Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Hey, Vicky hey! (2)

Aqui ficam vários excertos do tal artigo da Courrier:

"A Islândia é o sexto país com o sexto PIB per capita mais alto do mundo; onde as pessoas compram mais livros; onde a esperança de vida para os homens é a mais elevada do mundo - e não muito abaixo da das mulheres; é o único país da NATO sem forças armadas (foram banidas há mais de 700 anos); tem a taxa mais alta de telemóveis relativamente à população; tem o sistema bancário com a expansão mais rápida do mundo; as exportações são altíssimas; o ar é cristalino; a água quente chega a todos os lares islandeses, vinda directamente das profundezas vulcânicas; e assim por diante.

Toda esta felicidade, contudo, não seria possível sem a forte autoconfiança que define os islandeses, a qual, por sua vez, provém de uma sociedade culturalmente empenhada - como prioridade absoluta - em criar crianças felizes e saudáveis, independentemente do número de pais e mães.

As famílias entrelaçadas são uma tradição local (...) É normal terem filhos de mais de um homem. Mas são todos considerados da mesma família.

É um país essencialmente pagão, como os autóctones gostam de o considerar, livre dos tabus que geram tanta angústia noutros países. Isto significa que são pessoas práticas, mas também se traduz em muitos divórcios.

"Não é uma coisa de que nos possamos orgulhar" disse Oddny, com um pequeno sorriso, "mas a verdade é que os islandeses não mantêm relações deterioradas. Simplesmente, vão-se embora." E a razão por que o podem fazer é que a sociedade, a começar pelos pais e pelos avós, não os estigmatiza por fazerem essa escolha.

99 por cento das crianças, sejam os pais canalizadores ou milionários, recorrem aos sistema [de ensino] público.

"Queremos importar cérebros, não exportá-los. Queremos fazer o mesmo que os americanos fizeram com grande êxito: no nosso caso específico, criar uma universidade de elite na Europa, que atraia os melhores do mundo."

Ao contrário dos outros países nórdicos, tem impostos individuais e empresariais extremamente baixos.

Em 1940, 85 por cento da energia da Islândia provinha do carvão e do petróleo. Hoje, 85 por cento provém de água vulcânica subterrânea, que faz face a metade das necessidades do país, a um preço dois terçois mais barato do que a média europeia.

O país está cheio de escritores, pintores, cineastas e, como Oddny, de músicos excepcionais. Relativamente a escritores, metade da população parece já ter escrito um livro [!], como que inspirada pelo legado cultural único que a Islândia deu ao mundo - as sagas dos vikings do século XIII.

Hoje, ocupa-se a tempo inteiro a cuidar da mulher, que é inválida. O que lhe vale é que recebe dinheiro do Estado para o fazer, o que constitui uma boa razão (conforme com a cultura da coesão familiar) para que muitos idosos da Islândia não vivam em lares, mas em casa.

"As idades dos alunos variam entre os 6 e os 16 anos e todas as salas de aula, que visitámos sem sermos anunciados, eram um quadro de actividade alegre. Além da grande variedade de disciplinas obrigatórias para todos, da culinária à carpintaria, passando por todas as disciplinas tradicionais, o surpreendente era a capacidade criativa no ensino e o grau de ligação com os pais. Um dos métodos de ensino para os mais novos incluía o tatro para explicar História e Ciências."

"A filosofia por detrás de tudo o que fazemos é que temos de desafiar as crianças através de uma base educacional alargada, de as ensinar num ambiente caloroso e criativo, em que todos, sem distinção, merecem o mesmo respeito. Sem excepção."

"Há 100 anos, éramos uma das nações mais pobres, mas todos sabíamos ler e tínhamos mulheres fortes. Foi sobre esses alicerces que construímos políticas fortes. A minha opinião é que, para um país, mais importante do que não fumar e comer bem, são os fenómenos sociais a que aqui damos mais importância: igualdade, paz, democracia, água pura, educação, energias renováveis e direitos das mulheres."

Publicado no nº 150 de Agosto de 2008.

5 Comments:

Blogger nuno said...

e são o maior produtor europeu de bananas. a sério.

9:34 da manhã  
Blogger Meg said...

O "a sério" é crucial. É que não dá para acreditar. Bananas?!

9:50 da tarde  
Blogger nuno said...

bananas. e alumínio. mas as bananas é que são a parte interessante. bananas.

7:56 da manhã  
Blogger nuno said...

aparentemente, a islândia não é o maior produtor de bananas da europa. lamento ter-te induzido em erro. mas fazem bananas pa chuchu.
pela mesma razão que extraem alumínio. têm energia barata, e a mais! e estão longe demais de toda a gente para a conseguirem exportar.

então vai daí e pumba, bananas.

7:57 da manhã  
Blogger Meg said...

Logo vi. Muitas, mas não tantas assim. O alumínio está bem. Faz algum sentido.

1:50 da manhã  

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