No país das assimetrias
Quando a roupa do meu filho deixa de lhe servir e os brinquedos já não se adequam à idade dele, dou-os (quanto a estes últimos, após o prévio consentimento do miúdo, claro). Foi isso que fiz com um triciclo e um pequeno camião que se encontravam ainda em bom estado.
Desloquei-me então à Casa do Gil. Toquei à porta e entrei num espaço com óptimo aspecto, um grande jardim, um ambiente sereno e uma casa linda a cheirar a novo. Fui atendida por um rapaz muito simpático que agradeceu a minha contribuição mas que me explicou que dada a mediatização da instituição e das consequentes ofertas, não necessitavam daquele tipo de artigos.
Surpreendida e contente, resolvi ir bater a outra porta, à da Associação Sol, situada na Tapada da Ajuda que cuida de crianças infectadas pelo vírus da SIDA. Apesar de me terem recebido com a mesma simpatia, tudo me pareceu diferente. Aqui, não havia jardim, a casa parecia ser mais pequena e o estado de espírito bem menos confiante. Aceitaram de imediato o que eu tinha para dar e quando perguntei o que é que lhes fazia mais falta, responderam-me com um ar apreensivo: fraldas e papas.
Fiquei com um nó no estômago. Esta instituição necessita do básico.
2 Comments:
...e nós oferecemos quase sempre o supérfluo...
aí está uma informação que deveriaciorcular pela net via mail e não aquele mail com mais de 500 anos que diz q eles precisam de roupa para os meninos! enfim...
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