O último grande herói

Naquela altura, a mãe ia buscar-nos à discoteca por volta das 3 da manhã; eu tinha 14 anos e a minha irmã 17. Saímos do Clube Roma em direcção ao carro e demos de caras com um pneu furado. Tirámos o macaco e o sobresselente do porta-bagagens mas depois ficámos as três, num compasso de espera, a analisar a situação. Por trás de nós apareceu um homem de gabardine - teria uns 35 anos bem parecidos - e, sem dizer uma palavra além de "boa noite", pôs mãos à obra. Terminada a tarefa, dez minutos mais tarde, dirigiu-se ao poste onde tinha atado a trela do cão e continuou o seu passeio.

Lembrei-me disto enquanto lia alguns relatos do livro «Pensei Que o Meu Pai Era Deus» e outras histórias reais do National Story Project da National Public Radio.