Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

I remember that

"Sem memória, uma pessoa deixa de o ser."
[Maria Filomena Mónica, revista «Pública» de 17.09.2006, numa crónica sobre a doença de Alzheimer]

Não consigo deixar de considerar a falta de memória como uma falha grave. Relevo-a nas pessoas de quem gosto muito, mas, ainda assim, os esquecimentos, pequenos ou grandes, causam-me enorme desgosto. É-me difícil distinguir a falta de memória da falta de interesse. Seria diferente se eu própria não me lembrasse.

Por outro lado, uma boa memória revela-nos todas as mentirinhas insignificantes (e cheias de significado) de quem nos rodeia. É um fardo. O que fazer quando a mesma pessoa nos conta outra versão dos mesmos factos que nos relatou há semanas ou meses ou anos atrás? Mais do que a pequena adulteração da verdade, incomoda-me a desconsideração de quem, por falta de memória, não consegue ser fiel à sua mentirita.

Como se diz numa música dos Prefab Sprout, nothing sounds as good as "I remember that". É das coisas que mais gosto de ouvir.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

indeed!

8:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Há dias escrevi um texto sobre serendipity, palavra que não conhecia e que me encantou. Ontem, a propósito do Dia Mundial das Pessoas com Doença de Alzheimer falei nesta coluna do Público.
Mais serendipity do que isto... :-)

8:43 da tarde  

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