Vida de mãe - episódio 22
O primeiro dia de escola dos nossos filhos é um momento importante, gerador de ansiedades, dúvidas e expectativas para eles e para nós também.
Por muita preparação e conversa que tenha havido sobre o tema, as crianças (e os pais) nunca estão completamente descontraídos e seguros na hora em que entram pela primeira vez na sala de aula.
É tudo novo, ou melhor dizendo, é tudo desconhecido: a educadora, os colegas, o espaço, o ambiente. E por isso mesmo, é evidente que as crianças necessitam de um período de adaptação durante o qual, na companhia dos pais, descobrem em segurança, os cantos à casa.
No entanto, hoje de manhã, confrontei-me com uma realidade bem diferente. Em vez de convidarem os pais a ficarem um bocadinho na sala, a educadora e as auxiliares arrancavam os miúdos dos seus colos e mandavam-nos embora, apesar do choro e dos gritos.
O meu filho não fugiu à regra e depois de um primeiro momento de aparente integração, ao ver-me sair, começou a chorar. Não queria ficar sozinho. E eu, em vez de poder contar com a ajuda da educadora, tive de lutar contra a insistência dela. Ela queria que eu saísse, deixando o miúdo desconfortável num sítio estranho e com alguém que nunca tinha visto antes.
Lá consegui ficar mais um tempinho que eu sei não ter sido o suficiente.
Acabei por me ir embora enervada e desiludida com estes técnicos que se agarram a um método pedagógico da idade da pedra para, em detrimento do equilíbrio emocional das crianças, não terem o trabalho adicional de gerir uma maior e natural desorganização causada pela presença dos adultos.
Hoje à tarde, quando o for buscar, vou ter uma conversa com a educadora e fazer o possível para que a experiência de hoje não se repita amanhã. Não quero ser cúmplice desta maneira abrutada de fazer as coisas.
3 Comments:
querida, o método dessa escola é conhecido. prepara-te para teres uma parede da outra parte...
sem querer fazer pirraça, com a B. correu tudo bem. fomos conhecer tudo na segunda, teve o primeiro dia na terça (mas fui buscá-la à hora do almoço, por sugestão da professora), quarta e quinta ficou a pensar em casa e amanhã, sexta, sexta, lá vamos nósoutra vez. para a semana é que começa em força. espero que continue a correr tudo bem.
bjs
bigo
é terrível a dificuldade em encontrar uma boa escola para uma criança, na qual ela se adapte e em cujos educadores confiemos. Não é nada fácil.
Não consigo compreender esses métodos. E acho que há para aí muita gente, cuja visão pedagógica destrói qualquer sentido de carinho e afectividade. Não entendo.
No caso da minha Criança, passou primeiro por uma escola (que infelizmente fechou entretanto) que tinha relações com as crianças de bastante afectividade. E, mesmo na nova escola, mais comum na pedagogia, há uma noção do ser humano que é a criança. Acho que às vezes, alguns educadores devem esquecer-se disso... bom, não sei. É complicado!
Desejo toda a sorte. E há que insistir. Afinal somos nós os primeiros responsáveis. Gostei muito dessa ideia de não ser cúmplice...
Afonsinho: vou deixar passar porque parece-me notar um esforço em expressar uma opinião apesar da ausência de fundamentos e da ridícula agressividade.
Juízo.
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