Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

Contra-campanha

Os cartazes não angariam votos. Deve haver estudos, sondagens, livros, que demonstram isso mesmo. “Aquele do «voto útil» está bem fisgado. Até vou votar no PP” (ou no CDS ou lá o que é). Isto é um salto no raciocínio que - excepto em casos excepcionais que, por isso mesmo, deverão ser excepcionados - não existe. Já não estou tão segura que os cartazes não possam fazer perder votos mas agora não tenho muito tempo.

Independentemente da utilidade e eficácia dos outdoors para a campanha eleitoral, estes são um dos suportes de divulgação em que a criatividade dos marqueteiros encontra maiores desafios. Vender pessoas deve ser difícil, imagino. Admiro quem o consegue fazer bem ou mesmo quem consegue apenas não o fazer mal. Impressiona-me o “tudo ou nada” que é ter uma boa ideia para um cartaz. Um segundo antes havia um deserto de imaginação e depois, zás, a ideia perfeita, salvadora, enfim, «ideal».

Destruir cartazes, ainda que por razões estéticas, é falta de ética. É indecente. É coisa de arruaceiros desqualificados.

Mas... Que imaginação! O que se consegue fazer com uma bolita vermelha. E nunca ficaremos a saber quem são os criativos da contra-campanha.