Plano de fim-de-semana ideal
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The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]
Entrei de férias. Não estou especialmente feliz com o facto. O que é que ganhamos em descansar o corpo quando a cabeça não quer e o coração não deixa?
O primeiro passo é admitir que se é viciado, deixar aquelas coisas de “ah, quando eu quiser e tal, é uma questão de vontade, etc.”. Depois há que reconhecer os efeitos nefastos daquele hábito no nosso bem-estar. Por fim, é preciso convencermo-nos que no mundo da abstenção reside uma vida muito melhor.Comecemos, então, pelo princípio: “Gonna have to face it, you’re addicted to love”.
«Growing up in public»*? Com certeza, eu também.
Depois de um jantar divinal com tudo a que tínhamos direito, experimentámos a primeira visita conjunta ao nosso blog. Um admirável mundo novo. by serendipity
Aos quinze, esta frase faz-nos pensar. Aos trinta, não temos dúvidas. É uma outra expressão para dizer: não te quero.
Na hora de deixar quem já amámos, vale a pena assumir a despedida, encará-la de peito aberto. Olhar nos olhos do outro e dizer-lhe tudo o que a disciplina do dia-a-dia nos impediu de contar. Abraça-lo com mais força. Não importa fazer contas, apurar responsabilidades, determinar culpas, interessa mais não deixar dúvidas no coração de quem nos continua a querer. Saber dizer adeus.
Não há dúvida que este projecto saltou definitivamente do círculo da nossa amizade para o mundo.
Ouvir Caetano Veloso é um dos meus melhores antídotos para crises. Ultimamente, tenho-o ouvido repetidamente.
Madalena. Hebraico: a dos cabelos penteados, cidade das torres, natural de Magdala, cidade junto ao mar da Galileia. Pessoa discreta e observadora que prefere ouvir a falar. Significa magnífica. Podia lá ser outra coisa.
É a vingança de quem acabou de perder e não sabe que apostei o amor dele por mim.
Ontem, acrescentei à minha lista pessoal de acontecimentos surreais, o seguinte: partilhei um elevador com uma águia. A sério. E não era a versão em peluche, nem o exemplar embalsamado mas um bicho a valer, vivo, a respirar e tudo. Gigante, cheio de penas (claro!), com um bico enorme e umas garras de meter medo.
Sabemos que o amigo vai partir para dar mais um passo de gigante. Ficamos felizes e orgulhosos porque tomou a opção certa: aceitou o desafio. Vai crescer, ter muitas coisas para contar, aprender, conhecer outras pessoas, outros sorrisos. Que bom. Desejamos-lhe sorte e dizemos-lhe que ficamos cá à espera. E depois, a sós, treinamos o coração para não chorar na despedida.
Antes de escrever este post, fui consultar o dicionário para ver se a definição me inspirava. A definição fez mais do que isso. Por isso, decidi transcrevê-la: "Entregar alguma coisa a alguém sem receio de a perder ou de sofrer dano. Revelar: confiar o seu segredo. V. int. Ter confiança; ter fé; ter esperança; acreditar. V. r. Entregar-se cheio de confiança".
Há um mês e meio larguei a turquesa, depois de andar duas semanas a transbordar de comunicação e capacidade criativa do pensamento. Decidi relaxar, tratar a angústia emocional, abrir o coração ao amor e fortalecer o carácter (quartzo rosa). Entretanto optei por privilegiar o equilíbrio e a introspecção, provavelmente porque, ao mesmo tempo, atrairia a sorte em assuntos relacionados com as paixões (ágata). Sucede que anteontem voltei à turquesa. Anteontem foi apenas a véspera de ontem, dia que ficará para sempre assinalado nos anais da nossa história. Assim, meg, haverá que agradecer o advento a quem deve estar aí mesmo a chegar.
Falhei ontem um encontro com as minhas melhores amigas num dos nossos locais de referência: a Häagen-Dazs do Chiado. Um azar destes não tem explicação.