancar o braço e colocá-lo no lugar da perna. De facto, o crescimento, apesar de imprescindível, não é indolor, nem conduz à fonte da juventude.