Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Vida de mãe - episódio 34

Faz mais de quatro meses que o miúdo, o pai dele, o cão e eu nos separámos. A ruptura não envolveu grandes dramatismos porque não só foi planeada, como amortecida pelos laços de respeito e amizade que sobreviveram à relação conjugal.

Em todo o caso, o mundo do meu filho deixou de ser o mesmo: passou a viver só com a mãe e a ter de andar com uma mochila às costas para ir ver o pai.

Ao princípio, ele pareceu reagir muito bem à mudança, não tendo havido durante os primeiros tempos particulares manifestações de tristeza, fúria ou angústia. Estranhei mas habituei-me rapidamente à ideia confortável do miúdo estar a ultrapassar a questão com uma perna às costas. Fui deliberadamente ingénua.

Na realidade, só agora é que ele está a reagir à situação, fazendo perguntas, chorando e zangando-se comigo; e só agora é que eu estou a encarar o desgosto dele e a aceitar partilhá-lo.

3 Comments:

Blogger Filipa said...

Que arrepio...
Para já a M só vai mudando de colo, porque ainda é muito pequenina - 13 meses e meio... E tem sido só o pai a reagir..mas assusta-me pensar na reacção daqui a uns tempos quando começar a perceber...

7:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá "Meg". Já passei pelo mesmo, embora sendo pai (o meu filho da relação desfeita vive, como o seu, com a mãe). Deixo-lhe, modestamente, um conselho: faça os possíveis e os impossíveis para que a criança não se culpabilize a ela própria pela separação. Elas têm tendência para fazê-lo. Quanto ao mais, o óbvio: carradas de paciência, toneladas de amor. O tempo cura tudo. Boa sorte,
J.

9:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Meg, eu te compreendo. Siga os conselhos do teu coração, ouça-o. E, certamente, o tempo cura tudo mesmo. Tudo ficará bem.

5:56 da manhã  

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