A arte de amar
Este livro do psicanalista Erich Fromm foi escrito nos anos cinquenta mas continua muito actual.
Aqui ficam alguns excertos das primeiras páginas.
"Será o amor uma arte? Se o for, então exige conhecimento e esforço. Ou será o amor uma sensação agradável, que por acaso experimentamos, algo que "nos acontece" se tivermos sorte. Este pequeno livro parte da primeira premissa, embora não haja dúvida de que a maioria das pessoas hoje em dia acredita nesta última.
Não é que as pessoas pensem que o amor não é importante. Elas estão sequisosas de amor; vêem inúmeros filmes sobre histórias de amor felizes e infelizes, ouvem centenas de canções "lamechas" sobre amor - e contudo quase ninguém acredita que é preciso aprender seja o que for sobre o amor.
Esta estranha atitude baseia-se em diversas premissas que, isoladas ou em conjunto, tendem a confirmá-la. A maioria das pessoas encara o problema do amor como sendo uma questão de se ser amado, e não de amar, da capacidade de amar. Daí que, para elas, o problema consista em como ser amado, como ser amável".
"Uma segunda premissa por trás da atitude que defende que não há nada a aprender sobre o amor é a suposição de que o problema do amor é o problema de um objecto, e não um problema de uma faculdade. As pessoas pensam que amar é simples, mas que encontrar o objecto de amor certo - ou ser amado pela pessoa certa - é o mais difícil".
"O terceiro erro que nos leva a presumir que não há nada a aprender sobre o amor tem a ver com o facto de se confundir a experiência inicial de se apaixonar com o estado permanente de estar apaixonado."
Nota: A edição portuguesa da Pergaminho é uma vergonha, está cheia de gralhas.
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