Sapatos (3)
No único ano em que fui ao Festival do Sudoeste apresentei-me no recinto com umas mules de salto alto. Porquê, santo deus? Não há explicação. Dispunha de toda a informação necessária a fazer-me compreender a total inadequação deste calçado para o fim a que se destinava. Além disso, ainda fui delicadamente advertida por terceiros que, antes de arrancarmos, olharam estupefactos para os meus pés. Resta-me a psicanálise: sabia que ia estar fora do meu elemento e nada me faria avançar sem a minha armadura especial.
Contra as expectativas, correu tudo muito bem. E nos concertos dos dias seguintes já pude ir de ténis.
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