Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

domingo, 4 de junho de 2006

Quotas - contra

Há uns dias, decidi bisbilhotar uma daquelas revistas tipo Cosmopolitan para homens, a Maxmen. Depois de me deparar com a expectável série de fotografias de mulheres semi nuas, tropecei num pequeno texto sobre o assunto das quotas que achei de tal modo simplista e ofensivo que pedi a revista emprestada para o publicar no blogue.

Ainda o passei para o computador mas acabei por optar não dar relevância a uma opinião tão rasteira sobre um tema importante e sério, até porque nem sequer estava assinada (apesar de escrita na primeira pessoa).

Entretanto, na sexta-feira à noite, num programa da RTP N em que se debatia a referida questão das quotas, ouvi com alguma surpresa e desilusão, uma jornalista chamada Helena Matos, directora de uma revista que eu julgava ter um conteúdo editorial diferente do da Maxmen, defender o seu ponto de vista no mesmo tom e com argumentos idênticos aos referidos naquele texto que tanto me incomodou.

Para meu espanto, a utilização anónima daquela abordagem foleira passou a ter um nome, de modo que entendi afinal transcrever aquelas patacoadas:

“O nosso Parlamento resolveu ceder à moda do tempo e aprovou “as quotas para mulheres” nas listas eleitorais. Com um pormenor: o arranjo contou com o apoio das próprias mulheres que, visivelmente, gostam de sentir o paternalismo do regime. Já dei para este peditório. Mas, no meio da infantilização em curso, convém talvez relembrar o que qualquer pessoa civilizada já sabe: não é difícil a uma mulher competente encontrar sucesso numa carreira política, empresarial ou académica. Difícil, será, ou seria, para uma mulher mediana, ou mesmo medíocre. As quotas são inteiramente para estas.”

1 Comments:

Blogger Sam said...

Já não é directora da revista. Agora publica textos na Maxmen, mas não assina por causa da imagem.

10:17 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home