Serendipity
The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]
terça-feira, 31 de outubro de 2006
segunda-feira, 30 de outubro de 2006
Pub
Entretanto, sociólogos e psicólogos estão a analisar o impacto social destas miniaturas e já definiram uma nova espécie: o chamado iPoder, indivíduo de olhar absorto que vagueia pelo mundo e pela vida envolto numa bolha de música. [Pedro Hossli, «NS» de 28 de Outubro de 2006]
Isto é um perigo. Parece que não é saudável viver numa bolha, mesmo que seja de música e embora seja tantas vezes a opção mais confortável. Não é fácil reduzir este hábito recentemente adquirido e largá-lo não é uma hipótese. Uma ideia é diversificar o uso do iPod, ouvir sem auriculares e aproveitá-lo como despertador. O som é excelente. Um belo presente de aniversário.
The Day Before You Came (2)
Concordo apenas com parte do que citei. E, claro, não me identifico com aqueles gostos musicais de adolescência; os meus eram (são) muito mais eclécticos, ou seja, incluem coisas bem mais pindéricas.
Não concordo que o sentimento inicial seja de que a letra é chata e deprimente. É um relatório minucioso que chama a atenção pela indiferença e apatia com que se reporta o próprio dia-a-dia. O compasso rítmico e o tom quase monocórdico acentuam este aspecto.
Também não acho que a letra ou o quotidiano entediante do sujeito sejam “salvos” pelo amor, muito menos por “milagre”. Creio que em vez de salvar daquela realidade, o amor originou outra perspectiva que passará tanto por alterar algumas das rotinas como por vivê-las com entusiasmo. A mudança operou-se no interior. E, mesmo sem aquela referência explícita no final (“It’s funny, but I had no sense of living without aim, the day before you came”), já o antes/depois estava explicado através da frase final que conclui cada verso e que é o título da música, para além de outras referências anteriores (“And at the time I never even noticed I was blue” e “Without really knowing anything, I hid a part of me away”).
Outra coisa que torna a letra interessante é o facto de o tema ser o "antes" mas relatado agora, isto é, "depois", num momento em que retomar o tom indiferente é uma manobra de caracterização que torna o relato mais eficaz.
Apesar de ser curto, estou mais de acordo com o que se escreveu aqui:
The lyrics are beautifully subtle. The post-industrial living sans love is transcribed without incidents. No surprises, no maudlin sentimentalities, no emotional upheavals, and the song matched on plainly with a nonchalant tone and detailed routine, but only to describe the past.
sexta-feira, 27 de outubro de 2006
Things happen
Não sei se foram os deuses, a natureza, a câmara municipal, ou o construtor, quem determinou que a minha casa fosse literalmente inundada na passada madrugada de quarta-feira.
Em todo o caso, o facto é que por volta da meia-noite, estava eu na casa de banho a lavar os dentes para me ir deitar, quando logo após uns ruídos estranhos, tipo blurp, blurp, tinha litros de água a sairem da minha sanita e da minha banheira a uma velocidade inacreditável.
A situação era de tal modo incontrolável que depois de ter ficado parada dois ou três segundos a olhar para aquele cenário de terror e a aceitar que este estava mesmo a acontecer, quando fui retirar o tapete do chão do hall, o do quarto do meu filho já estava encharcado.
Decorridos mais uns dois ou três minutos, os meus pés chapinhavam na água, o alarme do prédio gritava e o miúdo continuava a dormir na paz dos anjos.
Liguei imediatamente à minha mãe (que vive no mesmo prédio que eu) e pedi-lhe que chamasse os bombeiros o mais rapidamente possível. Entretanto, apareceu a minha irmã do meio para vir buscar o sobrinho (ela também vive no mesmo prédio que eu), de modo a eu poder ir tirar o carro da garagem.
Quando saí do meu andar, de meias molhadas e de pijama disfarçado com um casaco, dei de caras com não sei quantos vizinhos, muitos deles enfiados nos seus roupões e pantufas, que também se dirigiam apressados para os seus carros, com medo - justificado, diga-se de passagem - que o nível da água viesse a danificá-los.
Depois de ter conseguido salvar o automóvel, regressei ao meu apartamento, onde encontrei a minha irmã mais nova (pois é, ela também vive no mesmo prédio que eu), o meu cunhado (marido da minha irmã do meio), a minha mãe e cinco ou seis vizinhos munidos de baldes e até de um aspirador, que me ajudaram a retirar os cinco cêntimetros de água que eu tinha em casa, durante as cerca de duas horas que se seguiram.
Por volta das três da manhã, exausta e deprimida, fechei a porta à chave, fui ter com o meu filho ao terceiro andar e desisti de pensar no accionamento do seguro, na substituição inevitável do chão e nos outros prejuízos com que eu me iria deparar pela manhã.
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
The Day Before You Came (1)
I have never, ever, been an ABBA fan. Since I was a teenager I’ve always been into English new-wave and electropop (Depeche Mode, Yazoo, Ultravox, New Order...) or indie rock (David Sylvian, The Cure and, above all, The Smiths: up until now I can’t really tell the difference between the singer Morrissey and God). In music stores, my idols have always been in the “Alternative” section.
So it almost comes as a shock to myself to admit that my favorite song lyrics of all time come from an ABBA song. It’s not even one of their more popular tracks. It is called “The Day Before You Came” and it is actually the very last song that the four Swedes recorded together. At the time of its release, it sold very poorly (for Abba standards). Later on, it was not even included in the famous “ABBA Gold” collection, although it was their musical testament.
The song is about the average day of an ordinary person. It is nothing more that a list of actions (“I must have read the morning paper going into town... I must have made my desk around a quarter after nine with letters to be read and heaps of paper waiting to be signed… I must have gone to lunch at half past twelve or so…”). You hear ¾ of the song and you think these are the most dull and depressing lyrics ever used in a pop song. And then, right at the end, the miracle happens as the blond singer Agnetha declares: “It’s funny, but I had no sense of living without aim, the day before you came.”
Suddenly it all makes sense: boring lyrics represent a boring, pathetic life, until it is saved by love.
It’s a love song in which the word “love” is not even quoted (and that’s already a rarity).
The musical picture of a life caught in the moment right before sentiment steps in.
To underline the great power of love, ABBA in their last song chose to sing about its absence.
Now, this is literary genius to me. The real azimuth of a career.
[daqui]
Vida real
Uma pessoa criou um blogue anónimo para dizer mal de outra. O visado apresentou queixa-crime. O Ministério Público identificou o endereço de IP que alimentava o blogue e constituiu arguido o assinante do respectivo serviço de ligação à internet. Este prestou declarações esclarecendo que nada percebia de equipamento informático e que quem usava a internet lá em casa era o filho. O processo foi arquivado quanto ao pai, o filho foi constituído arguido e, contra ele, foi proferida acusação pelo crime de difamação. Segue-se o julgamento no mês que vem.
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
O quadro
Gustav Klimt (Austrian, 1862-1918). The Park. 1910 or earlier. Oil on canvas, 43 1/2 x 43 1/2" (110.4 x 110.4 cm). Gertrud A. Mellon Fund.
On view at MoMA
I remember that (2)
“Esquece muito a quem não sabe.”
Era uma expressão enigmática repetida por um personagem secundário num livro de Alice Vieira que li há uns vinte anos. Entendi que a ignorância afectava a memória mas achei que não podia ser isso. Recorri à minha irmã para me explicar o que queria dizer. Disse-me que “não me lembro” podia servir de desculpa comum para quem não sabe e nunca soube.
Que desculpa é esta? Não lembrar é bem pior do que não saber. O resultado é o mesmo, mas quando a ausência de saber resulta da falta de lembrança os remédios para a ignorância são sempre temporários.
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
Vitória, vitória
Para quem não me conhece - esta ressalva é importante - pode parecer ridículo uma pessoa vangloriar-se de ter conseguido estar vinte e um dias sem comer açucar (nomeadamente chocolate).
Mas quem está a par do meu caso, sabe que não é. Para mim foi fundamental e muito difícil (não estou a brincar) vencer este desafio para acreditar que afinal até é possível viver sem sacarose.
Além disso, parece que este período de tempo é o suficiente para se perder o hábito. Disso ainda não estou certa mas vou esperar para ver.
domingo, 22 de outubro de 2006
Chickens don't fly
Chickens don't fly
But they have got the wings
No matter how hard they try
They bump into things
They're all running around
With their heads on the ground
They got a wish bone
Where their back bone should have grown
[de «Worms», Beth Orton]
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
Sobre mudar o mundo
”Não existe um prazo para mudarmos o mundo. Aquilo que importa realmente é começar. Se é verdade que uma viagem de mil quilómetros começa pelo primeiro passo, então o primeiro passo é libertarmo-nos do nosso medo e do isolamento e começar a praticar actos de gentileza, sejam eles fortuitos ou planeados, grandes ou pequenos, e fazê-lo todos os dias.
A mudança da natureza do mundo em que vivemos, tão cheia de violência, concorrência e ódio, não ocorrerá só com os esforços de uns quantos iluminados, mesmo que estes sejam poderosos líderes mundiais. Pelo contrário, serão os actos de gentileza e compaixão, partilhados no dia-a-dia entre as pessoas dentro de pequenos grupos, que poderão trazer a mudança e transformar o mundo num local mais suave e agradável. As pessoas terão de compreender que somos todos iguais, que somos todos o mesmo, que todos nós lutamos por um pouco de paz, de felicidade e segurança no nosso quotidiano. Não podemos continuar a lutar e a matarmo-nos uns aos outros.
Os nosso filhos observam-nos muito atentamente. Eles modelam-se a si próprios a partir do que observam em nós: os nossos comportamentos, os nossos valores e as nossas atitudes. Se existir ódio em nós, se formos violentos, eles tornar-se-ão iguais a nós. Uma das principais missões de que estamos revestidos é transmitir aos nossos filhos, logo desde a infância, os nossos verdadeiros valores e os comportamentos adequados. Os bebés observam-nos atentamente e a sua capacidade de compreensão excede bastante as nossas ideias a esse respeito.
Recordo-me de ter lido há alguns anos sobre os índios Hopis, uma tribo nativa americana. No seu sistema educativo, se um aluno não soubesse responder a uma pergunta ao professor, nenhum outro aluno ergueria o braço para responder a essa pergunta. Isso seria considerado uma falta de educação e um gesto muito pouco civilizado. Nenhum dos colegas sentia necessidade de impressionar o professor com o seu brilhantismo e o facto de alguém querer brilhar à custa de um dos seus pares seria visto como uma barbaridade.
Como é óbvio, nas escolas modernas do nosso mundo ocidental “civilizado”, haveria logo um mar de braços levantados para beneficiarem da falha do colega, para galgarem uns por cima dos outros na tentativa de alcançarem o topo. Ensinam-nos a sermos competitivos, a não termos contemplações e a ignorar completamente os sentimentos daqueles que atropelamos. Esquece a humilhação do colega que não sabe a resposta. Aproveita a oportunidade para impressionar o professor.
Estas são as sementes da violência plantadas em nós quando ainda somos crianças pequenas. É possível despertar, compreender a natureza destas ervas ruins semeadas em nós e arrancá-las pela raiz. Esse processo implica uma tomada de consciência da nossa natureza mais profunda e não é um processo fácil.”
Excerto do livro A divina sabedoria dos Mestres de Brian Weiss.
quinta-feira, 19 de outubro de 2006
«La Brusketta»
É outro restaurante onde vou muito, a maior parte das vezes para almoçar. Devido a esta assiduidade, na sexta-feira passada depois de jantar, quando a Karma sugeriu que pedíssemos um chá, tirei-lhe daí o sentido. Nunca tiveram chá e nunca percebi porquê. O chá é um produto de longa duração, ocupa pouco espaço na despensa, não exige uma logística complexa e é sempre servido a um preço exorbitante, relativamente ao custo envolvido.
Decidimos investigar e ficámos a conhecer a gerente, que não podia ter sido mais franca: “Não estou a dizer que seja o vosso caso, mas o chá prolonga indefinidamente a permanência dos clientes no restaurante e nós fazemos reservas por turnos.”.
Pode crer que é o nosso caso! Quantas vezes só abandonámos a mesa ao reparar nos empregados, de casaco vestido, à espera de poder fechar o estabelecimento. Não sabia é que os empresários da restauração tinham engendrado um complot para acabar com as nossas conversas intermináveis. Talvez se passarmos para o uísque.
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
terça-feira, 17 de outubro de 2006
De «Hallelujah», Leonard Cohen
(I've told the truth, I didn't come to fool you)
And even though it all went wrong
I'll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah
Sam no feminino (5)
From my experience, honey, if he seems too good to be true—he probably is. (Kim Cattrall em «Sex and the City»)
E o que é falso não tem interesse nenhum.
Desentranhar-te
É impedir-me de inventar pretextos para te recordar, é sofrer em silêncio a falta do teu sorriso e dos nossos pequenos hábitos. É não ouvir certas músicas e disciplinar os sonhos. Em todo o caso, não é a mesma coisa que esquecer-te. Por isso é que é tão difícil.
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
O regresso
It's quiet now
And what it brings
Is everything
Comes calling back
A brilliant night
I'm still awake
I looked ahead
I'm sure I saw you there
You don't need me
To tell you now
That nothing can compare
You might have laughed if I told you
You might have hidden a frown
You might have succeeded in changing me
I might have been turned around
It's easier to leave than to be left behind
Leaving was never my proud
Leaving New York, never easy
I saw the light fading out
Now life is sweet
And what it brings
I tried to take
But loneliness
It wears me out
It lies in way
[de « Leaving New York», R.E.M.]
O terminal B de Newark é de onde saem todas as partidas internacionais de longo curso. No vídeo vê-se a porta de embarque B31. Eu saí pela B32.
domingo, 15 de outubro de 2006
O Ground Zero
O local despertava-me grande interesse por ser o marco da tragédia e das convulsões e mudanças que se seguiram. Estranhei o facto de os nomes de todas as pessoas que ali morreram estarem indicados sob o título “The Heroes of September 11, 2001”.
Comoveram-me os vários painéis de desenhos feitos pelos filhos das vítimas do ataque terrorista. São mais de dez painéis com 25 desenhos cada um, muitos deles com mensagens escritas para os pais e mães desaparecidos. Uma destas mensagens era dirigida a terceiros e dizia: “O que eu mais gostava de fazer com o meu pai era andar às cavalitas e fazer piqueniques”.
Espantou-me deparar com uma bandeira portuguesa amarrada ao gradeamento circundante e ladeada por duas rosas já murchas.
sábado, 14 de outubro de 2006
A ópera
Por sugestão da Huma, fui à ópera pela primeira vez. A escolhida foi «La Gioconda» de Ponchielli no Metropolitan Opera de Nova Iorque, Met para os íntimos (Lincoln Center). A ópera não faz o meu género, embora goste bastante de algumas árias. Tem muita gritaria (que heresia!). A Huma diz que se pode aprender a gostar. Há anos que estou para aprender a gostar de uma série de coisas, como vinho ou filmes do Manoel de Oliveira, mas não consigo convencer-me a ir às aulas.
A história é uma tragédia em quatro actos (e quatro horas) que termina com o suicido da pobre Gioconda. Tem um bailado soberbo, ali chamado “Dance of the Hours” (aqui mais conhecido pelo “Nuno do Brincando aos Clássicos da Ana Faria”). Diz quem sabe que a encenação e a interpretação foram absolutamente ortodoxas.
Os americanos que não estavam de t-shirt envergavam uns tafetás ultrapassados e smokings coçados. Os poucos estrangeiros distinguiam-se à légua. Gostei do espectáculo e da experiência.
sexta-feira, 13 de outubro de 2006
O Serendipity, claro
É um espaço engraçado. Mesas e cadeiras desirmanadas, a maioria em ferro pintado a branco, candeeiros arte nova e uma clarabóia a dar um ambiente de esplanada interior. Era Domingo e o tempo de espera por uma mesa era de duas horas. Fica para a próxima, quando formos as quatro.
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
O melhor
Eu gosto de alturas e a viagem de helicóptero foi fantástica, mas a vista do recém-aberto (após um interregno de 20 anos) observatório situado no 70º andar do Rockefeller Center é ainda melhor. Chegámos de dia e ficámos para ver o pôr-do-sol. Presumi que as cores que iluminavam o Empire State Bulding tinham o propósito de assinalar o Columbus Day que dura uma semana e, na realidade, se traduz num mês inteiro dedicado aos ítalo-americanos nova-iorquinos.
Ah e a vista da enorme janela do quarto no 32º andar também era muito boa.
O pior
No Sábado escolhi mal o calçado. Those boots weren’t made for walking e o resultado foi very unhappy feet.
A notícia
Esta era a notícia que mais tinta fazia correr em Nova Iorque:
Republican Rep. Mark Foley resigned from the House after sexually explicit instant message conversations with teenage congressional pages attributed to him surfaced. [ler aqui]
Nota - Tive alguma dificuldade em perceber esta notícia enquanto lá estive. Não sabia o que eram "congressional pages" e não percebia como é que o Congresso podia ter funcionários menores de idade. Depois de entender estes aspectos (os tais "congressional pages" têm de ter, pelo menos, 16 anos de idade) fiquei com outras dúvidas. Nos EUA pode-se tirar a carta de condução e trabalhar a partir dos 16 anos. Em Nova Iorque é proibido vender bebidas alcoólicas a menores de 21 anos. E com que idade é que se pode manter "sexually explicit instant message conversations"? Talvez não seja muito relevante para o caso concreto, que é sobretudo político e não tanto do foro criminal, mas gostava de conhecer (mesmo sem perceber) os diferentes conceitos de menoridade existentes nos Estados Unidos.
Nota2 – “Anything else you want, just snap for a page.” É a deixa de um miúdo dirigindo-se a James Stewart no filme «Mr. Smith Goes to Washington», numa cena lembrada no último Daily Show quase integralmente dedicado ao caso Foley.
Vida de mãe - episódio 38
Nessa noite, autorizei-o a dormir na minha cama. Ele foi delirante buscar o Simão, o Diego (o tigre da Idade do Gelo), o ursinho azul e a sua almofada. Deitámo-nos, agarrei num livro e disse-lhe para fechar os olhos e dormir mas ele nunca executa esta ordem à primeira. Gosta de conversar um bocadinho.
– “Mãe, tu tens avós?”
– “Tenho. A avó L. que conheces bem e a avó M. que já morreu.”
– “Como é que ela morreu?”
– “Ela morreu porque ficou muito, muito, velhinha.”
- “E tu, mãe, vais ficar nova todos os dias?”
Depois das necessárias explicações, adormeci a pensar que é também por causa destas perguntas que nos sentimos completamente amados pelos nossos filhos.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
Regresso às aulas
Em 1996, acabei um curso, ontem comecei outro. Dez anos depois, tudo me parece diferente.
O ambiente desta minha nova faculdade é muito mais descontraído, os professores muito mais próximos dos alunos, a falta de organização da instituição é incomparavelmente maior e a minha turma muito mais heterógenea (várias idades, raças e percursos de vida).
Sei que vai ser difícil coordenar três vidas numa - a de mãe, a de trabalhadora e a de estudante - mas estou cheia de confiança e, sobretudo, com imensa vontade de aprender.
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Parabéns!
E, neste aniversário, um post surpresa.
Aqui, fizeram feriado para assinalar a efeméride, com direito a desfile na 5ª Avenida e tudo.
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
20 minutos
Os nutricionistas dizem que devemos parar de comer quando ainda temos fome. Explicam que a indicação de apetite saciado demora uns 20 minutos a chegar do estômago ao cérebro.
A troca de informações entre o coração e o cérebro processa-se mais lentamente. E assim se ganham grandes indisposições que a razão não consegue evitar.
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Sam no feminino* (4)
I've got a lot of cats, here's my favorite
She's lady called Sam
[de «Open House», Lou Reed & John Cale]
*À ilustre criadora: para quando uma gata chamada Sam?
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
Best in show
Este gato da minha mãe foi eleito o melhor jovem da exposição da Petfil. Estamos todas muito orgulhosas mas - modéstia à parte - não admira porque o Duke é lindo de morrer.