Naturalidade: Campolide; residência: Campolide.
Todos os habitantes do bairro de Campolide, tirando eu, têm, pelo menos, um animal em casa. A maioria tem cães e/ou gatos, mas também há quem tenha um pombal e quem tenha galos ou galinhas. Acontece que os animais de Campolide sofrem. Não sei com o quê, mas sofrem muitíssimo. Os cães não ladram, gemem; os galos cacarejam como se estivessem a ser asfixiados por mãos humanas. Os pombos tentam o suicídio por atropelamento. Até agora tenho conseguido escapar a passar-lhes por cima, com travagens bruscas e guinadas de volante. Já tive que sair do carro para enxotar um pombo! porque nem a aproximação do carro nem a buzina resultaram.
Os logradouros de Campolide estão cheios de árvores, laranjeiras, limoeiros e outras que não consigo identificar. Há uma árvore da borracha num quintal próximo do meu terraço. Esta é a minha vista para as traseiras: copas de árvores. O som é o dos pardais.
E hoje, enquanto tomava o pequeno-almoço, olhava para os pombos a debicar e os pardais à bulha e aos encontrões às coisas, lembrei-me disto que escrevi há uns 5 anos. Continua tudo igual, do lado de fora da janela. Do lado de dentro está tudo muito melhor.
1 Comments:
"Continua tudo igual, do lado de fora da janela. Do lado de dentro está tudo muito melhor." Que frase fantástica ! Que bom.
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