Os políticos têm a cabeça infinitamente vazia
[daqui]
Há quem ache que os políticos são uma espécie criticável toda por igual. De resto, é um hábito que se exerce em relação a algumas classes profissionais. Pior do que ser advogado só mesmo ser político, ou – horror dos horrores - alternar entre uma coisa e outra.
O que me faz confusão é, em primeiro lugar, saber o que é que permite definir alguém como político. É preciso ser filiado num partido? E desenvolver actividades partidárias? Basta ter aceite um cargo de nomeação política? Quando se diz os políticos isto ou os políticos aquilo, de quem é que se está a falar? Em que momento é que a cabeça medianamente cheia de uma pessoa normal, se começa a esvaziar por motivo de contacto e intervenção na política?
Admito perfeitamente que existam, e existem, características distintivas que atingem de forma transversal a generalidade dos indivíduos de uma classe profissional. Muitas delas são enquadráveis no chamado «defeito profissional», e reflectem-se, por exemplo, na linguagem e na roupa.
Mas, ao contrário do VPV, considero que não existe uma classe profissional cuja generalidade dos indivíduos que dela fazem parte sejam caracterizáveis por terem «a cabeça infinitamente vazia». [se bem que o comentador político... hum...] De qualquer forma, é simples perceber porque é que a classe política é sempre alvo destes comentários indiscriminados e taxativos: o seu trabalho passa pela constante exposição pessoal. São o alvo mais fácil que existe. É esta a característica comum que melhor distingue a actividade política de outras profissões: the sitting ducks.
A mim aborrece-me o exercício do ataque genérico e indiferenciado, em especial a alvo fácil. É vulgar, é desinteressante e é inconsequente. Um ataque genérico e indiferenciado a toda uma classe é também desonesto mas, se tivesse algum interesse, não era por isso que eu me chateava.
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