A lula e a baleia (2)
A directora da escola primária era uma figura assustadora. Só no último dos sete anos que lá andei é que soube que era uma mulher. Parecia um homem e tinha voz de homem. O facto de lhe chamarmos “tante Nora” não abalava a convicção que a sua imagem me causava. Tinha o cabelo igual ao de James Brown*. Era cinzenta, muito magra e alta, fumava a toda a hora. De vez em quando, entrava no refeitório ou no ginásio, envolta na fumarada do cigarro, e gritava “silêncio!”, depois saía sem dizer mais nada.
Ter disposição para confrontar a tante Nora com o que quer que fosse, era, para mim, o maior exemplo de coragem.
1 Comments:
:) bem, o meu é melhor um bocadinho. penso eu.
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