A acusação
“(...) os arguidos correram atrás de si, empurraram-no fazendo-o cair, e enquanto J. permanecia no solo desferiram-lhe vários pontapés e murros na cabeça, na zona lombar e na anca do lado direito, e o arguido F. atingiu-o por diversas vezes com a fivela de um cinto na cabeça. (...) A conduta dos arguidos provocou em J. escoriações na região escapular à esquerda, escoriações na região malar à direita, contusão ilíaca direita e dor nas regiões atingidas. (...) Os ferimentos causados a J. necessitaram de um período de cinco dias para curar.”
J. é meu irmão. Apesar de conhecer bem a história e as marcas das agressões, custou-me ler o despacho. Mas, depois de cinco segundos a imaginar terríveis vinganças corporais, consegui confortar-me com a mera oportunidade de punição pela via judicial. E quando falo nesta punição não penso em pena de prisão ou de multa, e menos ainda na indemnização que lhe será devida. Penso apenas no julgamento. Que os arguidos sejam julgados é, para mim, simultaneamente essencial, no sentido de elementar, e o mais importante.
1 Comments:
e à saída do julgamento, uma fivela de cinto no olho? uma agulha espetada debaixo das unhas? um dia que aleijaram alguém demasiado querido, não imaginava julgamento suficiente que fosse mais essencial e devido que a vingança fisica pura. pertenço definitivamente ao povo: enforcados numa oliveira.
maradona
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