O julgamento
As amigas apoiam, dão razão em toda a linha, tomam as dores, semicerram os olhos e esfrangalham-lhes a boa imagem que até então detinham. Chamam-lhes os nomes que não me ocorrem. Dedicam-lhes os piores insultos e lançam pragas terríveis. É reconfortante.
Na sequência de um desaire do ano passado, a reacção de que mais gostei foi a de uma amiga cuja indignação ia crescendo crescendo, sem que conseguisse dizer nada. Até que por fim declarou, “ele devia ser condenado!”. Desenvolveu a ideia do ilícito de responsabilidade amorosa, punível tanto por dolo como por negligência. Que ele devia ser julgado e condenado. Que não podia sair impune.
Depois da análise detalhada das penas aplicáveis ao caso concreto, encerrámos a audiência relativa a este arguido. Fez-se justiça.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home