Bocados de vida esquecidos na gaveta
Ao abrir uma pasta de rascunhos de uma caixa de correio que já não uso há tempos, fui encontrar uma série de mails com cerca de um ano que nunca chegaram a ser enviados. Relatos de sentimentos, expectativas e dúvidas. Li-me e magoei-me com a inequívoca diferença de tom entre a minha escrita de ontem e a de hoje.
2 Comments:
Disse-te que noutro dia me pus a ler alguns dos mil e noventa e dois mails que trocámos, com maior frequência, a partir de Janeiro de 2003. Big mistake. A quantidade de coisas que se remedeiam por não terem remédio...
A diferença entre o now e o then está, muitas vezes, apenas no conformismo. Mas, ao ler aquilo, fiquei com a sensação que me preferia enquanto portadora de algumas daquelas expectativas.
Canta o Bruce Springsteen na música «Devils & Dust»: What if what you do to survive kills the things you love?
Tem tudo a ver com a polémica das vacinas. Vale mais estar vacinado/imune ou mantermo-nos permeáveis a vírus (for better and for worse)?
Por muito dolorosa que seja a desilusão (que é sempre tremenda), é sempre preferível à ilusão, confirmando, julgo eu, o comment da sam.
Em relação ao que guardamos, não vale a pena. Não vale a pena guardar o que nos estagna, o que nos prende, o que nos arremessa para um mesmo vício circular. Digo-o a mim mesma. É difícil.
Apagar mails, deitar fora cartas, rasgar fotos, dar roupa velha, sacudir o pó, é sempre o melhor. Para acabar de vez com a tentação de remoer naquilo que felizmente (ou infelizmente, depende da perspectiva) acabou.
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