Voando sobre um ninho de cucos (cont.)
No entanto, já arranjei involuntariamente maneira de pôr o referido elogio em causa.
Desde que me conheço, que tenho por hábito observar todas as pessoas com quem me cruzo, designadamente, as que partilham a mesma carruagem do metro que eu.
Hoje de manhã, dei-me mais uma vez conta do meu anormal grau de perspicácia visual, ao reparar que a senhora que vinha sentada à minha frente trazia vestido um casaco que, sem qualquer sombra de dúvida, já tinha sido meu.
Num primeiro momento, não só achei graça, como até me confortou atestar que o vestuário que nós deixamos de usar, é efectivamente aproveitado por alguém.
Mas depois, fiquei a matutar num pensamento menos politicamente correcto e mais auto-crítico: será que é mentalmente saudável andar de tal modo conectada com a realidade humana que me rodeia?
1 Comments:
Para quem tem dificuldade em reconhecer na rua a maioria das pessoas que conhece, isso de reconhecer um casaco é pura ficção científica. É capaz de ser um super-poder.
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