Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Jogar às escondidas

Come out, come out wherever you are.

Isto passou-se da seguinte maneira. Eu sou uma pessoa que revê e confirma tudo o que diz e escreve, e também o que lê e o que ouve, desde que tenha o mínimo de interesse. É uma característica que eu tenho. Há vantagens, há desvantagens, mas não há é grande volta a dar-lhe. Estava então a conceber este post imbuído de subtileza, quando senti a necessidade de verificar se a expressão era usada tal e qual eu a estava a escrever. E foi assim que cheguei a este artigo muito pouco subtil mas subordinado ao tema quente do momento, a verdadeira crise.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

«Morning Train», Sheena Easton

My baby takes the morning train
He works from nine till five and then
He takes another home again
To find me waiting for him

É praticamente isto, mais coisa menos coisa.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Onde é que se conhecem homens? (2)

Não sei se algum parente da mulher lindíssima anda preocupado com ela, o que é certo é que as minhas irmãs andam inquietas comigo.

Acham que eu não tenho uma vida social muito activa e, por isso, querem impingir-me - já me mostraram o site e tudo - uma daquelas empresas que organiza encontros. Fiquei roxa.

Não é que tenha algum preconceito em relação a este tipo de iniciativas, aliás até sugeri à Sam que falasse com a amiga dela sobre esta possibilidade, mas não consigo (ainda?!) imaginar-me a entrar num lugar qualquer com a única e explícita função de falar com vários desconhecidos em micro-encontros de quatro minutos, que é o tempo, segundo os especialistas, necessário e suficiente para "conhecer a outra pessoa cara-a-cara e aperceber-se quase de imediato se existe ou não alguma afinidade, sem ter que se sujeitar a encontros intermináveis.".

Estragam-nos com mimos (2)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Estou a adorar esta história de agendar posts

Vejamos, que tal quatro da manhã? Bem bom!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Onde é que se conhecem homens?

Foi esta a pergunta que, sem subtilezas, uma mulher lindíssima me dirigiu na semana passada. Transmiti-lhe toda a sabedoria que resulta da minha insignificante experiência pessoal e estou a pensar substanciar a informação prestada com uns links de orientação.

Entretanto, no fim-de-semana, revi o primeiro episódio do Seinfeld e tenho a dizer que a vossa organização anda bastante desorganizada:

    The amazing thing is that we still get women, don't we? Men, I mean, men are with women. You see men with women. How are men getting women, many people wonder. Let me tell you a little bit about our organization. Wherever women are, we have a man working on the situation right now. Now, he may not be our best man, ok, we have a lot of areas to cover, but someone from our staff is on the scene. That's why, I think, men get frustrated, when we see women reading articles, like: "Where to meet men?". We're here, we are everywhere.

A subtileza

Pode muito bem ser um afluente do cinismo mas não prescindo. A subtileza é fundamental para limar, para esculpir!, as arestas. Uma pessoa asséptica sem subtileza é ainda mais chata e uma pessoa desbocada pouco subtil torna-se uma companhia agressiva.

Além de ser um bem essencial para a vida em sociedade, como a diplomacia nas relações entre Estados, tem também características voluptuárias; a subtileza torna a vida mais interessante. Neste aspecto incluo até as confusões geradas por excesso de subtileza: sou fã e costumo ser eu ficar perdida na tradução. Por exemplo, pessoas que tentam dar a entender que precisam de alguma coisa da minha parte mas não chegam a formular nenhum pedido, não têm sorte nenhuma.

Existem também os casos de quem fala outra subtileza. Usam de outro código para os diversos tons, posturas e palavras. Tenho algum fascínio pela observação dessas espécies embora sempre consciente de estar do outro lado do vidro. Acho que é aqui que reside a verdadeira base da afinidade. O interlocutor até pode gostar muito de comics, conhecer de cor os episódios todos do Seinfeld e dispor da chave para interpretação da vida em geral e dos poemas de Leonard Cohen em particular, mas se não usarmos da mesma subtileza nunca nos entenderemos. Enquanto que, por outro lado, se nos cruzarmos no mesmo comprimento de onda, que já foi mais estreito, basta saber que eu tenho lá em casa um conjunto de livros, dvds e cds prontos para colmatar qualquer falha (e sobretudo vice-versa).

sábado, 20 de setembro de 2008

O acossado (3)


- About the soufflé...

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Parabéns !

Um beijo bem grande para a minha mana pequenina.

Música

"We women, as someone says, love with our ears, just as you men love with your eyes, if you ever love at all."

[de «The Picture of Dorian Gray», Oscar Wilde. Uma leitura deste Verão e mesmo aquilo que o doutor não recomenda a quem ande em dieta de cinismo.]

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Norberto

Dos oitenta aos oito. Este fim-de-semana assisti ainda a um concerto de luxo para uma audiência restrita: Norberto Lobo com a guitarra no Maxime (parece a solução do Cluedo; o suspeito, a arma e o local do crime. Aliás, por falar em suspeito, apesar da minha disfunção em matéria de fisionomias atrevo-me a declarar que o artista é parecidíssimo com o Kevin Spacey).

A música sem letra não é a minha área mas acredito que os meus ouvidos tenham ganho anos de vida. E, entretanto, tive uma ideia: apresentar a Madonna no Maxime a uma assistência de 75 pessoas e levar o Norberto ao Parque da Bela Vista para tocar para 75 mil (caladinhas). Seria um sucesso, até porque nos concertos do Norberto não faz mal não ver o palco, excepto se forem fãs do Kevin Spacey.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Mamma Mia !

O filme é delicioso. Até a figura ridícula do Pierce Brosnan a cantar tem o seu charme.

Ser e parecer - 2

"Favoreceu amigos e familiares, vingou-se de inimigos, utilizou o poder para questões pessoais. É longa a lista do "The New York Times" que caracteriza, com base em depoimentos e documentos oficiais, a forma como a candidata republicana à vice-presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin, exerce as suas funções.

O primeiro exemplo avançado pelo diário refere-se à colocação de uma antiga colega de turma na direcção dos serviços de Agricultura do estado do Alasca (que movimenta anualmente dois milhões de dólares), cuja única qualificação era uma "paixão de infância por vacas". Antes, esta amiga trabalhava numa agência imobiliária; no novo cargo passou a receber 95 mil dólares anuais.

Há pelos menos outros cinco casos semelhantes, de amigos de infância que beneficiaram dos favores da governadora do Alasca, todos obtendo postos cujos salários ultrapassavam os que tinham anteriormente. "Ao longo da sua carreira política, a senhora Palin procurou vingar-se dos seus opositores, afastando funcionários públicos que não estavam de acordo consigo, misturando por vezes os seus problemas privados com as suas funções oficiais", continua.

O jornal acrescenta que a primeira vez que a governadora teve de fazer cortes no seu orçamento, evitou uma "legião de deputados e 'mayors' frustrados" e pediu antes conselhos ao seu director de orçamento e ao marido, Todd, funcionário do sector petrolífero; vetou projectos legislativos no valor de vários milhões de dólares.

Outro caso: há quatro meses, a blogger Sherry Whitstine, que escreve sobre a carreira de Palin, recebeu um telefonema de uma assistente da governadora que lhe disse: "Devia ter vergonha. Pare de 'blogar'. Pare imediatamente."

O seu passado político foi também alvo do Washington Post. Na sua primeira reunião após o 11 de Setembro como presidente de Câmara de Wasilla, foi aprovado um fundo de cinco mil dólares de ajuda às vítimas; Palin afirmou que iria tentar obter materiais dos dois locais dos atentados (World Trade Centre, em Nova Iorque, e o Pentágono) para incluir no "Jardim de Honra" da cidade. Depois, passou para os pontos seguintes: aprovação de fundos para melhorias num poço, autorização para um restaurante e uma medida para proibir os locais de alugarem quartos. Mas para o diário, a governação de Palin em Wasilla "é também definida pelo que [a cidade] não inclui, mesmo para os padrões de uma cidade pequena".

Em duas semanas, Palin saiu do anonimato e tornou-se uma política muito popular. A candidata teve ontem o seu primeiro comício a solo, enfrentando uma grande multidão no Nevada. Prometeu que, se for eleita com John McCain a 4 de Novembro, irá abanar Washington."

Artigo de Francisca Gorjão Henriques publicado no Público de 15.09.08

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Madonna

Ficámos a cerca de três ou quatro piscinas olímpicas do palco. A vista era desimpedida e ampla, e a reprodução sonora estava irrepreensível. Subjectivamente falando, a qualidade musical daquilo que foi difundido é duvidosa. Foi um concerto de DJ, com excesso de decibéis (os meus ouvidos perderam anos de vida) e uma batida uniforme do princípio ao fim do espectáculo. As músicas antigas foram adaptadas de modo a tornarem-se quase indistinguíveis do reportório do último álbum. Houve o número cigano que ou correu mal ou não resulta bem. Como melhores momentos selecciono: «Like a Prayer», «Hung Up», «Devil Wouldn´t Recognize You» (modesto registo audiovisual aqui), alguma (pouca) interacção animada com o público e a ausência de comício político, se descontarmos a selecção de fotos agrupadas em "estes são os maus" (Adolf McCain) e "aqui temos os bons" (Dalai Obama). Durou menos de duas horas e nem o público se mostrou interessado em encores.

Apesar de não ter expectativas demasiado elevadas (comprei o «Hard Candy» na semana passada), acabei um bocadinho desconsolada.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A rotunda

Os americanos, sempre na vanguarda, descobriram uma nova forma de melhorar o processamento do trânsito. Tal inovação é designada por “roundabout” que, seguindo uma tradução algo criativa, corresponderá à palavra portuguesa “rotunda” ou então às palavras portuguesas “intersecção giratória de ordenamento do tráfego"* (nota – esta rotunda dos moinhos de vento foi remodelada, agora tem uns elementos metálicos a lembrar bandeiras). E estão bastante entusiasmados, os americanos:


TIME de 15 de Setembro de 2008, clicar para ler

No entanto, é ao fazer um apanhado no âmbito do tema “a rotunda em números” que este artigo da TIME suscita grandes reservas. Não a mim, que tendo a acreditar em tudo o que esteja escrito em inglês. Mas a outra pessoa mais desconfiada. Isto porque afirma-se ali, preto no branco, que França tem quase um terço do total mundial de rotundas (30.000). Ora, o espírito arguto de pessoas mais perspicazes do que eu não pôde deixar de contrapor, onde é que fica o registo mundial das rotundas? Quem é que gere essa informação? Nem a Câmara de Cascais sabe quantas rotundas existem em Cascais!

A exaltação justifica-se. Também eu fiquei um pouco desiludida. Então, um artigo inteiro sobre a magnificência das rotundas e nem uma palavrinha sobre Portugal?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

(...)


Agora com uma opção clara para o indivíduo reticente, o meu contributo para a colecção de sinalética bizarra.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Eu nunca me esqueço de nada (ressalva)

Excepto caras e nomes. Mas, tirando isso, lembro-me sempre de tudo.

Eu nunca me esqueço de nada

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sobre o casamento - Uma opinião

"De facto, há cada vez mais rupturas e separações que mostram que o modelo de casamento tradicional funciona cada vez menos. Porquê?

A primeira falha é as pessoas acreditarem, vá lá saber-se porquê, que a felicidade está no casamento, e que o casamento é amor, paixão, intensidade sexual, etc. As relações sociais em geral são importantes, mas não estão marcadas por tanta rigidez como o casamento. O casamento tem associada a sexualidade e a procriação, indispensável nesse guião estereotipado da felicidade. E, no entanto, há pessoas que vivem juntas durante muito tempo, como os irmãos ou amigos, com uma vida frequentemente mais satisfatória do que no casamento.

O que torna a relação a dois, frequentemente, tão difícil?O facto de no casamento não só se procurar a felicidade como o amor. Ora o que é isso do amor? Está ligado à sexualidade? À procriação? À amizade? Ao respeito? Provavelmente a um pouco de tudo...O que é mais importante? A sexualidade? Eu diria que não, de todo. A paixão frequentemente associada à sexualidade é uma emoção que facilmente se torna exagerada, que é pouco razoável, e que só prejudica a relação. Uma relação prolongada no tempo, muito próxima, com bons e maus momentos, tem que ser negociada, renegociada, a todo o momento.

Diria que os aspectos mais importantes são o respeito e a amizade. Reconhecer que a razão que o outro tem tem o mesmo valor que a nossa razão, ser capaz de ceder e de exigir em simultâneo; ter expectativas sobre o futuro compatíveis; partilhar o mundo, gostar de coisas parecidas, desejar férias em sítios semelhantes, comidas, programas, etc., que facilitem ser feitos a dois, não só hoje, quando casam, mas que se possa adaptar ao evoluir da relação nos 50 anos seguintes."

Excerto de uma entrevista ao psicólogo José Luís Pais Ribeiro publicada no Público de ontem (Caderno P2).

Ser e parecer

"Primeiro foi a revelação da gravidez da filha da candidata. Depois a notícia de uma investigação em curso pela comissão de ética da câmara legislativa do Alasca por suspeitas de abuso de poder, no episódio da demissão do ex-marido da sua irmã. Durante o dia de ontem, soube-se também que Sarah foi membro do Partido para a Independência do Alasca, que desde 1970 luta pela realização de um referendo sobre a secessão daquele estado. E finalmente, também foi notícia a prisão do seu marido há 22 anos por condução sob o efeito de álcool.
As notícias sobre Sarah sucederam-se em catadupa e borraram o retrato desta candidata apresentada como amante de caça, antiga jogadora de hóquei, vencedora de concursos de beleza, governadora desconhecida com o rótulo de lutadora contra a corrupção. A tal ponto foi a mudança na imagem da candidata que a imprensa americana escrevia que McCain se havia precipitado na escolha da número dois."

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Querida Clémentine

Não é só a Sam. Tu também és uma pessoa super, ultra, mega, formidável !

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

35 para sempre

Sally - I said to myself, "You deserve more than this, you're thirty one years old..."
Marie - And the clock is ticking.
Sally - No, the clock doesn't really start to tick until you're thirty six.

[de «When Harry Met Sally», Rob Reiner, 1989. Um filme bastante citado neste estabelecimento.]