Quotas - contra
Há uns dias, decidi bisbilhotar uma daquelas revistas tipo Cosmopolitan para homens, a Maxmen. Depois de me deparar com a expectável série de fotografias de mulheres semi nuas, tropecei num pequeno texto sobre o assunto das quotas que achei de tal modo simplista e ofensivo que pedi a revista emprestada para o publicar no blogue.
Ainda o passei para o computador mas acabei por optar não dar relevância a uma opinião tão rasteira sobre um tema importante e sério, até porque nem sequer estava assinada (apesar de escrita na primeira pessoa).
Entretanto, na sexta-feira à noite, num programa da RTP N em que se debatia a referida questão das quotas, ouvi com alguma surpresa e desilusão, uma jornalista chamada Helena Matos, directora de uma revista que eu julgava ter um conteúdo editorial diferente do da Maxmen, defender o seu ponto de vista no mesmo tom e com argumentos idênticos aos referidos naquele texto que tanto me incomodou.
Para meu espanto, a utilização anónima daquela abordagem foleira passou a ter um nome, de modo que entendi afinal transcrever aquelas patacoadas:
“O nosso Parlamento resolveu ceder à moda do tempo e aprovou “as quotas para mulheres” nas listas eleitorais. Com um pormenor: o arranjo contou com o apoio das próprias mulheres que, visivelmente, gostam de sentir o paternalismo do regime. Já dei para este peditório. Mas, no meio da infantilização em curso, convém talvez relembrar o que qualquer pessoa civilizada já sabe: não é difícil a uma mulher competente encontrar sucesso numa carreira política, empresarial ou académica. Difícil, será, ou seria, para uma mulher mediana, ou mesmo medíocre. As quotas são inteiramente para estas.”
1 Comments:
Já não é directora da revista. Agora publica textos na Maxmen, mas não assina por causa da imagem.
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