Relato de uma noitada no sofá
Não sei precisar qual foi a última vez que me sentei um bocadinho a ver televisão (há três semanas ou um mês, talvez). Acho que só não me esqueço da existência do referido aparelho porque o meu filho é infelizmente viciado no canal Panda.
Deve ser por causa da falta de hábito que me divirto tanto quando, sozinha em casa, resolvo ligar o televisor. Ontem à noite, instalei-me à frente do ecrã por volta das oito da noite e só o desliguei perto das duas da manhã.
Primeiro, dei uma volta pelos vários telejornais (o da TVI continua execrável) e fiquei a saber – entre outras coisas - que o Supremo Tribunal de Justiça considerou os maus tratos a crianças deficientes uma ferramenta normal e até útil para ser usada pelos técnicos encarregues da sua educação.
De seguida, optei por um programa da RTP Memória datado de 1972 sobre um sujeito que tocava acordeão. O que mais me impressionou foi o facto do homem ter falado minutos a fio sobre a sua paixão por aquele instrumento, sem ter aparecido alguém para gerir o tempo e o modo da sua interminável dissertação. Outros tempos.
Da imagem a preto e branco, saltei para o canal de música francês M6. Estava a dar a versão gaulesa do concurso “Ídolos” e eu, sem querer, acabei por sofrer um inesperado ataque de nostalgia ao ouvir uma interpretação do tema mais famoso dos “Indochine”, uma mítica banda francesa dos anos 80.
Para me recompor do saudosismo, executei um zapping frenético até apanhar a meio o filme “Back to the future” no Hollywood. Parei para rever pela enésima vez a cena do Michael J. Fox a dar um show de guitarra eléctrica perante uma plateia apatetada de jovens dos late fifties.
Acabado o filme, decidi realizar um estudo comparativo entre a telenovela brasileira da SIC e a portuguesa da TVI.
Confesso que tive de fazer um esforço genuíno para não desatar a rir da mediocridade das interpretações nacionais (só consegui levar mais ou menos a sério a Sofia Alves). Lamento mas as produções lusas continuam a não chegar aos calcanhares das da TV Globo e companhia. Não há comparação possível entre uma Sílvia Rizzo e uma Glória Pires. É escusado.
Após uma barrigada de anúncios, encerrei então a noite com o primeiro episódio da série americana “Commander in Chief” (Senhora Presidente na versão portuguesa). Fiz bem. Decididamente, gostei de ver a Geena Davis a desempenhar o papel de primeira chefe de estado do sexo feminino dos EUA.
Aliás, fiquei tão entusiasmada com esta série que acho que vou voltar a quebrar o jejum já na próxima quarta-feira, se não me esquecer do horário até lá, claro.
2 Comments:
Devo dizer que tu, perto de uma televisão ligada em casa alheia, pareces aquele do «Caro Diario», o Gerardo: nunca nunca vê, mas passa ao pé de um ecrã e fica vidrado.
por alguma influência da Comercial...puro serendipismo...vim aqui parar...
e gostei...
boa!
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