Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quarta-feira, 8 de março de 2006

O polícia bonzinho

Como resulta do visionário sketch do “Gato Fedorento”, não há ninguém com melhor conhecimento das mais requintadas técnicas de tortura do que um polícia bonzinho.

Na madrugada de ontem fui arrancada da cama para ser autuada. O senhor agente considerou que seria antipático rebocar-me o veículo. Então, resolveu apurar a minha morada através da matrícula e ir buscar-me a casa para ser eu própria a remover a viatura. Eram duas horas da manhã.

Eu removi a viatura, de pijama e a dormir, e depois esperei quarenta minutos sentada no carro parado no meio da minha rua, para que fossem preenchidos todos os papéis. Confesso que fiquei um pouco desiludida quando me entregaram apenas três simples impressos; convenci-me que estava a ser escrito um romance. Já referi que estava de pijama? Faz um certo frio entre as duas e as três da madrugada.

Terminado todo o processo de autuação, o polícia bonzinho queria conversar, privilegiando o tema das reconhecidas dificuldades de estacionamento naquele bairro, e manifestando solidariedade para com todos os seus moradores em geral, e para comigo em especial. Tentei rematar o assunto: "Ouça, tenho de ir arranjar lugar para o carro, a menos que fizesse o favor de mo rebocar...? Não?".

11 Comments:

Blogger inês said...

deves ter deixado uma foto tua à vista, dentro do carro, e ele... tunga. queria cumbérsa!

12:32 da tarde  
Blogger dan said...

a inês já disse: o senhor queria conversa, é o que é.
esses trabalhos infaustos é no que dá..
agora a parte do pijama é que me intrigou.. nem um robe, um agasalho? constipas-te..

12:52 da tarde  
Blogger Sam said...

O que é é que a menina Inês anda a ver se me trama.

Uma pessoa está a dormir quando a campaínha da porta toca furiosamente, vai à janela, vê um polícia a chamar por ela e sai imediatamente de casa com receio que prédio esteja a arder. Felizmente estamos no inverno.

3:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Então e não pusémos o colete cor de rosinha com lantejoulas? Não? Está mal!

6:25 da tarde  
Blogger guga2004 said...

Não sei se "bonzinho" é o adjectivo que me passa pela cabeça, mas...

Sandra

10:59 da manhã  
Blogger Sam said...

Meg, há uma explicação razoável para o facto de não teres tido este tratamento "preferencial": é que a morada que se obtém pela tua matrícula não fica propriamente nas imediações da rua em questão.

Aliás, há um ano e tal também fui acordada de madrugada pela polícia mas para ir fechar o carro que tinha deixado destrancado. Não perdem uma oportunidade de interagir com o cidadão.

12:45 da tarde  
Blogger Empregado de balcão said...

Esta ultima resposta da Sam leva-me a concordar com os restantes visitantes.

Os policias aí do bairro querem é a chamada "interacção" com certas e determinadas pessoas da rua ;)

5:59 da tarde  
Blogger inês said...

vês? e depois sou eu que estou a ver se te tramo... se quiseres seguir essa tua teoria, com o apoio que consegui arrecadar na blogosfera, já terás de lhe chamar cabala!

12:59 da tarde  
Blogger Sinapse said...

Sou mesmo ingénua ... pensei que o polícia era mesmo bonzinho e queria poupar-te à multa!...

Continuei a ler, e fiquei de queixo caído ...

Imagino a minha reacção se me tivessem feito isso ...
Irra!

11:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Sam se fores ao carro e vires uma caixa de chocolates não culpes a administração do prédio…
Talvez seja o polícia bonzinho. Com a autoridade nunca se sabe o que lhes vai na cabeça.

8:15 da tarde  
Blogger Sam said...

Chocolates do polícia? Sinto os meus preconceitos a virem todos ao de cima.
A autoridade sou eu.

11:37 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home