Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

Será do Guaraná?

Quando os anglo-saxónicos em geral, e os americanos e ingleses em especial, fazem covers, adaptam os femininos e masculinos da letra da música de acordo com a condição masculina ou feminina do intérprete. É fatal como o destino.

Na música brasileira, não. Nem é preciso falar em covers. A música pode ter sido escrita originalmente para um(a) cantor(a) específico(a) e, ainda assim, prevalecer o género feminino ou masculino do letrista. Temos a Marisa Monte a dizer que fica “mais bonito, mais esperto” e não parece estranho porque sempre foi assim na música brasileira (quando tinha 8, 9, 10 anos causava-me alguma estranheza). Aparentemente valorizam mais a integridade do texto, considerando que nada se perde em credibilidade na interpretação.

Há também a esquizofrenia de Chico Buarque que escreve a pensar na intérprete e depois interpreta como se não tivesse sido ele a escrever.