Da entrevista de José Mário Branco à revista «Tabu» do dia 25 de Abril:

E agora, por que voltou à universidade?
(...)
Sabia que me ia chatear com os professores ao fim de algumas aulas – uma pessoa chega a esta idade e já tem as suas convicções, alguma informação e cultura. Por isso, excluí Direito, Ciências Políticas, Psicologia e Sociologia. Excluí a História. Até que disse: “Pois é, a Linguística. A palavra e a linguagem, é isso que me fascina”.
(...)
Foi o melhor do curso.
O ano passado recebi uma bolsa de mérito e o troféu especial de melhor aluno da Faculdade de Letras [da Universidade de Lisboa].

É só uma desculpa para contar que a Meg, no primeiro ano da sua segunda licenciatura, ficou entre os quatro melhores alunos do curso todo e recebeu uma bolsa de mérito. Como é que ela faz isto? Diz que gosta das matérias e tal, que é interessante, que se entusiasma e estuda madrugada fora. Além disso eu sei que toma uns capuccinos que podem muito bem estar relacionados com estes resultados. Um grande aplauso!

Retrospectiva (e vice-versa)

A avó Soledade em primeiro plano.
Fortaleza da Praia da Rocha, Algarve.
10-02-1964 (2ª feira de Carnaval)

A avó Soledade tinha uma expressão que era “mais vale perder um amigo do que uma resposta pronta”. [Ó mãe, devia ser ao contrário!] Não, não, era assim mesmo. A tua bisavó era tramada.

Uma das minhas resoluções de ano novo foi a de aligeirar a tendência para a ironia, abrandar no sarcasmo, resistir à resposta mordaz. Não tem sido fácil, estou sempre a apanhar-me em falta, mas começo a aperceber-me de algumas vantagens em falar a sério e que isso não significa uma conversa sisuda.

De qualquer forma, é difícil. Então se entrarmos no campo do interesse romântico é o sufoco. Pois se a minha única táctica amorosa sempre foi o gozo descarado, a piada quase ofensiva que, inexplicavelmente, a maioria dos visados considera mesmo ofensiva. Tratá-los como réus que é preciso entalar*. Deve ser uma espécie de prova de resistência, se aguentares isto estás apto. Devo dizer em defesa da táctica que, nos casos em que não a adoptei logo de início, veio a verificar-se, meses mais tarde, que não estavam aptos. E esta história de “meses mais tarde” pode ser desagradável (não quer dizer que tenha sido, visto daqui, enfim, a verdade é que aleija um bocado).

Entretanto, este fim-de-semana, a minha mãe deu-me a conhecer a citada pérola de sabedoria da minha bisavó. Dei-me uma pancadinha nas costas. Com esta herança genética, é natural que a tarefa seja complicada. É capaz até de ser trabalho para vários anos.

Alturas assim

"Há alturas em que as coisas - parece que não se percebe bem que sentido é que fazem. Não sei, talvez seja impressão minha mas... O mundo faz lembrar o nosso videogravador. Nunca soubemos bem, quer dizer, sabemos gravar e carregar no play mas ficamos sempre com a sensação que deve dar para fazer mais coisas."

[do Miguel, quando escrevia Histórias de Amor na Pública.]

Saiu-lhe a Manuela pela culatra

Este é o fabuloso título da crónica do jornalista Ferreira Fernandes, publicada no DN de hoje.

Nunca falha. Sorrio sempre ao ler os textos deste senhor. Aprecio muitíssimo o seu género de escrita, pela forma como ele gosta de apraltar, com um tipo especial de humor, os comentários que faz à actualidade.

No último ano da faculdade

Your 1996 Theme Song Is: Ironic by Alanis Morisette

It's like rain on your wedding day It's a free ride when you've already paid It's the good advice that you just didn't take Who would've thought ... it figures

What's Your 1996 Theme Song?

Ninguém

Não há notícias sobre a rapariga do anúncio da Dimension. Temos aqui uma missão certamente mais fácil do que encontrar um líder para o PSD.

Alguém tem alguma informação que me possa facultar relativamente à rapariga que entrava no anúncio do champô Dimension 2 em 1 há cerca de 20 anos

morena de olhos azuis que até ficou famosa na altura? Nada na internet sobre este anúncio, zero menções no Google à protagonista. Acho isto uma injustiça. Que ingratidão. (não me refiro a esta, como é óbvio)

O secador de cabelo

A minha vida sem secador de cabelo decorria tranquilamente até que a Meg passou uma temporada lá em casa e, de imediato, que casa de selvagens é esta onde não existe um secador de cabelo?

A reclamação indignada mais os choradinhos que a Meg foi fazer ao cabeleireiro da esquina encheram-me de vergonha, pelo que gizei um plano (gizar, só por si, já é giro, quanto mais um plano) para passar a ter um secador de cabelo sem o comprar mas também, é evidente, sem gastar um presente de anos ou de natal com isto. Sobretudo porque eu não tenho qualquer uso para um secador de cabelo, facto que a minha mente obliterou nos últimos meses, em concreto desde que reparei que os fiéis pontos Marktest poderiam ser convertidos no pequeno electrodoméstico.

Ontem, quando vinha da estação dos correios com a encomenda debaixo do braço e tentava encontrar uma explicação para o facto de ter pedido uma coisa de que não preciso e que nunca me fez falta nenhuma, ocorreu-me que a única razão é a possibilidade de oferecer uma secagem de cabelo às visitas. Fiquei descansada porque afinal o aparelho vai ser muito útil.

[Isto fez-me lembrar a história do Diabo e do lenço. “A pessoa” não aprende.]

A frigideira antiaderente

Well there’s one thing momma,
I think you should know,
it is not love that makes the flowers grow
but a complex electron transfer process known as photosynthesis when chlorophyll reacts to the light of day.

Since you’re gone, the light has gone away.

Oh, there’s one more thing momma,
I think that you'll find,
it is not love that makes the stars shine
but the spontaneous combustion of superheated super condensed gases in a process known as fusion that creates new elements when the time is right.

Since you’re gone, the stars don’t shine so bright.

Oh, there’s another thing momma,
I think I should confide,
it is not love that’ll turn the tide
but the net difference in the gravitational pull between the earth and the moon as it is acted out upon the waves.

Since you’re gone, I feel washed away.

I could’ve been a mathematician
to study rockets for a living
would’ve work out better in the end,
but to get more specific I’d break every law of physics to bring you back to me again.

There’s one more thing,
I’ll tell you if I can,
it is not love that makes a non stick frying pan,
but a top secret trademark conglomerated most likely carcinogenic polyeurothane compound spreading of microthin substance over a negatively charged layer of aluminum, copper, iron, lead, vhs, fyi, apple pie, fbi, and some other elements too.

Since you’re gone, I wish I’d stuck to you.

[Josh Ritter, sem título]

No dia dos teus anos, Inês:

Your Birthdate: April 10

Independent and dominant, you tend to be the alpha dog in most situations. You're very confident, and hardly anything ever shakes you. Mundane tasks tend to drain you - you prefer to be making great plans. You are quite original. When people don't "get" you, it bothers you a lot. Your strength: Your ability to gain respect. Your weakness: Caring too much what others think. Your power color: Orange-red. Your power symbol: Letter X. Your power month: October.

What Does Your Birth Date Mean?

Quem diz uma Segunda diz uma Terça

Só faltava um prédio problemático na avenida.

Na vida real (2)

Celebrity bloggers are having a field day over paparazzi photos of Keely Shaye Smith, former 007 actor Pierce Brosnan's wife, on the beach in Hawaii, daring to show her quite ample bikini-clad body. (…)
Snide remarks on the blogosphere demonstrate that weight is one of the last arenas where one can be politically incorrect without repercussions.

[daqui]

Na vida real

A imagem física é uma imagem de sucesso ou fracasso, e isso mete medo. Muito Medo.
Ou alguém acredita que o protagonista de A Gorda, o good-looking Ricardo Pereira, alguma vez namorasse com uma badocha na vida real? Ele nunca aguentaria o gozo. Cada um com a sua espécie.

[Pedro Mexia no «Público» de ontem]

Parabéns!

5 anos, cinco? Isso em idade humana equivale a cerca de trinta e purrrr.