No reino bué, bué longe (parte 2)
Comecei a namorá-lo no ano em que entrei para a faculdade.
Na altura, ele personificava o meu conceito de príncipe encantado. Sempre muito atencioso e disponível, preocupado em agradar-me. Um tanto ou quanto possessivo, só o suficiente para eu me sentir desejada e importante.
Era um bocado mais velho que eu e já não tinha aqueles comportamentos adolescentes e desesperantes, característicos do estroina que o tinha precedido (e que viria também, ironicamente, a suceder-lhe).
Lembro-me, entre outras coisas, de ele me ter ensinado a guiar. Da especial delicadeza da sua mãe e do tempo que passávamos com uma das suas sobrinhas, a M., que na altura tinha oito ou nove anos, e que agora, segundo ele, está a acabar o curso de Medicina.
Recordo ainda um fim de ano passado a dois em S. Martinho do Porto, umas férias de Verão na Balaia e, em geral, a agradável ausência de conflito.
O meu pai embirrava com ele pelo facto de não lhe prestar a devida vassalagem e penso que a minha mãe e as minhas irmãs, o achavam simpático mas demasiado calado.
Decorrido um ano, o rapaz resolveu abordar o tema do casamento e eu tive de assumir que não estava apaixonada. A separação foi difícil (quase todas são) e os meus sentimentos de culpa, gigantes.
1 Comments:
É bom não esquecermos essas coisas, o que vivemos e o que aprendemos...
Enviar um comentário
<< Home