Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

terça-feira, 28 de setembro de 2004

A viagem

Metemo-nos no carro cheio de bagagem, incluindo no tejadilho, e partimos de Lisboa numa madrugada do início de Agosto. Íamos de férias mas o destino era surpresa para mim (8 anos) e para a minha irmã (11 anos); não sabíamos sequer se era longe. Quando chegámos à ponte perguntei: “ainda falta muito?”. Decidiu-se esclarecer de imediato o destino destas férias especiais: “Vamos até à Grécia!”. Abriu-se o mapa da Europa virado para o banco de trás: “estamos aqui e vamos até aqui. Mas não é tudo de seguida, vamos parando em vários países”.

A viagem durou um mês. Espanha, França, Itália, Jugoslávia, Grécia e voltar. Quatro pessoas e uma tenda grande (um verdadeiro T2).

À enésima vez que perguntei “quantos quilómetros faltam?” seguido de “isso quer dizer quanto tempo?”, ainda não devíamos ter chegado à fronteira, ensinaram-me a fazer contas de cabeça. Se viajarmos fora da auto-estrada vamos, em média, a 60 km/h, e isto quer dizer que o número de quilómetros da distância a percorrer é igual ao número de minutos que vamos demorar; ou seja, se faltarem 90 quilómetros, faltam 90 minutos. Se viajarmos na auto-estrada vamos, em média, a 120 km/h, e isto quer dizer que o número de minutos que vamos demorar corresponde a metade do número de quilómetros da distância a percorrer; ou seja, se faltarem 90 quilómetros, faltam 45 minutos. Fizeram-se uns testes para confirmar que a explicação tinha sido bem percebida e a partir daí só me interessava saber, no início de cada etapa, quantos quilómetros iríamos fazer. Distraía-me imenso com os cálculos. Converter os minutos em horas ainda me dava algum trabalho.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O blogue está a ficar giro.

12:48 da manhã  

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