O ano passa todos os dias*
Portanto: happy new now!
[*Li algures, há muito tempo, que Sophia de Mello Breyner embirrava com as festas de passagem de ano fazendo este comentário.]
The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]
Portanto: happy new now!
[*Li algures, há muito tempo, que Sophia de Mello Breyner embirrava com as festas de passagem de ano fazendo este comentário.]
A blogosfera foi percorrida pelo irresistível desejo de cada um expressar o seu acordar diário, sendo a Charlotte a grande criadora desta tendência. Faz todo o sentido.
Há uns anos recebi um email onde circulava um inquérito cujo objectivo era conhecermos melhor os amigos e darmo-nos a conhecer. Recebíamos o questionário com as respostas dadas por um amigo, copiávamos o formulário, respondíamos e enviávamos para quem quiséssemos, dando conhecimento das nossas respostas a quem nos tinha enviado.
Neste inquérito eram formuladas duas perguntas que me despertaram especial interesse: “qual é a primeira coisa em que pensas ao acordar?” e “o que é que tens debaixo da cama?”. Esta segunda porque descobri que aquilo que, naquela altura, estava debaixo da minha cama (pilhas de comics, discman e cd’s) dizia bastante sobre mim. A primeira porque nunca antes me tinha apercebido que ao acordar o meu primeiríssimo pensamento é sempre a mesma interrogação: “que dia é hoje?”.
Desde que recebi este inquérito passei a dar atenção ao meu acordar; aos primeiros pensamentos e à disposição. De lá para cá, penso ter detectado alterações. Sei que acordava quase sempre cheia de energia, muito empreendedora, e que esse espírito esmorecia com o passar das horas. Agora é mais frequente acordar cansada ou irritada e ir animando ao longo do dia. De qualquer forma, varia bastante dependendo da intervenção de factores externos (belo eufemismo).
Estou convencida que a forma como se acorda, e como se passa a primeira hora depois disso, diz alguma coisa não apenas conjuntural sobre cada um, além de condicionar o resto do dia. [Seria um bom tema para aquele subsegmento da literatura do fantástico denominado self-improvement: “aprenda a acordar melhor”.] Por isso, queremos acordar assim e queremos mostrar que acordámos assim, ainda que tenhamos acordado assado.
[ou «They’re not like us»]
The girls: Susan, Jane & Sally.
Um dos episódios mais hilariantes desta série é da 2ª época e chama-se «My Dinner in Hell». Começa com a Susan e o Steve a assistirem a um programa de televisão da BBC sobre os hábitos sexuais dos animais, em que o locutor faz diversas comparações com os hábitos do Homem – em especial, com os do género masculino da espécie – comparações com as quais Steve vai expressando a sua total concordância. No entanto, quando nada o faria prever, o locutor, do alto do rigor científico dos programas da BBC, afirma, sem hesitações nem ressalvas: “many - in fact - most men continue with regular masturbation even while in a stable sexual relation”; momento em que se instala um silêncio ensurdecedor entre os nossos dois telespectadores.
Tentando disfarçar o desconforto causado por aquela afirmação, Steve assobia. Ao que Susan responde de imediato: “I don’t mind you whistling. Everybody whistles now and then, particularly men. As long as you don’t get whistled out.”.
E por aí adiante, até que num jantar com os pais da Susan (o tal dinner in hell), Steve fica convencido que aqueles não o largam com indirectas sobre o mesmo assunto. Na verdade, os pais da Susan referiam-se apenas ao hábito de assobiar sem qualquer sentido metafórico. Mas Steve entra em histeria, confessando tudo e mais alguma coisa e conclui tentando uma piada: “I get turned on if I see my right hand naked”.
Pelo meio, há a conversa just the guys e a conversa just the girls que o tema suscita. Entre eles gera-se até um veemente protesto quanto ao facto de a BBC os embaraçar de forma sistemática desde a adolescência, apanhando-os sempre desprevenidos. Entre elas, a Sally faz contrabalançar o espírito mais condescendente da Susan [“He’s a man. It’s not just his «right hand»; it’s a whole relationship.”] com esta pertinente observação: “the point is: men cannot be allowed solo access to their erections; they’re not like us, they only got so many goes in them a day”.
Este episódio é excelente. Assim dou por terminada a minha entusiástica recomendação desta série.
Filipinho: perceber as mulheres é coisa que não existe. Para perceber uma mulher hable con ella e não serendipity.
[e vê lá esses links que estás a dar cabo da natureza familiar deste estabelecimento.]
Não há direito. De repente, sem qualquer aviso prévio, ao fim de não sei quantos episódios e outras tantas gargalhadas, a coisa torna-se séria.
A Samantha tem um cancro e um namorado a valer, a Miranda muda-se com o marido para Brooklyn e acolhe a sogra que sofre de Alzheimer, a Charlotte não consegue engravidar e adopta uma criança e a Carrie é resgatada de Paris pelo Big que finalmente a assume como a mulher da vida dele.
É evidente que perante estes últimos desenvolvimentos indecentemente dramáticos e românticos, uma mulher com 32 anos acabados de fazer, três amigas fabulosas e a vida do avesso começa inesperadamente a chorar.
Uma vergonha.
Have you ever been so self-conscious you’ve forgotten how to breathe normally?*
E até se consegue continuar a falar mas ao fim de escassos minutos começa-se a ofegar como se tivéssemos acabado de subir uma escada a correr.
[*Steve, Coupling, 2ª época, «My Dinner in Hell»]
Vai ser um ano de grandes desafios. Vou ter de ser mais responsável, estar mais disponível, dar refeições a horas certas, prestar cuidados higiénicos. Não é brincadeira, tomar conta de uma vida.
A minha irmã ofereceu-me um aquário. Será que tenho a coragem necessária para comprar um peixinho?
Oh Filipe, nunca te pareceu estranho aquele slogan "até que idade pensas divertir-te"?
[Já agora: o relatório da FDA sobre o assunto e o top 20 dos alimentos que contêm acrilamida segundo a mesma fonte. Estou convencida que me restam poucas horas de vida. Põe-se uma pessoa a deixar de fumar para isto.]
Devorei a primeira série. Fiquei completamente vidrada no Jack Bauer e no ritmo perfeitamente alucinante da história. Aliás, quando acabei, cheguei a sofrer de neura televisiva durante uns dias.
Apesar de saber que a segunda série estava a dar na RTP 2, resolvi não ver (não se aguenta o visionamento da coisa a conta gotas) e esperar pacientemente pelo lançamento dos DVD's.
Estava um bocado céptica. Achava difícil que o novo enredo pudesse ser tão bom como o primeiro. Mas é. Foi só preciso ver os primeiros quinze minutos para ficar novamente agarrada ao sofá durante horas seguidas (não digo quantas).
E já ouvi dizer que a terceira série é a mais espectacular de todas...
Até agora. Mas ainda só vamos no terceiro dia de natal...
The Twelve Days of Christmas - uma das minhas músicas de natal preferidas - are probably the most misunderstood part of the church year among Christians who are not part of liturgical church traditions. Contrary to much popular belief, these are not the twelve days before Christmas, but in the Western Church are the twelve days from Christmas until the beginning of Epiphany (January 6th; the 12 days count from December 25th until January 5th).
[daqui]
É sempre uma festa tão grande que até parece que não nos vemos há duas semanas.
[Para a meg, que faz anos hoje, com um grande beijinho de parabéns e de agradecimento. Já viste o abracinho?]
[ou «Maybe they’re not crossed all the time»]
Jeff, Steve & Patrick
Continua a dizer “panqueicas” em vez de panquecas e ainda tenta argumentar com o inglês pancakes. Fez-me recordar uma situação embaraçosa passada há coisa de 10 anos.
No passeio apinhado, esperávamos que ficasse verde para os peões, enquanto insistia, pela enésima vez, que eu devia voltar a fazer aquelas fantásticas “panqueicas”. Já cansada de a corrigir, terei elevado demasiado a voz para exclamar: quecas, mãe, quecas!
Angariámos, de imediato, o olhar esbugalhado e mudo dos nossos amigos de semáforo.
Com panquecas.
Outra coisa: não é por acaso que escrevo sempre natal com minúscula. Também não sei exactamente por que é mas cheira-me a manifestação de agnosticismo. Embora, neste momento, cheire mais a panquecas.
Já só quero...
Fazer fatias douradas com a minha avó.
Ver o meu filho a abrir o presente que lhe comprei.
Passar a noite de 24 com as minhas duas irmãs.
Receber os mesmos chocolates de sempre.
Abrir o presente oferecido por ti.
E gozar a lareira da casa do meu pai no dia 25.
Estive uns meses à espera que a verdade se transformasse em mentira, que a intuição se convertesse num engano. Se calhar, fui ingénua. O facto é que nada alterou o rumo dos acontecimentos. E esta constatação dói mais que o previsto.
O amor é uma questão de oportunidade. Não adianta encontrar a pessoa certa antes ou depois da altura certa.
[de «2046», Wong Kar Wai]
Instruções adicionais
Se encontrar a pessoa certa antes ou depois da altura certa, adopte um dos seguintes procedimentos: (a) transforme aquilo que considera ser a altura errada na altura certa; (b) transforme aquela que lhe parece a pessoa certa na pessoa errada; ou (c) viva intensamente o desgosto amoroso e rentabilize-o dedicando-se às artes.
Vota (a).
Não é frequente um facto político conseguir despertar-me tanto interesse e causar-me este divertimento.
Brilhante. O PP, apesar da descoligação, vai aproveitar-se dos seus ministros para fazer campanha em proveito próprio, contando com a "total confiança" do primeiro-ministro para o efeito. Virou-se a santanice contra o Santana.
Existe um espaço de tempo. Um lugar onde nada muda. Não é o mesmo que dizer que nada acontece É dizer que acontece sempre o mesmo, tudo igual. Por isso é que ali se pode resgatar as memórias perdidas; o presente imutável não interfere com a percepção do passado. Só num lugar destes poderia o resgate das memórias perdidas ficar isento de revisionismos. Mas, para resultar, não se pode sair da lá. Não se pode voltar ou, pelo menos, tem de se estar convencido que não se pode voltar. Caso contrário, apesar de não haver interferências do presente, o resgate do passado ficaria condicionado pela expectativa no futuro.
Aqui não. Aqui tudo muda a toda a hora. E, bom, trabalha-se com o que se tem. De qualquer forma, resgatar memórias incólumes, além de ser impossível, não teria grande interesse.
O amigo regressou do fim do mundo.
Mais magro e mais feliz.Quando acabámos de falar, eu ainda não lhe tinha dito nada.Só tive tempo de perceber a falta que ele me fez.
Não tenho lista dos melhores seja-o-que-for de 2004. Tenho pena e vou esforçar-me por arranjar alguma coisa dentro desse género até ao final do ano. Não garanto nada, até porque só de pensar nisso dá-me logo vontade de ir outra vez ao jantar institucional. Mas estou compradora de uma listinha dessas a quem tenha para vender. É sempre uma coisa que dá a sua graça ao blog, um toque de final do ano e tal. Enfim.
Impossível seria deixar passar a oportunidade de dizer que em 2005 não se escreverá um post melhor do que este:
"sequência lógica
Primeiro veio a vontade de comer, só depois chegou a fome do amor."
Será possível ir ficando cada vez menos integrada, com o passar do tempo? Mais uma musiquinha para ajudar.
Creme de abóbora com lavagante. Peixe Galo com espargos verdes e molho de cebolinho. Roastbeef com batatas ratte e molho de pimenta verde. Trilogia de chocolate.
Como eu gosto do natal.
Ultimamente, a flor mais parecida comigo é esta.
Bolas. Esta não dá jeito nenhum.
Espero que ninguém se lembre de soprar...
Já associaram o meu feitio a esta planta (depois, para compor a coisa, substituiram os espinhos do cacto pelos da rosa).
Não é uma analogia muito simpática mas eu até acho que não só faz algum sentido, como às vezes dá um jeitão.
Uma manhã destas, o meu filhote resolveu ficar a ver-me secar e pentear o cabelo.
Acompanhou o processo com atenção e quando acabei, disse: "Agora, estás linda!"
Mas eu fiz uma promessa.
Sometimes I think people don't understand how lonely it is to be a kid, like you don't matter. So, I'm eight, and I have these toys, these dolls. My favorite is this ugly girl doll who I call Clementine, and I keep yelling at her, "You can't be ugly! Be pretty!" It's weird, like if I can transform her, I would magically change too.
[Clementine, «Eternal Sunshine of the Spotless Mind»]
(faz de conta que é) Para o Varandas.
Já acabei de ver os dvds com a primeira, a segunda e a terceira épocas desta série e recomendo vivamente. Não costumo comprar sitcoms em dvd porque, em geral, os episódios são desiguais e não aguentam repetidos visionamentos ou sequer ser vistos de seguida. Só comprei o Fawlty Towers e, há pouco tempo, o Coupling. É muito bom.
Antes de comprar a colecção tinha visto no canal 2 uns quantos episódios aleatórios destas três épocas. Embora não seja muito difícil apanhar o fio à meada, esta série tem mais elementos de continuidade do que é habitual em sitcoms e só com os dvds é que consegui esclarecer alguns pormenores importantes.
Noutro dia comecei a assistir, na Sic mulher, a um episódio do que julgava ser uma outra série, com outros actores, quando reparei que estava a reconhecer os diálogos. Ao que percebi, pelo site, foi feita uma cópia americana do Coupling. Os cenários são reproduções quase exactas e os diálogos são os mesmos; só mudam os actores e para pior. O sotaque inglês [e escocês/irlandês/galês(?) no caso do Jeff] e o vocabulário usado, constituem grande parte da graça da série.
A quarta época tem passado às vezes - vi por acaso neste Domingo - na Britcom (canal 2) mas já não tem o Jeff... de qualquer forma, continua a ser das melhores sitcoms em exibição.
ps – depois hei-de transcrever alguns diálogos. Os que estão no site não são os melhores (mas vão lá ver, que são bons).
O ano passado fui uma mãe inconsciente e não ofereci nada à educadora do meu filho.
Desta vez resolvi portar-me bem mas já me arrependi.
É que para oferecer uns chocolates à educadora, também tenho de oferecer às auxiliares que são quatro e às directoras da escola que são duas. Pois.
Claro que o miúdo adorou a ideia.
Hoje de manhã, ia no carro todo contente a dizer os nomes das pessoas do infantário a quem ia dar um presente. Quando acabou, perguntou-me com um ar preocupado: "Oh mãe... e os meninos?"
Ia-me dando uma coisa má.
E agora, como é que vou explicar à minha criança que o orçamento familiar não está preparado para financiar os seus raciocínios lógicos?
Hoje de manhã, o meu filho estava a brincar com uma rena de peluche e a minha empregada diz-lhe assim: "A tua rena é tão bonita. Também queria uma". E ele responde: "Pede à tua mãe para comprar uma".
Doctor Unheimlich has diagnosed me with Sam's Disease | |
Cause: | exposure to radiation |
Symptoms: | winking, extreme nausea, foot swelling |
Cure: | pass it on to someone else within seven days |
[daqui]
Tenho-me notado um intenso pestanejar mas estava em crer que era um movimento voluntário. I will pass it on, sem dúvida.
Excelente desempenho na saída da nave-mãe; bem-vindo à Terra and may god’s love be with you.
O nível de apaneleiramento máximo foi atingido a partir do momento em que se entendeu fazer uso de uma onomatopeia, in casu, «argh». É claramente coisa de gaja.
*variação da expressão «de facto». Aproveito e fica feito o link para o blog que é outra vez de quem dantes era sem que isso possa, de todo o modo, assegurar seja o que for, pelo qual, de resto, não nos responsabilizamos. Em bom rigor, ninguém se responsabiliza, embora haja quem diga que "as pessoas têm de ser responsabilizadas pelas consequências do que dizem nos seus blogs" (cfr. «Notícias Magazine», nº 654, 05.12.2004).
Certas zonas de Lisboa continuam a ter problemas de estacionamento gritantes, inaceitáveis, escandalosos, aberrantes.
Ontem à noite, temi pura e simplemente o pior.
Afinal, lá arranjámos um lugar depois de muitas voltas e várias tentativas de enfiar o automóvel em buracos onde, em bom rigor, não cabia nem metade de um Smart.
A estes buracos, chamámos de "quase lugares". Fartámo-nos de rir com a definição.
Foi o que valeu, as risadas e o facto dos aquecimentos da casa terem ficado ligados o dia todo.
«Thirtysomething» é uma série sobre a vida das pessoas de trinta e tal anos struggling with everyday adult angst, que acompanhei quando passou na televisão pela primeira vez - mais ou menos na altura em que a Sam Brown cantava a música «Stop» - e de que gostava muito. Agora tem estado em reposição no canal Sic mulher mas descobri que é muito penoso assistir aos episódios quando as situações ali ficcionadas são demasiado familiares. A verdade é que ainda não consegui ver mais do que cinco minutos de um único episódio e não foi por falta de interesse.
Lembro-me da maior parte dos acontecimentos da vida do Michael, Hope e amigos, do tempo em que não me custava nada assistir aos problemas dos trintões.
Se ficares a lamentar-te por causa do trem de cozinha, perdes a oportunidade do colar de pérolas. Foi com esta frase que o Michael acordou a Hope às quatro da manhã depois de uma overdose do canal de televendas. Foi através deste “ensinamento” - resultante da tentativa falhada de aquisição de um trem de cozinha, seguida de largo período de exasperação e lamentos, seguido de novo falhanço na fantástica promoção do colar de pérolas, em consequência do tempo perdido com os lamentos -, que a chance profissional perdida pelo Michael deixou de o atormentar.
É por isto que, às vezes, acabo a dizer a alguém (ou a repetir para mim) que: “Se ficares a lamentar-te por causa do trem de cozinha, perdes a oportunidade do colar de pérolas”. E convenhamos que, assim formulado, é tudo menos um conselho auto-explicativo.
Hoje encontrei uma maneira mais directa de expor a mesma ideia: “When one door of happiness closes, another opens; but often we look so long at the closed door that we do not see the one which has been opened for us” (Helen Keller). E quando li isto pensei “já o Michael dizia que se ficares a lamentar-te...”.
E o presente de aniversário:
«Ao deitar-se, Jorge Sampaio teria dito: "Ó Maria José, para a semana faz anos o Mário Soares. Que é que lhe havemos de oferecer?" "Tem que ser algo de muito imaginativo. Não achas que a queda do Governo era uma boa prenda?" "Boa ideia, vou já tratar disso." Este seria o mistério da noite de segunda para terça-feira.»
[aqui]
A propósito do número mágico:
Este desenho animado para adultos divertiu-me. A trama é parecida com a dos filmes do James Bond, os bonecos são fantásticos e aquele conceito de família incrível resuta bem. Fiquei particularmente fã do filho e do puto que virou o mau da fita. Os cenários são qualquer coisa do outro mundo (houve momentos em que me esqueci que estava a ver bonecos) e alguns dos diálogos estão especialmente bem conseguidos. Valeu a pena (para quem não gosta de intervalos - eu detesto- não aconselho as Amoreiras).
Querido astronauta,
Agora que estás prestes a sair da tua nave espacial para começar a viver uma vida independente no planeta Terra, achei pertinente dar-te uma achega sobre o que te espera:
Espera-te basicamente um mundo louco, irracional e um futuro incerto.
É verdade, a coisa aqui não está fácil.
Mas tu pareces ser um astronauta precavido para estes tempos difíceis porque escolheste muito bem a tua família e a tua mãe.
De facto, ela é a pessoa melhor preparada para ter filhos que eu conheço. É também a mais dedicada e a mais exigente.
Pronto, assim de repente, é o que me ocorre escrever.
Já me ia esquecendo: se puderes, nasce quarta.
Fui educada a conduzir a minha vida, a confiar sobretudo em mim e nas minhas capacidades, a manter o controlo em todas as situações e a dirigir os acontecimentos.
Aprendi bem a lição e sempre tive muito orgulho em ser assim.
Contudo, há pouco tempo, percebi que a maior parte das vezes não corria por gosto e que no fundo, no fundo, a minha determinação e intransigência também eram medo.
Medo de fechar os olhos, adormecer e acreditar na competência do outro para, em caso de necessidade, travar a tempo e não bater.
Este raciocínio pode parecer óbvio mas eu só consegui percebê-lo, ou melhor, aceitá-lo aos trinta e quase dois. Talvez porque só agora me sinto suficientemente crescida para me deixar guiar.
Do Jeff para os entusiásticos adeptos da masturbação:
«Sometimes I eat real cold ice cream just so that my tongue goes numb and it feels like someone elses'…
Well, we all get lonely sometimes.»
Será que o Rui Falcão existe? (e não tem um blog? muito suspeito...)
Será que vale a pena comprar o DN este Domingo?
É mentira. As chatices que acontecem aos outros confortam-nos. O que incomoda é que nos sejam contadas como forma de relativizar as nossas desgraças. Já «o bem dos outros» é difícil de tolerar em quaisquer circunstâncias (qualquer dia sou de direita). Refiro-me expressamente a estadas em ilhas paradisíacas, com todas as mordomias e a custo zero.
No dia em que postei aquela foto do Jude Law passei, admito, algumas horas em contemplação meditativa. A dada altura tive que esclarecer um colega quanto à razão de ser da minha aparência afogueada. E mostrei-lhe. A reacção foi imediata e só isso a poderá explicar: “olha que eu tenho uma fotografia que me tiraram nas férias...”.
Say what?
Mais um contributo absurdo para o estudo do ego masculino.
Foi emocionante, o final da tarde de terça-feira. Confesso que fiquei num pé e noutro. [o quê? a dissolução do parlamento? não...que ideia]. Consegui publicar quatro posts, mas não vou contar quais foram. Não pude ficar a assistir ao espectáculo pela noite fora e tive imensa pena. Depois o castelo foi tomado, como se previa. O que eu não antecipei foi a inquietude que me causou travar conhecimento com a personagem malévola que perpetrou a tomada de posse.
A emoção, o suspense, o perigo, o horror. Enfim, o evento blogosférico do ano. Continua aqui.
Se assistisse às histórias da minha vida numa sala de cinema ficaria divertida, emocionada, melancólica, sonhadora, e sairia de lá a pensar que nunca me acontece nada de cinematográfico. Como não é assim, passo o tempo a reclamar das cenas mal montadas e das incongruências do guião.
Também está em curso uma campanha de recolha de brinquedos a favor de instituições de apoio à criança, promovida pela Mundicenter, que decorre até 15 de Dezembro nos centros comerciais Amoreiras, Odivelas Parque, Oeiras Parque, Olivais Shopping Center, Braga Parque e Galerias Campus S. João. Não têm brinquedos a mais lá em casa?
A moça loura que cantava a música «Stop» chama-se Sam Brown. O single e o álbum datam de 1988. É fazerem as contas.