Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

sexta-feira, 18 de março de 2005

Entrevista de rua

- E o que tem a dizer sobre a situação?

- Portanto, eu acho que ele devia sair de lá, não é? Era o melhor para ele. Quer dizer, aquilo qualquer um vê que é uma pessoa com grande potencial que está ali a marcar passo. Era arranjarem-lhe, prontos, uma casinha só para ele desenvolver aquelas ideias e não estar sempre a ser esquecido só porque os outros escrevem demais. Porque quantidade não é qualidade - quantidade não é qualidade, tá a perceber? - e eu acho mal, não é, que as pessoas não prestem atenção às coisas e não vejam o que é que se está ali a passar, não é? Por exemplo, aquele rapaz, o outro, sempre tão ufano. Esse nunca mais apareceu. É que nunca mais apareceu, homem! Portanto, é como eu estou a dizer. O outro sabe que não tem estatura para aquilo. Quer dizer, não está à altura. Sabe e claro que não quer entrar agora em comparações, não é? O que é que pode fazer? Nada! Rigorosamente nada. Como é que o outro espertinho ia agora arrebentar com os textos dele? Impossível. É que os textos dele vê-se bem que são produtos literários que não se lhes pode apontar isto. Ele vai longe mas é uma pena não ter já ido.