Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

terça-feira, 21 de setembro de 2004

C'est extra

80% da música que ouvia entre os 9 e os 23 anos não foi escolhida por mim, não tinha sido comprada por mim nem para mim. Eram as escolhas e gostos musicais de outra pessoa. Aos 23 comecei a trabalhar e deixei de ter aquelas longas tardes em casa a pôr discos. Gravei umas cassetes para ouvir no carro mas, claro, com as minhas escolhas musicais, coisas do meu tempo. Nada daqueles discos que ouvia em casa só porque estavam ali e porque estava tão habituada a ouvi-los como se tivessem sido comprados por mim ou para mim. Mas não tinham sido.

Entretanto separei-me de todos aqueles discos que não eram meus e há quase quatro anos que os vou comprando, agora sendo (como se fossem) as minhas escolhas e os meus gostos musicais. Mas não é fácil porque eu quero exactamente o mesmo disco, que reconheço pelo grafismo da capa e não pelo nome do álbum. Ora, há por aí muito vinil que ninguém se deu ao trabalho de pôr em cd. Ainda por cima não sei identificá-los pelo nome, embora possa fazer uma descrição detalhada das cores e desenhos da capa. Também já vi darem uma capa diferente ao álbum quando editado em cd. E ainda há um outro problema, que é o dos álbuns (sejam vinil ou cd) que têm capas diferentes consoante o país onde foram editados e/ou capas novas para reedições.

Alguns dos que encontrei: «Flowers» dos Rolling Stones; quase todos os do Cat Stevens (ainda não consegui apanhar o do caixote do lixo e o do chá, mas arranjei um «best of» para ir remediando); «Days of the Future Passed» dos Moody Blues; a «Ópera do Malandro» do Chico Buarque; e o «Tommy» dos Who.

Aqueles que não encontro, como o do Patxi Andión e o do Herbert Pagani, têm sido substituídos por álbuns que contenham o maior número das músicas que os outros tinham. Disso lembro-me: do nome das músicas; sei-as de cor, mesmo quando não percebo nem metade. É o caso do cd que comprei este fim-de-semana. Não era o que eu queria. O que eu queria tinha o cantor em grande plano na capa, com uma camisa vermelha e aquele cabelo branco todo no ar. Então comprei um álbum que tem, pelo menos, cinco das músicas que o outro tinha. E tem esta: «C’est Extra».

(se seguirem este link e clicarem ao lado do nome da música é suposto conseguirem ouvir o primeiro verso, e até vou colar aqui só essa parte da letra)

Un' rob' de cuir comme un fuseau
Qu'aurait du chien sans l'faire exprès
Et dedans comme un matelot
Un' fill' qui tangue un air anglais
C'est extra
Un moody blues qui chant'la nuit
Comme un satin de blanc marié
Et dans le port de cette nuit
Un' fill' qui tangue et vient mouiller.
C'est extra, c'est extra, c'est extra, c'est extra.

4 Comments:

Blogger inês said...

parece que há aí um bigo que te pisca o olho. olha lá...

10:04 da tarde  
Blogger Sam said...

Falta a "punch line" (sem, no entanto, deixar de salientar que “o passar do tempo também não costuma ter punch-line”): receava-se que o cantor fizesse reféns ameaçando os eventuais sequestrados com o uso da sua voz.

4:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gostaria de ter a letra completa em francês, e a tradução para o português, se possível, da música de Léo Ferré, "C'est extra".
Obrigada!
Allamandra Godoy

email:allamandragodoy@gmail.com
ou
allamandragodoy@yahoo.com.br
ou
allamandragodoy@hotmail.com

6:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

o email Gmail é, corretamente,


AllamandraGodoy@Gmail.com

Os demais emails estão corretamente apontados na primeira mensagem acima.

É muito importante para mim se for possível me enviar as letras da música (C'EST EXTRA', LÉO FERRÉ), tanto em francês, quanto em português!
Ficarei eternamente grata!
Obrigada antecipadamente,
Allamandra Godoy

6:25 da manhã  

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