Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Nunca me canso

No sábado à noite, fui ver e ouvir o Sérgio Godinho ao Teatro Maria Matos, com a minha mãe. É a terceira vez que assistimos juntas a um concerto dele. A primeira delas foi, seguramente há mais de quinze anos, em Paris.

O espectáculo foi muito bom. Ele não só cantou alguns temas de sempre, como também apresentou o seu novo disco Ligação Directa, acompanhado de uns músicos excelentes que conseguiram reinventar a sua sonoridade e estilo com sucesso.

Este cantor não sabe mas é meu parente. Visito-o pouco mas sempre que tenho essa oportunidade, o nosso encontro provoca-me uma sensação de identidade, de conforto e de ternura, até.

Já agora, deixo aqui a letra fabulosa de uma canção antiga que me agradou imenso voltar a ouvir:

Não sei de imagem
que o tempo não destrua
não sei de ti
se atravessas a rua
vem ter comigo
sempre que for preciso
fala com a voz
fala com o choro
fala com o riso
diz o que é preciso

Viva quem vive
com a cabeça aperrada
e dispara bala
contra o medo apontado
viva quem luta
com a cabeça ao contrário
p´ra ver também um pouco do lado do adversário
do lado contrário

E viva o dia
em que já não precisas
de reis nem gurus
nem frases-chave nem divisas
o dia
em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas
Ei,ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

Não sei de imagem
que o amor não persiga
não sei de ti
se não fores minha amiga
faz o que queres
que se queres é preciso
faz o melhor
fá-lo com loucura
e com juízo
faz o que é preciso

Viva quem muda
sem ter medo do escuro
o desconhecido
é o irmão do futuro
viva quem ama
com o coração aos saltos
e mesmo assim vence
os seus altos e baixos
e os altos dos seus sobressaltos

E viva o dia
em que já não precisas
de reis nem gurus
nem frases-chave nem divisas
o dia
em que já não precisas
de reis nem papás
nem profetas nem profetisas

Ei, ei que é do rei
o rei foi-se, o rei vai nu
ei, ei, viva eu, viva tu

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É um conforto de voltar a uma casa que também é nossa. Desta vez, de facto, com umas roupagem nova que assentava muito bem. Um prazer!

1:19 da tarde  

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