Vim do sol e do calor de saber rir, das praias douradas onde amei o teu corpo.
No sabor de sal da tua pele lambi feridas antigas, no teu cabelo respirei a minha alegria.
O tempo correu solto e fácil e as noites adocicadas pelo teu perfume cantaram baixinho a areia que nos foi lençol.
Espreguicei-me nas coisas boas e tudo me foi devido, assim como era justo e perfeito na harmonia intemporal do meu verão.
Dono da vida e também dono de ti e do teu amor, bocejei saciado de tanto.
Soubera eu que o que me era dado servia um propósito. Propósito de conhecer os extremos que em sua essência infinita se confundem e se igualam.
Chegado ao meu Inverno, no meu nevoeiro boreal, arrepio-me com o frio que me repassa dos caloríferos sobreaquecidos da minha solidão. Olho a minha indigência e apiedado de mim mesmo ilusiono o falso brilho do meu vazio. Como se também ele, e a falta do muito e do tudo, fosse suficiente na sua própria justificação.
No estertor de um eu que se repete, que se rasga repetindo-se em círculos fechados e concêntricos, que chegam de nenhum lado e vão para parte alguma, anulo-me na ânsia estéril de ser tanto. E de tanto ser de mim para mim, quase esqueci de mim para ti.
Quase... É por isso que não temo o teu Inverno. Estou absolutamente certa de que ainda nos falta viver a Primavera juntos. Só não sei e não me importa quando.
2 Comments:
Vim do sol e do calor de saber rir, das praias douradas onde amei o teu corpo.
No sabor de sal da tua pele lambi feridas antigas, no teu cabelo respirei a minha alegria.
O tempo correu solto e fácil e as noites adocicadas pelo teu perfume cantaram baixinho a areia que nos foi lençol.
Espreguicei-me nas coisas boas e tudo me foi devido, assim como era justo e perfeito na harmonia intemporal do meu verão.
Dono da vida e também dono de ti e do teu amor, bocejei saciado de tanto.
Soubera eu que o que me era dado servia um propósito. Propósito de conhecer os extremos que em sua essência infinita se confundem e se igualam.
Chegado ao meu Inverno, no meu nevoeiro boreal, arrepio-me com o frio que me repassa dos caloríferos sobreaquecidos da minha solidão. Olho a minha indigência e apiedado de mim mesmo ilusiono o falso brilho do meu vazio. Como se também ele, e a falta do muito e do tudo, fosse suficiente na sua própria justificação.
No estertor de um eu que se repete, que se rasga repetindo-se em círculos fechados e concêntricos, que chegam de nenhum lado e vão para parte alguma, anulo-me na ânsia estéril de ser tanto. E de tanto ser de mim para mim, quase esqueci de mim para ti.
Quase... É por isso que não temo o teu Inverno. Estou absolutamente certa de que ainda nos falta viver a Primavera juntos. Só não sei e não me importa quando.
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