Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quarta-feira, 26 de janeiro de 2005

A propósito

[deste editorial]

Nós em geral (pode-se ser mais genérico que isto?) acreditamos que os outros falam, falam, falam, falam, mas não percebem e, acima de tudo, não actuam; “não os vejo a fazer nada”. Que criticam mas não fariam melhor. Que não conhecem as dificuldades. Que não sabem o que dizem. Que não têm experiência para falar. Que fazem o contrário do que apregoam. Isto, claro, quando e sempre que a sua opinião diverge da nossa.

O que se tem dito da personalidade de Francisco Louçã por causa da sua infeliz interpelação a Paulo Portas é ridículo. As graves deformações psíquicas que já lhe foram diagnosticadas revelaram a existência de mais não sei quantas centenas de bastiões do politicamente correcto, todos candidatos a psicólogos.

Ninguém se está cagando para o segredo de justiça e toda a gente defende o direito à reserva dos conflitos íntimos de Paulo Portas. Não existe pessoa mais ética e moralmente exemplar que o comentador de política. [Mas lá em casa dele, como será? Ups, não quero incorrer em violação da sua pequenina hipocrisia, perdão, intimidade. Até porque isso seria insinuar que ele não tem o direito de escrever sobre (a ausência de) valores que nunca exerceu.]